Míriam narrando
1 semana se passou e muita coisa mudou.
Michael não olha mais na minha cara, não faço a mínima ideia porquê,ele vive transando nos cantos da casa com aquela biscate,claro que somente quando as crianças não estão ou estão dormindo.
A baranga está grávida de 3 meses e Michael praticamente me obrigou a ajudar ela em tudo que precisar,sou obrigada também a ir com ela em todas as consultas e o raio que o parta.
Faço tudo praticamente,limpo,arrumo,cozinho e cuido das minhas crianças sozinha, Michael saí cedo e quando volta fica transando com a mulher dele.
Estou nesse momento sentada no chão da cozinha refletindo sobre tudo que aconteceu,sobre no que minha vida se tornou e sobre todo resto.
-O que você está fazendo aí?-perguntou Michael entrando na cozinha e indo pegar algo na geladeira sem me olhar.
Essa frieza dele acaba comigo.
Levantei do chão e me encostei na bancada.
-Eu tenho trabalhar,não posso depender de você para o resto da vida.-falei sem olhar para ele.-E como você também trabalha,não tem ninguém para cuidar dos gêmeos.-falei e encarei o mesmo.
-Direto no ponto.-falou grosso e eu suspirei.
-Eu vou me mudar,vou colocar as crianças numa creche.-falei e ele colocou o copo de água na mesa e deu dois passos para frente.-Não vamos para longe,eu preciso de refazer a minha vida e a dos meus filhos e você precisa da sua privacidade,simples,eu me mudo para o meu apartamento, você pode colocar quantos vapor tu quiser na cola.-falei e o mesmo me olhava de um jeito estanho.
-O que faz você pensar que eu vou deixar tu ir?-perguntou e eu suspirei novamente.
-É um lugar que tu já conhece,pode ir ver os gêmeos quando quiser,é perto do morro e da casa de papai também,é um bônus,e além do mais,as escolas no asfalto são melhores.-falei e ele assentiu confuso dando dois passos para trás.-E agora você tem uma mulher grávida,vocês precisam de privacidade,o neném já já nasce,não quero empatar a vida de ninguém.-falei.
O mesmo pareceu pensar por um tempo,abriu a boca ameaçando dizer algo mas fechou em seguida,sacudiu a cabeça e dps falou merda como sempre.
-Faz o que tu quiser,mas fica sabendo que eu tenho olhos em tudo que é lugar.-falou e saiu da cozinha.
Suspirei aliviada e corri para os quartos,arrumei tudo que é meu e das crianças em dois tempos e meti tudo no carro,almoçamos e depois saímos sem dizer nada a Michael e fomos para a nossa casa.
...
-Aqui é nindo mamãe.-falaram os dois e olhando o apartamento e eu sorri por eles terem gostado.-Mas a casa do papai é meló-falou Maiya e meu sorriso morreu.
-Chega de tagarelar e vão dormir,se virem para achar os quartos.-falei colocando uma mão na cintura e olhando desafiadoramente para os dois que saíram correndo em busca dos quartos.
Sorri abanando a cabeça e fui para a cozinha,estava tudo organizado e os armários cheios,ótimo,tirei certeza que meus bebés estavam dormindo e fui para meu escritório que na verdade é um quarto que eu fiz de escritório.
Outro motivo de eu ter vindo para aqui,é que eu precisava voltar ao activo no que diz respeito á máfia uma vez que estou quase 1 mês afastada.
Entrei no escritório e fiquei falando com Enzo por vídeo chamada,ele me pôs a par de tudo que tem acontecido lá,das ameaças e ataques que até agora são pequenos,somente um ou dois soldados mortos.
Avisei para ele que vou comandar a máfia a distância por uns tempos, só até o bebê de Michael nascer e ele ter com o que se preocupar do que ficar no meu pé o tempo todo.
Acabei e dei uma arrumadinha no escritório,guardei todas as armas nos esconderijos espalhados pela casa e corri pro banho porquê né.
Tomei um banho demorado,vesti um short curtinho e uma blusa larga,coloquei umas meias pretas e fiz um coque indo para a cozinha.
Servi uma taça de vinho tinto e peguei algumas gomas que tinham no armário,já é bem tarde,quase madrugada e eu não tenho sono nenhum.
Sentei na sala e coloquei um filme qualquer,fiquei vendo o mesmo até baterem na porta.Peguei minha glock por conta do horário e fui abrir.
Dei de caras com um Michael acabado,o cheiro de álcool misturado com a droga exaltava nele e sua expressão era de alguém muito cansado.
O mesmo tinha o braço apoiado na batente da porta,e a cara virada para baixo,em um piscar ele me abraçou forte,mas bem forte mesmo,como se a vida dele dependesse daquilo,enterrou sua face no meu pescoço e eu senti suas lágrimas na minha pele.
Puxei o mesmo para entrar,fechei a porta com o pé e levei ele para o quarto,botei ele no box e fui procurar algo para o mesmo usar.
Encontrei uma calça moletom que vai servir com certeza nele,coloquei em cima da cama e fui para a cozinha,fiz um café bem forte e levei para o quarto.
Michael estava sentado na cama já vestido,com os cabelos molhados e a cabeça baixa,me aproximei do mesmo e estendi o café,ele pegou e colocou na mesinha do quarto.
Levantou e ficou de frente a mim,colocou as duas mãos dos dois lados da minha face,fez um carinho e me puxou para deitarmos.
Okay,o que está acontecendo aqui????
Ele me abraçou pela cintura e colou a face na curva do meu pescoço,passei meus braços e fiquei fazendo cafuné no cabelo dele.
Posso estar sendo muito trouxa agora,mas ele precisa da minha ajuda e em nome de tudo que já vivemos,eu vou ajudar ele.
...