Quando as aulas estavam prestes a começarem, eu já tinha certeza que aquele seria um semestre muito bom. Todos meus amigos tinham algum tipo de expectativa, mas para mim tudo parecia muito certo, afinal tinha acabado de escrever meu livro, e agora o trabalho praticamente dependia apenas da equipe de revisão da editora, e depois da equipe de marketing. Sendo assim eu poderia voltar à rotina normal de período de aulas, embora todos os meus finais de semana ficassem comprometidos com a divulgação dos livros, e encontros com leitores, donos de livrarias, e blogueiros literários. Com alguma sorte eu poderia aproveitar algum hotel bacana quando fosse participar de alguma palestra, embora ainda não tivesse nada marcado, eu sabia que em algum momento iria rolar, assim como pelo menos cinco entrevistas para a televisão, antes do final do semestre.
O trato com meus pais consistia que eu poderia fazer anotações para ideias de livros futuros, e escrever pequenas histórias no período letivo. E é claro que incluía minha coluna no jornal do colégio, e ocasionalmente alguma participação no jornal local. Chegamos ao consenso que não seria bom para eu escrever livro durante as aulas, porque acabaria não conseguindo me dedicar bem à escola, nem ao livro. Mas é claro que eu passava horas escrevendo nas noites de semana, porque meio que escrever sempre funcionou como um calmante para mim, e consigo dormir bem melhor tendo escrito pelo menos três paginas. Sem querer me gabar, eu nunca precisei quebrar a cabeça para me sair bem no colégio, então o nosso trato para mais para deixa-los tranquilos, do que para eu manter o foco.
É obvio que nesse ano especificamente tinha um fator a mais para ocupar minha cabeça. E independente do quanto eu estivesse cheio de afazeres, eu não tinha a mínima intenção de me afastar da Mariane. Eu conhecia os riscos, e sabia de tudo que estava em jogo, mas iria pagar para ver. Durante os dias de aula, eu tinha uma janela pequena entre a minha chegada do colégio, e a volta dos meus pais do trabalho, geralmente a mãe chegava primeiro, porque o pai ficava no escritório. Na maioria dos dias girava em torno de três horas, e embora possa parecer até bastante tempo, e sempre tenha dado tempo para eu fazer minhas coisas, naquele momento eu começava a pensar que era pouco tempo, se eu quisesse incluir encontros com a Mariane. O principal empecilho era que meu amigo, irmão dela, gostava de passar na minha casa depois que saiamos do colégio, e ficava quase até meus pais chegarem. E com ele na minha casa, a Mari não poderia ficar lá comigo, e estava fora de cogitação dizer ao Gusta que não queria ele na minha casa, o cara é meu melhor amigo desde que tínhamos dez anos.
Eu acho importante dizer que tinha decidido me conter, e não passar o limite dos beijos, e amassos, não por falta de vontade de seguir em frente, mas porque isso parecia o certo a fazer naquele momento. Não cheguei a consultar a garota sobre isso, por medo dela dizer que não se importava de ir além, e eu não resistir à tentação. A cada dia eu desejava mais.
Era bem visível que ela queria algo mais sério comigo, mas estava fora de questão, até porque meu agente vivia me alertando para evitar polêmicas, confusões, e não assumir compromissos públicos com nenhuma garota, porque essas coisas iriam refletir diretamente na venda dos livros. Segundo ele muitas leitoras fantasiavam que poderiam ter um romance com o jovem autor que encantava a todos em entrevistas, e com suas palavras. E que elas também compravam meus livros para se sentirem perto de mim, mais intimas. De minha parte eu achava tudo isso muito maluco, e até irreal, mas o tio sempre foi bom nessas coisas, eu não tinha porque duvidar dele. E de toda forma eu não estava cogitando a possibilidade de namorar aquela altura.
Quando três dias antes do inicio das aulas o Gustavo chegou a minha casa com a notícia que seus pais tinham decidido que ele deveria ajudar o tio dele na empresa após as aulas, eu quase demonstrei felicidade pela providência do universo, destino, ou seja, lá o que se pode chamar isso. Ele me fez prometer que se a Mari precisasse de algo eu ajudaria, e cuidaria dela, e eu prometi, porque era justamente isso que eu desejava fazer. Tudo estava correndo bem para mim, embora não visse a garota no colégio, uma vez que ela estava em outro bloco, eu poderia ficar com ela algumas vezes durante a tarde.
Três vezes por semana Mariane ia a minha casa, e ficávamos no meu quarto, ou na biblioteca, sem interrupções éramos um do outro sem medos, ou reservas, e podíamos fazer o que bem entendêssemos. A cada dia percebia que ela ocupava mais espaço em mim, e ficava mais fácil omitir de Gusta que estava com a irmã dela. Eu sei que pode parecer que mentíamos e enganávamos o meu amigo, mas isso nem chega perto de ser verdade, pois ele nunca perguntou se estava rolando algo entre nós, e desta forma não precisamos mentir para ele.
Os dias se tornaram semanas, e depois meses, e quando nos demos conta já as férias de meio de ano já estavam próximas. Numa segunda feira a Mari me disse que os pais tinham dito para ela ir para o Canadá morar com eles, mas que ela ficaria no Brasil se eu pedisse para ficar, mas eu falei que os pais dela não entenderiam porque ela queria ficar, e com certeza eles tinham planos muito bons para ela lá, e que eu não podia pedir que ficasse. Com lagrimas umedecendo os olhos, ela disse que tudo bem, e não continuamos esse assunto. Na quinta feira da semana seguinte nos despedimos minutos antes de meus pais chegarem do trabalho, e no sábado ela deixou o Brasil rumo a Toronto.
Eu sabia o horário do voo dela, mas não fui ao aeroporto com o Gusta, nem mandei mensagem de boa sorte, não por falta de vontade, mas porque se fizesse qualquer coisa desse tipo teria que admitir a ela algo que não conseguia admitir nem mesmo para mim, apesar de ser verdade. Eu estava apaixonado pela Mariane.
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Para esse encontro foram preparados deliciosos gelatos italianos, por que a coisa não tá fácil aqui em São Paulo. No momento o termômetro mede 34º, e nem é ainda a metade do dia. Deus nos ajude!
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Beijo de Verão [Completa]
Novela JuvenilEssa é uma história de verdades não confessadas, de amizade permeada por meias verdades, e omissões. Pelos céus ela é repleta de omissões que se confessadas poderia mudar toda minha vida. Mas prometo tentar fugir dos eufemismos. O boom do milênio...