Capitulo: 22 √

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Lauren Jauregui


Encontrei o carro de Marisa e logo o seguro apareceu. Ela havia deixado as chaves na recepção do escritório. Levei pouco tempo com eles até o carro dela ser rebocado com um problema mais complicado. A única coisa que podia fazer agora era esperar até ela sair.

O escritório tinha um ar clean na fachada e na recepção. Cores claras nas paredes e vários vasos com plantas pelo lugar. Uma bela recepcionista atendia a todos com um sorriso na face e um olhar desconfiado pro meu lado. Me sentei e comecei a folhear uma revista (logico que com a Demi na capa). Ignorei as paginas que continham sua entrevista e passei por cima das outras paginas. Não tinha nada de interessante. Joguei ela na mesinha de centro e poucos minutos depois vi Demi aparecer por um corredor lateral. Ela fingiu que não me viu e colocou o telefone na orelha falando com alguma peguete. Dei um sorriso enquanto ela falava em alto e bom tom sobre alguma putaria. Se ela estava tentando me fazer ciúmes o tiro tinha sido no pé. A vida dela não me dizia mais respeito.

- Ah oi Lauren - falou Demi com um sorriso - não te vi ai. Tudo bem com você?

- Tudo - respondi reprimindo a vontade de rir da sua desculpa esfarrapada - a reunião já acabou? Vim buscar a Mari.

- Ainda não. Ela achou que você chegaria mais tarde. Sempre tão ocupada com suas tatuagens.

- Eu paro tudo o que estou fazendo quando minha mulher me chama - respondi com um sorriso - a Marisa sabe disso.

- Como um cachorrinho obediente...

- Como um cachorrinho fiel e companheiro - retruquei mantendo o sorriso no rosto - vou espera-la aqui se não se importa.

- Não... Eu... Até mais.

Demi saiu rápida entrando no mesmo lugar de onde tinha saído. Me levantei indo até a janela para olhar a rua. Daria tudo por um cigarro naquele momento. Demi me tirava do serio só com o fato de me dar um simples boa tarde. Me joguei no sofá novamente e depois de meia hora Marisa saiu sorridente junto com os meninos da banda e Demi. Havia mais algumas pessoas junto com eles que eu não fazia ideia de quem era. Fernando foi o primeiro a vir falar comigo.

- E ai morena! Tudo certo?

- Tranquilo cara e você? - perguntei retribuindo o abraço.

- Tudo na boa. Gata fiquei sabendo que você tem um estúdio maneiro agora. To precisando fazer umas tatuagens, cobrir umas antigas. Você é a melhor que conheço.

- Aparece lá no Lauque com uma ideia original que eu te tatuo - respondi abraçando os outros meninos da banda, inclusive Pedro que estava genuinamente feliz por me ver - prometo que vou cobrar um preço alto. Agora que você tá ganhando dinheiro não vai ser mais de graça.

- Tá zoando Lolo! Você nunca me cobrou nada e sábado agora é meu aniversário. Você bem que podia me dar um VIP.

- Folgado você. Tá achando que vou te dar vip só pra colocar tua cara na minha parede? Tá louco? - perguntei rindo - vou casar preciso de grana pra sustentar a mulher - finalizei pegando a mão de Marisa.

- Tá certo. Lauque o nome né? Onde fica?

- Uma rua próxima com a Avenida das Nações. Fica com meu cartão - falei entregando um a ele.

- Ah sim. A Raquel é tua sócia? - perguntou surpreso - lembro daquela maluca. E o Julião?

- O cara tá doidão agora, mas continua gente boa como sempre.

- Eu vou aparecer por lá, Pode ter certeza.

- Vou te esperar. Vamos linda? - perguntei me dirigindo a Marisa - você ainda tem que fazer mais alguma coisa?

- Não. Acho que não. Tudo certo Demi? - perguntou Marisa se dirigindo a Demi. Até tinha esquecido dela ali no lado de Pedro.

- Sim - ela respondeu me olhando com raiva. Não entendi o porquê de tanto rancor nos seus olhos verde - Não. Quero dizer, esqueci de te falar uma coisa. Vem aqui comigo.

Marisa soltou minha mão e se afastou junto com Demi enquanto eu saia com os meninos para o estacionamento na frente do escritório. Conversamos por um longo tempo. Estava com saudades de todos e claro que não podia deixar passar a oportunidade de zoar com eles. Roqueiros natos fazendo sertanejo universitário. Demi e Marisa se juntaram a nós depois de quinze minutos. Me despedi dos meninos e abri a porta do carro para que Marisa pudesse entrar, mas antes que ela o fizesse a puxei para um beijo. Ela se afastou sorridente acompanhando meu próprio riso. Quando levantei os olhos por cima do carro, Demi nos olhava ao lado do carro onde os meninos já estavam acomodados. Só Claudio estava para fora com ela. Acenei na direção deles e entrei dando a partida, saindo em seguida.

- Amor surgiu um trabalho extra - falou Marisa tirando o salto alto colocando um pé sobre o joelho - a Demi quer que eu faça a festa de aniversario do Fernando.

- Porque ela não contrata uma empresa de eventos? - perguntei receosa - você produz shows, musicas.

- Eu sei, mas ela quer uma coisa diferente. Ele é louco pelo Guns e ela quer fazer tipo um show surpresa para ele. Ela vai pagar bem por isso.

- Entendi. Você quer fazer? - perguntei tocando seu pé.

- Quero. Não vai me dar trabalho e é uma grana extra. Já vai dar para juntar com a sua parte para comprarmos aquele dormitório que você queria.

- Ok. Mas você precisa ir no show? - perguntei já sabendo sua resposta.

- Claro. Tenho que acompanhar tudo de perto orientando os funcionários.

- Entendi. Eu tenho que ir?

- Eu adoraria que você fosse. Você e o Fernando se dão tão bem. Vai parecer uma desfeita sua se não for.

- Não sei não. Pode parecer uma imposição da minha presença. E eu só reencontrei o Fernando agora.

- Não acho. Até porque vocês eram amigos antes de se afastarem. A não ser que tenha algum receio de ir.

- Receio nenhum. Eu vou sim.

Marisa passou o resto da semana se dedicando a festa de aniversario de Fernando. Alguma coisa me dizia para não ir, mas se eu não fosse Marisa ia ficar achando que era por causa de Demi.

O sábado finalmente chegou. A festa ia ser no bar do Zé. Já fazia um bom tempo que não ia lá. Marisa saiu cedo para cuidar dos últimos detalhes e começar a receber os convidados já que a festa era fechada. Parei na frente do guarda roupa pensando no que vestir. Estava com todo o animo para usar preto e assim o fiz. Coloquei uma calça de couro e uma camisa com um top por baixo que eu poderia tirar durante a festa. A única coisa que quebrava o negro total era uma gravata prata. Subi as mangas da camisa e coloquei duas munhequeiras de couro em cada pulso. Fiz uma escova no cabelo para um liso chapado e finalizei com uma maquiagem destacando meus olhos e um salto alto bem fino. Me olhei no espelho novamente. Talvez a produção tivesse sido demais. Afinal eu estava me arrumando para a festa de aniversario de um velho amigo ou para encontrar Demi?

LAUMI √ •𝗦𝗲𝗰𝗼𝗻𝗱 𝗖𝗵𝗻𝗮𝗰𝗲 𝗙𝗼𝗿 𝗟𝗼𝘃𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora