Capitulo: 41 √

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LAUREN JAUREGUI


Entrei no carro ainda transtornada por todas as emoções que tinha vivido aquele dia. Eu sabia que não devia ter ido até lá, mas de alguma forma tinha sido bom. Bom para que eu pudesse aceitar de uma vez por todas que ainda a amava e bom para Demi me deixar em paz para ficar com Marisa. Depois que ela me disse que não me procuraria mais, chorei já sentindo sua ausência. Chorei por não conseguir manter meu coração firme no amor de Marisa.

Eu estava divida entre dois mundos totalmente diferentes. Um onde eu tinha tudo o que eu queria para ser feliz e outro onde eu tinha tudo o que eu queria para reviver os momentos mais felizes que já tive. Respirei fundo ligando o carro e me coloquei em movimento. Peguei a rodovia com as lagrimas inundando meus olhos. Ainda doía tanto deixar Demi para trás. Eu poderia simplesmente voltar lá e agarra-la. Beija-la de verdade, não só um selinho sofrido.

Mas eu tinha que continuar seguindo na rodovia escura que estava comparada ao meu coração; sabia qual seria o final dela e que eu não precisava enxergar tudo. Só precisava ver os primeiros cinco metros para saber que estava segura com Marisa. Meu coração se apertava ao pensar nas duas. Eu as amava, mas não podia ficar dividida. Não podia ter duas ao mesmo tempo, não podia fazer isso com Marisa e nem com Anahi. Parei no acostamento sem condições de seguir por conta de outra crise de choro que atingiu. Abaixei a cabeça no volante soluçando alto. A dor que sentia era imensa, uma tortura sentimental.

Uma batida no vidro fez com que eu me assustasse. Um homem com uma jaqueta escura pediu para abaixar o vidro. Olhei para o lado e tinha outro homem com uma arma apoiada no vidro. Tinha um carro na minha frente que eu não tinha visto parar e dar a ré não era uma boa pedida. Se eles estivessem dispostos a tudo poderiam me acertar um tiro com facilidade. Resolvi fazer o que é mais sensato durante um assalto. Ergui a mão e fiz sinal de que ia abrir a porta para ele não achasse que eu teria algum tipo de reação. Desci do carro pisando desordenada nas pedrinhas do acostamento.

- Pode levar tudo – falei deixando a porta aberta ainda com as mãos a mostra – só me deixa ir.

- Uma morena gostosa assim? – debochou o cara do outro lado –
o que você acha cara?

- Delicinha - respondeu o outro se aproximando de mim – ela estava chorando, deve ter perdido o namorado.

- Não esquenta não... Nós cuidamos de você – finalizou beijando meu rosto apoiando a arma na minha cintura.

- Por favor, só me deixa ir. Eu não vou reagir.

- É claro que não. Você está precisando de dois machos agora. Já que o bosta do seu namorado te deixou, nós é que vamos dar um trato em você.

Fiquei petrificada quando o outro homem se juntou ao primeiro que ainda mantinha a arma na minha direção. Eles começaram a me tocar, abriram minha roupa falando absurdos. Sabia que tinha que fazer alguma coisa ou só achariam meu corpo depois de alguns dias. Quando o que estava segurando a arma se distraiu por um segundo achei a minha única chance para conseguir fugir dali.

Não sei como aconteceu só sei que me vi rolando com os dois marmanjos no chão entre chutes e socos. Eles se assustaram com a minha força, mas ainda me deram uma bela surra. Se fosse um de cada vez tinha certeza que conseguia acabar com eles, não se brinca com uma mulher na tpm dividida entre dois amores, mas os dois de uma vez acabaram comigo. Um carro parou ao ver o que acontecia e eles se assustaram. Saíram correndo enquanto dois outros rapazes vinham me acudir no chão.

Só vi eles saindo levando meu carro. Ainda estava tremula tentando falar o que tinha acontecido. Um dos rapazes que não deviam ter vinte e cinco anos, me disse que iriamos para a delegacia. Pedi para me deixarem em um orelhão e liguei para Fernando. Meu braço latejava de dor e o frio me congelava já que meu sobretudo tinha virado lenda nessa altura na noite.

LAUMI √ •𝗦𝗲𝗰𝗼𝗻𝗱 𝗖𝗵𝗻𝗮𝗰𝗲 𝗙𝗼𝗿 𝗟𝗼𝘃𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora