Capítulo: 58 √

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Tentei não me importar mais com Samantha. Ela não representava nenhum tipo de ameaça para a recuperação de Demi e com isso me dediquei a fazer outras coisas, como falar com Paty sobre os exercícios de Demi. Tinha visto uma academia na casa e ela não poderia ficar ali parada. Seria bom que ela exercitase bastante o corpo para suar muito e beber muito liquido.

Rose discretamente me agradeceu por ver Demi sóbria novamente. Eu não sabia qual era a dor de uma mãe ao ver o filho assim, mas sabia a dor que isso tudo causava. Liguei para Marisa quando vi Demi distraída conversando com a irmã. Havia dito a Marisa que estava resolvendo um problema, mas não dei detalhes pra ela. Não sabia qual seria sua reação e por enquanto não podia deixar que ela atrapalhasse a recuperação de Demi. Ela ficava me perguntando onde estava, mas dizia pra ela confiar em mim. Era errado, mas para não mentir precisava omitir.

- Laur eu quero conversar com você – falou Samantha parando ao meu lado passando a mão no cabelo.

- Tem mais alguma ofensa pra me fazer? – perguntei colocando o celular no bolso.

- Não. Vamos conversar como adultas que somos – respondeu com um leve sorriso se desenhando na face – foi você que fez ela parar uma vez, não foi? A Paty me contou.

- Foi – respondi somente.

- O que eu posso fazer para ajudar?

- Nada – respondi seca. Mais uma vez meu juízo me exorcizou para deixar o ciúme de lado – Na boa Samantha, você pode deixar ela feliz. Fazer coisas que agrade ela sem precisar sair dessa casa. Faça ela se sentir amada, querida. Ela precisa sentir  apoio da família e dos amigos.

- Eu estou tentando – falou com um sorriso – eu adoro essa garota.

- Imagino – respondi desviando os olhos. Lá vinha o ciúme de novo.

- Desde o dia que ela me dispensou, depois que você fez a tatuagem, eu passei a enxerga-la como uma amiga querida. Confesso que queria bem mais que amizade com a Demi, mas o amor que ela tem por você é uma coisa assustadora. Mesmo separada ela acha que está te traindo ficando com outra pessoa.

- O que você quer com essa conversa? – perguntei mudando de assunto.

- Como você sabe fazer ela parar? – perguntou com um olhar curioso – como você sabe lidar com viciados?

- Não importa – respondi encarando seus olhos.

- Você perdeu sua mãe para as drogas? Foi isso?

- Eu não quero falar sobre isso – falei com um nó na garganta.

- Você tem um jeito tão agressivo, esse estilo rock’n roll todo. Você já usou drogas? – perguntou Samantha com a voz calma – é por isso que você...

- Eu nunca usei essas merdas. Eu experimentei cocaína há poucos dias atrás quando vi a Demi totalmente dopada ao lado da piscina – respondi calmamente
– se você soubesse o quanto eu odeio as drogas, você jamais me perguntaria isso.

- Desculpe. É aquela velha mania de associar a imagem.

- Não se iluda com a imagem
– respondi encarando seus olhos. O castanho escuro estava sereno. Ela só estava curiosa mesmo.

- Talvez um dia eu entenda esse amor que você tem por ela e ela tem por você – falou Samantha colocando a mão sobre os olhos para proteger da claridade – você a ama muito pra abdicar da própria vida pra deixa-la bem.

- Você não faz ideia do quanto, mas não é o tipo de amor que está pensando – falei vendo Paty acenar para nós da porta da sala. Samantha se levantou e foi na frente. Se ela não fosse a mulher que a Demi tinha pegado, eu poderia me tornar sua colega.

LAUMI √ •𝗦𝗲𝗰𝗼𝗻𝗱 𝗖𝗵𝗻𝗮𝗰𝗲 𝗙𝗼𝗿 𝗟𝗼𝘃𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora