Capítulo: 3 √

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Lauren Jauregui

Desliguei o chuveiro passando as mãos nos cabelos encharcados de agua para tirar o excesso. Peguei a toalha pendurada no box e me postei em frente o espelho do toucador lendo o recado de Demi. Peguei o papel e amassei jogando no lixo. Porque ela não tinha me dito? Se ela tivesse me falado que era uma comemoração tão importante teria saído mais cedo do boteco onde estava com Raquel para participar. Ela não tinha nem se dado ao trabalho de me mandar uma mensagem. Me enrolei na toalha e sai para o quarto. Ia começar a secar o cabelo quando meu celular tocou.

- Fala Claudião! – Falei cumprimentando um dos amigos da banda da Demi.

- Oi gata, beleza?

- Tranquilo.

- Vocês já saíram? Já chegamos no bar do Zé.

- Putz cara... A Demi me falou por alto da comemoração e saiu. Eu estou acabando de sair do banho.

- Você não vai vir? È uma conquista mulher! Não se pode deixar de comemorar. A Demi quase chorou ontem.

- Eu imagino – respondi distraída colocando o secador na tomada
– eu vou ver aqui cara. Acabei de chegar do trampo. Tá osso.

- Falou então. Até mais.

- Falou, tchau.

Desliguei o telefone e o joguei encima da cama. Eu sabia o quanto aquilo era importante para Demi e sabia também que se eu não estivesse presente, ela não ficaria totalmente feliz. Soltando um suspiro, comecei a secar o cabelo. Escolhi uma calça justa jeans preta com um corpete de couro preto que destacava a tatuagem que eu tinha no busto. Coloquei as botas e peguei uma jaqueta para me proteger do vento. Sai de casa vinte minutos depois, fazendo a moto deslizar suavemente pelo transito de São Paulo.

O bar do Zé era um reduto para apreciadores de um bom rock’n roll. Eu particularmente adorava aquele lugar. Como em todos os outros lugares, havia a garotada ligada a modinha “DO MAL”, apenas para deixarem seus pais horrorizados. Mas ali a maioria dos clientes era composta pela faixa etária de 25 a 35 anos. Deixei a moto em um estacionamento ao lado que funcionava 24 horas e avistei o carro da Demi parado em uma vaga poucos metros a frente. Entrei na balada-boteco cumprimentando o segurança com um beijo no rosto. Ali todos eram amigos uns dos outros. Deixei o capacete e a jaqueta com a mulher que estava atrás do balcão da recepção e peguei minha comanda.

O lugar todo me arremetia a um pub londrino. As paredes vermelhas cobertas com camisetas e pôsteres de grandes bandas e cantores de rock. O bar, a primeira coisa que destacava no caminho, era todo composto por bebidas de apreciadores de destilados. Me inclinei para dar um beijo na atendente, seu nome era Jacky, uma antiga ficante. Obviamente era um detalhe que Demi não sabia. Pedi um uísque e segui em direção as mesas na parte superior, um mezanino de madeira que contornava todo o lugar e dava de cara com o palco no fundo do piso inferior. Subi as escadas já avistando Juliana, mulher de Claudio conversando com Pedro, baterista da banda. Demi estava de costas bebendo uma long neck e não me viu aproximar da mesa. Quem notou primeiro minha presença foi Fernando, o empresário deles.

- Minha tatuadora favorita! – exclamou assim que me viu – achei que não vinha – finalizou se levantando para me dar um abraço e um beijo. Fernando não era do tipo comum para um advogado e empresário. Ele tinha algumas tatuagens, inclusive três delas criações minhas e cabelos raspados na zero. Usava bermuda e camiseta com tênis sempre. A impressão que dava era que ele se vestia assim até para dormir. Era considerado um pária pela família.

- Eu também achei – correspondi o abraço mantendo minha mão que segurava o uísque em uma distancia segura – mas não podia ficar de fora de um momento como esse.

LAUMI √ •𝗦𝗲𝗰𝗼𝗻𝗱 𝗖𝗵𝗻𝗮𝗰𝗲 𝗙𝗼𝗿 𝗟𝗼𝘃𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora