Capítulo: 88 √

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Assim que cheguei no apartamento descobri que não poderia viajar naquele dia. Primeiro porque já era meio dia e se eu saísse umas seis ou sete da noite, chegaria em Buenos Aires tarde e Demi a não estaria lá. Ela tinha show em Santiago. Segundo, eu teria que fazer uma mala para viagem e ao abrir o guarda roupas constatei que não poderia ir para uma viagem com as roupas que eu tinha, logo teria que fazer compras, logo eu passaria a tarde inteira no shopping. Estranho, antes não me ligava muito no que vestia quando estava com ela, agora sempre me preocupava se estava bonita o suficiente para ela ter olhos apenas pra mim. Não que eu me sentisse insegura com a sapatada toda do Brasil querendo ela, mas queria que ela me achasse linda sempre. Sei que ela achava, mas por vias das dúvidas era bom dar uma caprichada no visual.

Nesse período de marcar viagem, compras e salão (tinha que retocar a pintura do cabelo) parei no apartamento já ia dar onze horas da noite. Minha viagem estava marcada para as dez horas do dia seguinte e eu não tinha nem uma nécessaire pronta. Fui dormir duas da manhã, com duas malas arrumadas e uma bolsa de mão.

Cheguei em Buenos Aires depois do meio dia. Parei para trocar dinheiro e sai à procura de um taxi. Não fazia a menor ideia se o lugar onde eles estavam era próximo ou não do aeroporto. Julguei que devia ser, pois facilitaria a movimentação da banda. Pelo menos eu esperava que sim, senão estava ferrada. Ou então teria que apelar para Demi, Além de me receber de surpresa ainda teria que pagar meu táxi. Não. Era perto. Eu tinha certeza.

A vantagem de estar num país que fala o espanhol é que você entende o que taxista fala. Ele tagarela como o país é lindo e tal. E ainda por cima cai na besteira de falar que era minha primeira vez ali. Pronto foi o suficiente para me encolher no banco e revirar os olhos com ódio de mim mesmo.

Cheguei na casa depois de quinze minutos. Não disse? Era perto. Paguei o motorista e analisei a fachada. Era grande, com arvores ao redor, toda branca. Não tinha portão. Apenas uma lateral. Atravessei o pequeno jardim da frente com o coração disparado. Finalmente ia encontrar com o meu amor.

Meu sorriso morreu nos lábios quando a porta se abriu. O QUE SAMANTHA NOVAES ESTAVA FAZENDO COM A MINHA DEMI???

Não consegui dizer nada olhando para a mulata a minha frente. Passei por ela que nem um foguete puxando as malas Meu sangue fervia por dentro! Lógico que Demi iria aprontar mais cedo ou mais tarde. Mas foi bom eu ter vindo de surpresa, a farsa acabaria mais cedo do que ela estava imaginando.

Entrei nervosa sem saber para onde ir. Acabei indo parar na cozinha. Demi logo apareceu. Ela estava linda, toda despenteada. Deve ter ficado assim por causa da noite que passou com... Deixa pra lá. Não era mais do eu interesse. Fui uma idiota de achar que ela ficaria um mês inteiro me esperando, Fui uma idiota de ter ido até ali e falei isso a ela. Demi me trouxe de volta pra a realidade, nervosa comigo. Deixei o ciúmes de lado e resolvi curtir o que tinha ido curtir: minha morena.

Saímos da cama na hora do almoço. Acho que pelo barulho que fizemos ficou bem claro para Samantha que aquele território era meu. Encontrei os meninos e da banda e passamos uma tarde agradável. Silvia me deu uma boa noticia: Viviane tinha voltado para Londres. Melhor assim.

Acompanhei o show que daquela noite e aproveitei cada minuto da apresentação. Ela como sempre estava linda. Não podia ser diferente. Ela sempre seria a garota mais linda em qualquer lugar que fossemos.

Durante os dias que se seguiram, conheci um pouco mais de Samantha e com isso, a aceitei como amiga de Anahi. Não podia pedir para que ela a tirasse da sua vida, por que sei que ela também nunca foi com a cara da Raquel, mas a aceitava. Eu por minha vez teria que agir da mesma forma em relação à Samantha.

Depois de cinco dias a rainha foi embora. Eu por minha vez me dediquei ainda mais a Demi. A cada minuto que passava a queria mais perto. Quando a banda estava ensaiando ficava sentada em um canto olhando para ela, admirando cada detalhe do seu rosto. Seus olhos brilhavam de alegria toda vez que encontravam os meus. Enfim razão e emoção estavam caminhando lado a lado.

As apresentações daquela turnê foram finalizadas com chave de ouro. Voltamos para casa e Demi estava radiante com tudo o que estava acontecendo em sua vida. Seu trabalho cada dia mais ganhava destaque na mídia e sua musica estava sempre entre as mais tocadas. Ela tinha enfim, conseguido tudo o que sempre sonhara.

Já fazia um mês que estava cuidando do lauquel sozinha, pois Raquel tinha tirado as férias que tanto queria e que era merecedora. Demi passava uma grande parte do tempo no meu apartamento, pois a locomoção tanto para ela quanto para mim era melhor já estando no centro. Achei que ia me incomodar com a exposição por estar com Demi Lovato, mas isso não aconteceu. Ficava feliz por poder estar ao seu lado sempre. Nossa nova convivência me fez lembrar de tudo o que sempre quis quando erámos casadas. Eu tinha uma mulher presente na minha vida e eu era presente na vida dela. Havíamos encontrado um ponto comum entre nossos desejos e eu me desdobrava para agrada-la. Ela era minha vida. Sempre fora.

Raquel voltou para o estúdio com boas ideias de expandir o estúdio. Contratamos mais tatuadores e abrimos uma filial. Eu ficava em uma e ela em outra. Yasmim, claro, foi comigo. Não queria ficar longe, mas tenho certeza que ela fez isso porque sempre veria Demi.

Cinco meses depois preparei uma surpresa para Demi. Coloquei Rafael como responsável pelo Lauquel e dediquei uns dias para me desfazer do apartamento. Não disse nada para Demi, eu sabia que era o que ela mais queria; sempre conversávamos sobre o dia em que voltaríamos a morar juntas e eu sempre dizia que tínhamos que ir com calma. Agora eu já tinha cinco malas prontas. Minha moto já estava na sua casa e peguei tudo o que era de mais importante pra mim e joguei dentro do carro. Passei na imobiliária para deixar as chaves e peguei o rumo de Alphaville. Guiei lentamente pela rodovia, deixando pra trás um período de amor e ódio, de alegrias e tristezas. Estava guiando para a minha futura esposa, para o amor da minha vida. Enquanto ia dirigindo um sorriso bobo ia instalado nos meus lábios. Eu estava voltando para nunca mais partir.

Parei o carro na frente de casa e peguei duas malas e puxei para a porta da frente. Sabia que Demi estava sozinha, pois ela tinha me dito que ia fazer um jantar para nós. Tinha dispensados todos os empregados e estava dando uma de Amélia. Parei na frente da porta e apertei a campainha. Não demorou muito para Demi abrir a porta.

- Você me aceita de volta? – perguntei assim que minha morena apareceu na porta.

Demi apenas me olhou e depois desviou os olhos para as malas ao meu lado e mais uma vez voltou sua atenção para meu rosto. O sorriso que ela abriu reconfortou meu coração.

Iriamos continuar de onde haviamos parado.

LAUMI √ •𝗦𝗲𝗰𝗼𝗻𝗱 𝗖𝗵𝗻𝗮𝗰𝗲 𝗙𝗼𝗿 𝗟𝗼𝘃𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora