Capítulo: 51 √

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Durante as duas semanas seguintes pareci uma fã de Demi Lovato tentando achar qualquer tipo de informação que teria sobre ela. Tentava fazer com que Yasmim falasse sobre ela sem parecer suspeito quando Raquel não estava por perto. Só relaxei quando vi uma reportagem informando que ela havia parado o tratamento no meio e tinha pedido para sair. Eu sabia que ela não estava pronta ainda e que não podia ir pra rua do jeito que estava. Isso estava claro em seu rosto, na foto ao lado da matéria.

Marisa me ligou informando que iria prorrogar sua viagem por mais uns quinze dias por conta de algo que eu não entendi e não quis entender. Fiquei feliz que ela ia ficar fora mais um pouco assim eu poderia ter noticias de Anahi sem me preocupar em ficar me escondendo dela. Na tarde daquele mesmo dia fui para Alphaville.

Parei na frente de sua casa, mas havia uma grande movimentação de carros. Eu sabia que não deixariam Demi sozinha e nem podiam. Na semana seguinte voltei ao mesmo lugar. Desta vez a casa estava tranquila. Não havia carros na entrada. Mesmo que tivesse alguém em casa eu iria me arriscar. Queria ver ela, saber como ela estava.

Desci do carro atenta a movimentação dentro da casa.
Não havia nenhuma. Toquei a campainha, mas ninguém apareceu. Tentei a maçaneta que estava aberta e entrei furtiva. Na sala não havia ninguém. Sai para o jardim e avistei Demi sentada no gramado perto da piscina de costas para mim. Andei devagar até o seu lado crente que ela perceberia a aproximação de alguém, mas ela não notou. Quando parei na sua frente vi uma triste cena. Demi estava com pinos de cocaína ao seu lado e cheirava uma fileirinha. Meu sangue subiu na hora.

- Que porra você está fazendo Demi? – perguntei nervosa jogando o pó para o lado – você acabou de sair da merda da reabilitação e já está usando porcarias?

- O que você está fazendo aqui, Laur? – perguntou surpresa e ao mesmo tempo nervosa – você não tem mais nada a ver com minha vida. Vai atrás da sua mulher.

- Eu estou aqui porque eu me importo com você. Por mais que
eu tente eu não consigo deixar de querer o seu bem, mas pelo visto você não está se importando consigo mesma.

- Se importa tanto que me deixou jogada na sarjeta gritando o seu nome – falou com rancor nos olhos – aquilo pra mim foi pior do que a morte. Foi a maior humilhação que você me fez passar.

- Eu te humilhei? Você aparece na minha porta bêbada e drogada, gritando o meu nome dizendo que me ama e eu que te humilhei? Você tinha a menor noção do que estava fazendo?

- Eu queria só falar com você. Tudo bem que eu não sabia o que estava fazendo, mas eu só queria falar com você. Me deixar ali por causa dela foi a pior dor que eu tive. Então você sabe muito bem o que estou fazendo.

- Você está tentado se matar aos poucos é isso? Você está tentando matar as pessoas que só querem o seu bem aos poucos? Será que você não percebe o mal que está fazendo as pessoas que te amam? Sua mãe, a Paty, a banda e principalmente você mesma.

- Não. Estou só estou tentando te esquecer. Sã eu não consigo isso. Se eu acabar morrendo pelo menos vai ser um problema a menos pra você.

- Então tá. È isso que você quer? Então vamos ver como é o inverso – falei me abaixando pegando um pino de cocaína despejando no azulejo na borda da piscina.

- O que você está fazendo? – perguntou surpresa – você não vai...

- Não vou o que? – perguntei com raiva deixando escapar uma lagrima – que eu não posso me matar como você? – finalizei pegando a nota de dinheiro ainda enrolada em sua mão.

- Para! Não quero que você faça isso!

- Eu também não quero que você faça isso! – gritei com raiva conseguindo enrolar em canudinho perfeito – mas você faz não é? Eu quero que você fique com a lembrança que foi por sua causa que experimentei essa merda – finalizei me abaixando para cheirar o monte de pó branco no chão.

LAUMI √ •𝗦𝗲𝗰𝗼𝗻𝗱 𝗖𝗵𝗻𝗮𝗰𝗲 𝗙𝗼𝗿 𝗟𝗼𝘃𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora