Um medo

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(Atualizado)

P.O.V Carol ON:

Ao perceber que a moto estava diminuindo enquanto próxima a mim, meu coração acelerou e eu senti meu corpo todo tremer.

- Quer uma carona? - Uma voz abafada soou.

- SOCORROO - Eu gritei começando a correr.
Mas senti minhas pernas enfraquecerem e logo estava no chão, me levanto com dor ignorando o sangue no joelho e percebo que o motoqueiro havia descido da moto para me ajudar.

A viseira do capacete era escura demais, consequentemente não podia ver o rosto escondida por ela.

- Você achou que eu ia te roubar? - Josh tira o capacete rindo.

Um pouco mais calma eu o ignoro e saio andando.

- Quer uma carona? É perigoso andar sozinha essa hora.

Penso durante alguns instantes, realmente não queria ir andando para casa aquela hora. Depois de refletir e perceber que ele já estava se irritando com a demora eu me aproximo dele e ele me estende o capacete dele.

- Você vai sem capacete? - Questiono.

- Sim, só tenho esse. Coloca e sobe logo antes que eu desista.

Ele sobe na moto e liga a mesma, então eu subo me apoiando em seu ombro e ele sem dizer nada faz um movimento com o ombro indicando que eu deveria retirar minha mão dele, e dessa vez eu havia ficado irritada.

Eu nunca havia andando de moto na vida, então estava nervosa. Segurei fortemente no ferro que havia na traseira da moto. Josh saiu e eu sentia o vento gelado que batia em minhas pernas a mostra, por conta do short. Me segurava com toda minha força, com muito medo. Josh ignorou alguns sinais vermelhos e seguia acelerando mais do que meu coração podia aguentar de medo. Então ele avistou um caminhão manobrando e parou no sinal. Eu afroxei um pouco as mãos e elas estavam um pouco doloridas.

De repente ele saiu inesperadamente com a moto, fazendo meu corpo todo ir para trás em um forte impulso, então de forma repentina, num reflexo seguro em seus ombros, mas logo que percebo volto a me segurar no ferro.

P.O.V Caroline OF.

P.O.V Josh ONN:

Eu nunca, jamais havia falado com ninguém sobre minha mãe, sobre sua morte, sobre as memórias que havia tido com ela. Mas, de alguma forma, ouvir a história de Caroline me fez falar. Sem pensar muito, só escapou da minha boca. Mas havia sentido um alívio inexplicável após falar aquelas coisas. Era como se alguém tivesse esvaziado uma mochila muito pesada que eu carrego por toda vida....

Após horas ali naquele terraço, meu corpo estava gelado de frio, e eu sentia muita dor de cabeça, talvez por não ter comido nada o dia inteiro, ou por estar a muitas horas sem nenhum cigarro.

Estava refletindo sobre o que havia acontecido com Theo, quando ouvi um barulho bem baixo, percebi que vinha de Caroline e que ela estava dormindo no chão, então me aproximei e vi que seus dentes estavam rangendo de frio. Ignoro por alguns minutos.

Mas sinto uma culpa irritante. Então tiro o moletom e coloco sobre ela. Ela abre os olhos, mas no mesmo instante volta a dormir...

Estava congelando e torcendo muito para que qualquer um fosse até o terraço me libertar daquela tortura.

Após uns instantes ouço passos na escada, e vejo a porta abrir. Era um segurança. Ele joga a luz da lanterna nos meus olhos, e eu mando ele abaixar.

- O que você está fazendo aqui? Não sabe que é proibido moleque? - Ele pergunta abaixando a lanterna.

- Não me diga... Eu estava preso aqui. - Digo irritado, mas já me levantando.

mau caminhoOnde histórias criam vida. Descubra agora