Saí do abrigo horas depois, eu e Harry fôramos os únicos que não conseguiram pregar os olhos a madrugada toda, mas também não conseguimos trocar uma palavra um com o outro. Algo me dizia que ele tinha os mesmos pensamentos que eu, apenas não queria falar sobre isso com receio de me magoar.
Me assustei quando vi os raios de sol fracos tocarem meu rosto, ficar naquele buraco por horas fizera meus olhos se desacostumarem com a claridade. O general do exército só tinha nos liberado de sair do abrigo pela metade do dia, já os criados pela madrugada mesmo quando tudo parecia ter se acalmado, foram obrigados a sair e começar a ajeitar as coisas.
Próximo ao meu quarto, tinha quadros jogados no chão, pedaço de um espelho estralhaçado, papéis espalhados e um cheiro muito forte de algo que parecia ser tóxico. Tampei meu nariz quando aquele odor me adentrou e fez meus olhos arderem, eu não sabia mais o que esperar daquele povo.
Agradeci ao guarda que tinha me acompanhando e o mesmo fez as devidas reverências, se pondo em prontidão enfrente a porta, prestes a me defender a todo custo. Assim eu espero.
Alguma criada já tinha deixado o meu banho pronto, passei os dedos pela a água e estava quentinha. Seria estranho dizer, mas as coisas estavam do jeito que Leigh-Anne costumava deixar. A posição que deixava a esponja encostada, o caneco que ela costumava usar, até a minha preferida fragrância.
Minhas suposições se confirmaram quando eu vi sua silhueta no canto do quarto, no mesmo instante corri para seus braços. Os mesmos me rodearam e me apertaram. Saber que ela estava bem me deixava muito mais tranquila, saber que nada de ruim tinha acontecido, deixava minha consciência limpa.
— Você ficou bem? — perguntei correndo os olhos por todo seu corpo, para conferir que tudo estava em perfeita ordem.
— Sim, estou bem. — respondendo colocando seu braço esquerdo para atrás de seu corpo, mas eu fui mais rápida e vi uma parte de seu antebraço enrolada em um pano branco manchado de sangue.
— O que aconteceu? — a preocupação voltou a me rodear.
— Nada demais, apenas me cortei enquanto cortava um legume. — ela mentiu descaradamente.
— Oh, pois então usou seu braço para cortar o legume? — debochei — Pensei que usasse as mãos.
— Não se preocupe, está tudo bem. — ela depositou um beijo delicado em meus lábios, como se aquele fosse o santo remédio para me aliviar.
E realmente, era o meu alívio para tudo. Quando que beijar uma garota se tornou a parte mais interessante de minha vida? Quando isso aconteceu e por quanto tempo eu dormi?
— Fiz questão de preparar seu banho, imagino que a noite tenha sido aterrorizante. — ela acariciou meus ombros delicadamente.
— Sim, mais aterrorizante ainda pois eu não conseguia ter a certeza que você estava sã e salva. — novamente me joguei em seus braços. Em minhas orações, por mais pecadora que eu fosse, eu pediria por sua segurança.
Ela me guiou até a borda da banheira, onde me ajudou a retirar as roupas que me cobriam, me deixando completamente nua em sua frente. Sempre fiquei nua na frente de Leigh-Anne, mas daquela vez tinha algo diferente. Eu não me sentia desconfortável, mas me sentia estranhamente incompleta digamos assim.
Levantei a minha perna o suficiente para que eu conseguisse entrar na água, seus dedos finos entrelaçados aos meus me dando o apoio que eu necessitava. Quando deixei que a água cobrisse até a altura de meus seios, parecia que todos os meus músculos tinham relaxado no mesmo instante.
A cada toque seu em minha pele, eu sentia meu corpo ferver, algo estranho que eu não sabia decifrar o que era e nem como suprir minhas vontades, mas era como se eu sentisse a necessidade de colar seu corpo no meu. Seu toque delicado pelos meus ombros, os massageando. Fechei os olhos para apreciar cada segundo daquele momento, após catástrofe uma boa recompensa.
— Está bom assim? — sussurrou em meu ouvido. Como um reflexo encolhi meu pescoço em direção ao ombro direito, sentindo meu corpo todo se arrepiar.
— Melhor só você aqui dentro!
Era tão surreal como nós duas mudamos da água para o vinho, ou pelo menos eu, já que Leigh-Anne deixou explícitas suas vontades que sempre teve. Mas era diferente para mim, nunca olhei para ela com olhos sujos - como ela tinha dito -, mas foi só aquele beijo acontecer para a minha cabeça girar e meus pensamentos mudarem. E agora, o único jeito que eu sabia olhar para ela era sujo. O melhor de tudo nessa história de revelações, era como Leigh-Anne tinha começado a se portar diante da situação. Mesmo eu tendo feito o convite, me surpreendi ao ver seu corpo nu, que mais parecia uma pintura neoclássica, a minha frente. Ela se sentou de frente para a mim, seus olhos escorriam luxúria, nossas pernas se tocavam e o que fervia dentro de mim, tinha passado a ferver muito mais. Eu estava dentro da água, mas eu pegava fogo.
O tempo que ficamos com os lábios separados de uma da outra foi torturante, e ela acabou com isso, me puxando para si e me adentrando com sua língua. Era um beijo diferente, era um beijo que despertava em mim uma vontade oculta. Sua mão agarrou a minha e ela a guiou até os seus próprios seios, apertando-os sobre a minha própria mão, me ensinando como eu deveria fazer.
A cada segundo que se passava, eu sentia minha parte de baixo latejar, desesperada por algo que eu não sabia identificar o que. Eu apertava minhas pernas umas nas outras e as esfregava, tentando arrumar um jeito de me aliviar. Mas Leigh-Anne me mostrou um jeito melhor de resolver me agonia, estranhei quando sentir seus dedos leves tocarem minha parte íntima. Ela passava a mão delicadamente por cima me acariciando, mas aquilo parecia aumentar cada vez mais minhas vontades. Antes o que ela fazia era tão superior, mas agora eu sabia que ela podia fazer mais por mim, e eu queria muito mais que aquilo. Mesmo sem saber o que aquilo ou mais iria ser.
— Melhor nos adiantarmos, a Senhorita precisa descansar. — ela sorriu para mim, achando graça da minha situação desconhecida. Se levantando e se enrolando em um lençol branco, voltando a passar a esponja pelos meus braços e costas.
Bufei de frustração. Ela tinha prometido me mostrar mais e estava fazendo aquilo tudo se tornar mais confuso e difícil para mim.
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AMEN
FanfictionPróxima na linhagem dos Edwards a assumir o trono da Inglaterra, Perrie sente o peso da coroa inglesa em sua cabeça, mesmo antes de tê-la. Prestes a se casar com o herdeiro do trono italiano para formar alianças, sem total confiança de quem são seus...