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Cheguei a casa à, precisamente duas horas e não havia sinal do meu namorado.

Começava a ficar preocupada.

Apesar de, eu saber que ele se encontra no treino, estou preocupada porque, supostamente, o treino já acabou. Não tenho uma única mensagem. Nem uma chamada.

Só espero que não lhe tenha acontecido nada.

Neste momento, estou sentada no sofá, a ver - ou a tentar - uma série na Netflix.

Ouço o barulho das chaves e, consequentemente, os passos do Francisco.

Viro o meu pescoço na direção do hall de entrada e automaticamente sorrio ao ver o lindo sorriso da minha cara metade.

Ele pousa o saco desportivo no chão e senta-se no sofá, ao meu lado.

- Estou tão cansado! - suspirou e fechou os olhos.

Virei-me na sua direção e acariciei a sua face.

Senti-o acalmar com o meu toque e isso fez-me sorrir.

- Queres que te faça uma massagem? - propus e vi-o abrir os olhos, voltando a fechá-los.

- Não precisas, a massagista do centro de treinos já me fez uma. - respondeu e afastei-me um pouco do lisboeta, concentrando a minha atenção na televisão. A sério que tinhas de dizer isso, Francisco?

- Ei, estava a brincar! - gargalhou. Aproximou-se de mim e colocou a sua mão direita na minha perna. - Ninguém me fez massagem nenhuma e, mesmo que tivessem feito, as tuas massagens são as melhores, são de outro mundo.

Olhei para ele e revirei os olhos.

- Sabes que eu adoro ver-te com ciúmes? - provocou.

- Não estava com ciúmes. - respondi.

- Não, que ideia. - ironizou.

Como não o consigo resistir, aproximei os nossos rostos e depositei um breve beijo nos seus lábios.

- Não são ciúmes. Simplesmente não quero que as outras toquem no que não lhes pertence. - disse após quebrar o contacto.

- Na minha terra isso é considerado ciúmes. - replicou. - Mas, fazes-me a massagem ou não?

Não respondi. Ao invés, levantei-me e fiz sinal para que ele se deitasse no sofá.

Posicionei-me no sofá, de modo a conseguir fazer a massagem.

Comecei a fazer os movimentos com as mãos e senti-o relaxar.

- Como correu o teu dia? - questionou enquanto eu lhe continuava a fazer a massagem.

- Correu bem. Eu adoro aqueles miúdos. - sorri ao lembrar-me das crianças do infantário em que trabalho.

- Não sei como é que os aguentas. - gracejou e eu gargalhei.

- Têm as suas coisas, mas são uns amores.

- Já imaginaste como seriam os nossos filhos? - ao ouvir a sua pergunta, o meu corpo paralisou. Saí do sofá e o Chico levantou-se, sentando-se de novo.

- Porque é que te lembraste disso? - respondo com outra pergunta.

- Então, porque acho que é uma coisa que ambos queremos. Tu amas crianças e eu adoraria ter a experiência de ser pai. - esclareceu.

- Eu não sei, Chico. Ainda somos novos, temos muito tempo para isso. - tentei não prolongar a conversa por ser um assunto do qual não queria, de todo, falar.

- Eu sei que sim, mas já imaginaste como é que eles seriam? E os nomes? Nunca pensaste em nenhum? - visivelmente entusiasmado com o tema, perguntou.

- Não, nunca pensei.

- Eu já. Se fosse rapaz, gostaria que ele fosse Simão. Iria ensinar-lhe a jogar futebol. Iria ensinar-lhe a conquistar a sua miúda, tal como eu fiz contigo. - foi impossível não rir com a sua sentença. - E se fosse menina, gostaria que fosse Lara, ou Laura. Iria protegê-la de tudo e de todos. Nenhum rapaz se iria aproximar. Ela seria a luz dos meus olhos. - os olhos do Francisco brilhavam, e isso estava a fazer com que me sentisse muito mal.

Queria responder, mas não consegui dizer nada.

- Estás bem, Leonor? - o Francisco perguntou, colocando uma das suas mãos nas minhas costas.

- Estou. - forcei um sorriso. - Vou preparar o jantar.

Abandonei a sala de estar e rumei até à cozinha.

Suspirei e fechei os olhos por uns segundos.

Não lhe posso continuar a mentir sobre isto.

Olá!

Parece que as ideias nunca param 😅

Desta vez trouxe uma história com o Francisco Geraldes porque já há muito tempo que o queria como protagonista mas a história não se enquadrava com o que eu imagino.

Espero que tenham gostado deste início, e que segredo estará a Leonor a esconder?

Vemo-nos no próximo, Rita ❤️

P.S. Vou tentar atualizar esta história todas as semanas uma vez que já tenho o final idealizado.

LUZ ; francisco geraldesOnde histórias criam vida. Descubra agora