; dois

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Depois de um jantar um tanto estranho, fiz a minha higiene, vesti o pijama e enfiei-me debaixo dos cobertores.

O Francisco estranhou o facto de, mal ter acabado o jantar, ter ido logo para o quarto.

De facto, até eu estranhei. Depois do jantar, costumamos ficar os dois na sala a ver alguma série ou filme, mas desta vez, não. Não sei explicar o porquê, simplesmente não consegui ficar naquele ambiente.

Tentei, a muito custo, adormecer. Todavia não estava a conseguir. As palavras do meu namorado ainda ecoavam na minha cabeça.

Já imaginaste como seriam os nossos filhos?

A verdadeira resposta à pergunta dele é não.

Nunca pensei porque eu não quero ser mãe. E nós nunca havíamos antes tocado em tal assunto. Não entendo o porquê da sua questão.

Inconscientemente, uma lágrima desliza pela minha cara, uma vez que a possibilidade de o Francisco querer ser pai é elevada, já eu, não quero ser mãe.

Como é que ele vai querer continuar com alguém que não lhe quer dar filhos?

Ouço a porta do quarto abrir e deixo-me estar quieta para fingir que estou a dormir.

Não quero nada falar com ele agora.

- Leonor, estás acordada? - Francisco sussurrou.

Ele não obteve nenhuma reposta da minha parte e senti a ponta da cama afundar. Sinal de que o jogador se sentou na mesma.

Francisco deitou-se ao meu lado e senti a sua mão acariciar a minha face.

- Se ao menos me dissesses o que se passa contigo... - o futebolista falou para si, suspirando. - Seria tudo mais fácil.

Abri os olhos e encontrei um Francisco com um olhar preocupado.

- Desculpa, amor... Acordei-te? - inquiriu e eu apenas balancei a cabeça, negando.

- Eu não estava a dormir.

- Não? - confuso, perguntou e eu voltei a abanar a cabeça para negar a sua questão. - Então porque é que estavas a fingir que estavas a domir?

- Desculpa. - foi a única palavra que consegui proferir.

- Tu não estás bem, Nonô. - constatou, usando a alcunha que ele já usa desde os tempos de escola.

- Estou sim, porque é que dizes isso?

- Leonor, conhecemo-nos à nove anos e namoramos à quatro. Conheço-te como a palma da minha mão.

- Chico, não se passa nada, a sério.

- Então porque raio é que te vieste deitar?

- Estou cansada, só isso. Hoje o dia foi desgastante. - ofereci-lhe um sorriso para tentar fazer com que o interrogatório terminasse.

- Tens a certeza? Sabes que me podes contar tudo. Somos namorados, melhores amigos. Nunca te vou julgar por nada deste mundo.

- Eu sei Chico, e por isso é que eu te amo.

Ele aproximou-se de mim e rapidamente juntou os seus lábios aos meus.

- Eu amo-te, Leonor. - murmurou ainda com a sua boca bem perto da minha.

Voltei a juntar os nossos lábios num beijo calmo.

Mas, num instante passou para um beijo intenso.

Senti as mãos do Francisco subirem a camisola do meu pijama e afastei-me.

- O que é que foi? - o lisboeta interrogou.

- Desculpa mas estou cansada. Preciso de dormir.

- Claro. - ele ia-se levantar mas eu agarrei no seu pulso.

- Por favor, fica. - pedi.

Observei o sorriso de que eu tanto gosto formar-se no rosto do meu namorado e ele deitou-se ao meu lado.

Enrosquei-me no seu peito e o Francisco enrolou os seus braços à volta do meu tronco. Depositou um beijo nos meus cabelos e, assim, adormeci, com a certeza de que não poderia continuar a mentir-lhe.

Não só por ele, que merece saber a verdade, mas também por mim, que necessito de tirar este peso de cima dos meus ombros.

Olá, olá!

Aqui está o segundo capítulo desta obra com o Geraldes.

O que estão a achar até aqui?

Quero tanto saber as vossas opiniões.

Quero também dizer que esta história passa-se no presente só que, em vez de o Francisco jogar na Grécia, continua a jogar no Sporting, so let's pretend 😂

Espero mesmo que tenham gostado e vemo-nos no próximo, Rita ❤️

LUZ ; francisco geraldesOnde histórias criam vida. Descubra agora