; três

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Francisco

O toque de chamadas do meu telemóvel toca e apresso-me a ver de quem é que é a chamada.

Ao ver que é a minha mãe, pressiono o botão verde, para atender.

- Olá, filho! Tudo bem? - a minha mãe fala assim que atendo.

- Sim, estou bem e tu?

- Também. Olha, liguei-te para saber se tu e a Leonor querem vir cá a casa almoçar. Já não estamos juntos à algum tempo.

- Não sei mãe, vou falar com a Leonor e já te digo alguma coisa, pode ser?

- Sim, claro. Um beijinho! - após trocarmos as despedidas, desliguei a chamada.

Vou até ao quarto onde a minha namorada ainda se encontra a dormir.

Entro, sem fazer barulho, no quarto.

Aproximo-me da loira e observo-a a dormir. Ela é tão serena. Dá-me vontade de a esmagar e nunca mais a largar.

Delicadamente, passei com o meu dedo indicador na sua bochecha.

- Nonô, acorda! - proferi.

Ela mexeu-se mas manteve-se com os olhos fechados.

A lisboeta é das pessoas mais preguiçosas à face da terra e, conhecendo-a como conheço, é melhor acordá-la agora para ela ter tempo de fazer tudo como gosta e à sua maneira. Se a deixasse ficar a dormir, iria ser pior porque ela não teria tempo nenhum para se arranjar.

Mulheres, pensei.

- Nonô, meu amor, acorda! - voltei a repetir e abanei-a suavemente.

Ela, lentamente, abriu os olhos e um grande sorriso formou-se nos meus lábios.

- Bom dia! - já num tom mais elevado, disse.

- Que horas são? - perguntou enquanto esfregava os olhos.

- São... - olhei para o meu pulso, onde tinha o meu relógio. - Nove e vinte. - completei.

Caminhei até à janela e abri as persianas.

Ela fechou os olhos devido à imensa claridade que vinha de lá de fora.

- Posso saber o porquê de me acordares a estas horas, num sábado?

- Porque a minha mãe nos convidou para irmos lá almoçar. - deitei-me na cama e beijei a bochecha da mulher de vinte e cinco anos.

- E tinhas de me acordar agora? - continuou a reclamar com as minhas ações.

- Sejamos honestos Leonor, tu demoras séculos para te arranjares. Assim, podes tomar o pequeno almoço, podes tomar banho em paz e fazer todas as outras coisas com calma. - ela gargalhou e acabei por me juntar a ela.

- Uma mulher tem de estar sempre elegante. - piscou o olho e não resisti em beijá-la.

- Tu estás sempre elegante, mesmo quando acordas. - gracejei.

- Ui, com esse elogio o dia até me vai correr melhor. - depositou um breve beijo nos meus lábios e levantou-se.

- Vá, vai lá tomar banho enquanto eu preparo o pequeno almoço.

Abandonei a divisão e dirigi-me para a cozinha.

Depois de termos tomado o pequeno almoço, permanecemos em casa a ver um programa de televisão qualquer, até o relógio marcar as onze e meia.

Saímos de casa e entramos no meu automóvel.

Falámos sobre os mais variados assuntos e rapidamente chegamos à casa onde, outrora vivi.

Toquei à campainha e, nem um minuto passou, vi o rosto da minha mãe depois de ela abrir a porta.

Puxou-me para um abraço apertado.

- Mãe, estás a apertar-me. - murmurei.

- Se tu viesses cá mais vezes não teria tantas saudades. - replicou.

- A tua mãe está certa, Chico. - a Leonor pronunciou-se.

- Oh Leonor, dá cá um beijinho. - a sogra da minha namorada largou-me e cumprimentou a loira.

As duas mulheres trocam algumas palavras enquanto que eu entro em casa.

Caminho até à sala e o meu pai está sentado no sofá.

- Então pai, como estás?

- Estou bem, e tu?

- Também. Ando um pouco cansado devido aos treinos mas estou bem.

- Pois, mas não parece. Já viste as exibições do Sporting ultimamente?

- Oh pai, não vais começar. Já estou mal o suficiente por causa disso, não preciso de mais sermões.

- Sim, também não quero falar sobre isso. Vá, conta lá como vão as coisas com a Leonor. Por falar nela, ela não veio?

- Veio sim, está lá fora com a mãe, já sabes como é que elas são quando estão juntas. - revirei os olhos e o meu pai riu. - Mas, respondendo à tua pergunta, as coisas no geral vão bem, só que... - ia prosseguir com a minha fala mas as duas mulheres da minha vida entraram na sala, o que me fez calar.

- Vamos comer? - a minha progenitora perguntou retoricamente.

Eu e o meu pai levantamo-nos e fomos todos para a sala de jantar.

Começamos a refeição e, como sempre, estava a ser bastante agradável.

Adoro a relação que os meus pais têm com a Leonor. Para mim, o apoio da minha família é bastante importante e saber que eles gostam da pessoa que eu amo, já é meio caminho andado para tudo correr melhor. Claro que, não é o facto da minha família gostar da Leonor que as coisas entre nós vão correr melhor. Mas, é tudo mais fácil quando todos se dão bem.

- E netos, já pensaram em dar-me um? - com um sorriso sugestivo, a mulher de cabelos curtos, perguntou.

Olhei para a Leonor e reparei que ela estava um pouco desconfortável com aquela questão.

Eu sei que algo de errado se passa com a Leonor. Já ontem, quando toquei no tema "filhos", ela ficou estranha. E quero saber o que é que se passa com ela. Mas este não é o local ideal nem a altura ideal para o fazer, portanto, prefiro desviar o assunto.

- Já falamos sobre isso uma vez, mas não está nos nossos planos. Pelo menos por agora, não é, Nonô? - olhei para ela e encarei-a. A amante de crianças anuiu com a cabeça e forçou um sorriso.

Depois de um almoço bastante agradável, tirando aquela súbita questão da minha mãe, ficámos mais um pouco a desfrutar da companhia uns dos outros, até que decidimos voltar para casa.

Entrámos em casa e fomos para a sala.

- Leonor, diz-me. O que é que se passa?

- Estás a falar do quê?

- Não te faças de desentendida. De hoje não passa. Conta-me.

Ela suspirou.

- Senta-te. - ordenou. Sentámo-nos sobre o sofá. - Vai ser uma longa conversa. - sussurrou num tom quase inaudível, mas mesmo assim, consegui ouvir.

Hellooo!

Parece que no próximo capítulo vamos perceber o porquê da Leonor não querer ser mãe. E preparem-se porque as coisas vão aquecer! 🔥

Espero que estejam a gostar.

Espero, também, que esteja tudo a correr bem com vocês.

Um grande, grande beijinho, Rita ❤️

LUZ ; francisco geraldesOnde histórias criam vida. Descubra agora