; cinco

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Entro em casa com o desejo de tomar um banho quente, enfiar-me debaixo dos lençóis da cama e só sair de lá no dia a seguir.

Pouso as chaves no móvel da entrada e dirigo-me até a sala onde o Fransico está.

- Olá. - disse eu.

Caminhei até ele e depositei um beijo na sua bochecha.

Ele sorri e olha para mim.

- Olá, meu amor. Como correu o teu dia? - o lisboeta questiona-me.

- Foi normal. Estou super cansada, vou tomar um banho.

- Ok... Tu estás bem, Nonô? - com o seu típico ar preocupado, o meu namorado interroga-me.

- Sim, só preciso de descansar um pouco. - afirmei.

- Então eu vou fazer o jantar, pode ser?

- Claro, obrigada. - mostrei-lhe um fraco sorriso e virei costas, indo em direção ao nosso quarto.

Já no quarto, pego no meu pijama e vou para a casa de banho.

Retirei as roupas que trajei no dia de hoje e entrei na banheira.

Precisava de relaxar, e nada melhor do que um banho quente.

Eu não sei o porquê mas, desde que contei ao Francisco o facto de não querer ser mãe, as coisas firacam estranhas. Ele continua o mesmo, já eu... Não sei se consigo lidar com a nossa diferença de patamares. Quer queiramos quer não, eu e o jogador profissional de futebol não temos os mesmos objetivos e isso pode interferir na nossa relação.

Se é que já não interferiu...

Ao começar a sentir a pele enrugada, percebi que estava à demasiado tempo debaixo de água.

Saí da banheira e enrolei o meu corpo e o meu cabelo nas toalhas.

Depois de passar por todos os procedimentos de higiene e de já estar com o pijama vestido, vou para a sala.

Ouço o Francisco cantarolar enquanto faz o jantar.

Uma das coisas que aprecio no Chico é o facto de ele gostar de me ajudar nas lidas da casa. Gosto quando ele me pergunta se quer que fazer algo por mim, gosto da preocupação que ele tem para comigo.

Sinto a presença do rapaz de vinte e quatro anos e desvio o meu olhar da televisão para o poder observar.

- O jantar está quase pronto! - ele afirma. Sorri como agradecimento.

- Eu vou meter a mesa. - ia-me levantar mas a sua voz impediu-me de o fazer.

- Não, deixa estar, eu meto. - sorriu.

- Mas... - não permitiu que eu continuasse.

- Mas nada. Não podes ser sempre tu a tratar das coisas. Já reparei que estás mesmo cansada e, por isso, não quero que te canses mais. - e com isto, abandonou a divisão.

Desde que conheci o Francisco, sempre soube que ele é um rapaz diferente. E não há dúvidas sobre isso. Ele sempre teve esta preocupação para com as raparigas. Detesta os rapazes que nos tratam mal e esse facto, foi um dos motivos que me levou a apaixonar-me por ele. Eu sei que ele é o tal... Mas será que eu sou a tal para ele?

- Leonor, jantar! - ele gritou. Peguei no comando e desliguei a televisão. Levantei-me e caminhei até à cozinha.

Sentei-me na cadeira e deixei que o meu namorado me servisse.

Ele serviu-se também e iniciámos a refeição.

- E então, como foi o teu dia lá com os miúdos? - questionou o Chico.

- Foi bom. - respondi sem olhar para ele.

- Hm, pela tua cara não me parece que tenha sido bom. - gracejou.

- Foi um dia normal, sabes que eu adoro aqueles miúdos. - desta vez, olhei para ele.

- E o Rodrigo, quis vir contigo para casa? - automaticamente um pequeno sorriso formou-se nos meus lábios aquando da menção de um dos meninos do infantário. - Eu juro que um dia esse miúdo me vai roubar a namorada. - riu.

- Oh, ele vê-me como uma mãe. Sabes que ele perdeu a mãe muito cedo.

- Eu sei... Tu darias uma ótima mãe. - notei um brilhozinho nos olhos do lisboeta e aquela sentença inquietou-me.

Movi o meu olhar para o prato e comi mais um pouco de modo a evitar aquela conversa.

- Chico, não vamos voltar a falar sobre isto. - pequenas gotas de água formaram-se nos meus olhos e levei a minha mão aos olhos, para evitar que as lágrimas caíssem.

Mesmo assim, não consegui controlar e comecei a chorar compulsivamente.

De imediato, senti os braços do Francisco circundarem o meu corpo e deixei-me chorar no seu peito.

- Por favor, Nonô, conta-me o que te está a preocupar. - sussurrou. - Tu não estás bem e eu odeio ver-te assim. - o futebolista fazia carícias nos meus cabelos.

- Eu não consigo... - murmurei.

Levantei-me e corri para o quarto.

Fechei a porta e atirei-me para a cama de barriga para baixo.

O Francisco não merece que o faça sofrer.

Ele merece alguém melhor e que lhe possa concretizar um dos seus maiores sonhos, dar-lhe filhos.

Olá!!!

Deixo-vos aqui o quinto capítulo desta história entre o Chico e a Nonô.

Estes dois... Preparem-se porque não vão estar à espera... 🤭🤫

Espero que esteja a correr tudo bem com vocês.

Um grande beijinho,

Rita ❤️

LUZ ; francisco geraldesOnde histórias criam vida. Descubra agora