Segredos (Elizabeth) - parte 2

5.6K 433 152
                                    

Lizzy

Lá estava eu, sentada na varanda, desenhando em meu caderno, aquilo era melhor que um diário, eu podia desenhar o que aconteceu no dia, segredos e até coisas que não saberia expressar em palavras. Resumindo, eu amo desenhar. Hoje é o meu aniversário...sempre que esse dia chega, eu fico feliz e...triste, feliz por ser meu aniversário e triste por ela não estar aqui comemorando esse dia, a minha mãe morreu no meu parto, meu pai disse que ela só teve tempo de me colocar em seus braços e falar que me amava. Papai sempre diz que não foi minha culpa, eu sei disso, se eu tivesse escolha ela estaria viva e eu também, uma não precisaria morrer para a outra viver. Mas eu...só queria ela aqui. Se eu tivesse uma chance de ver ela de novo, eu faria valer. É incrível a falta que ela faz mesmo eu nem tendo a conhecido. Me assustei ao ver lágrimas molhando o meu caderno.

Papai: Querida...

Eu me virei e ele entrou na varanda, com olhos preocupados.

Papai: Por que está chorando?

Lizzy: Eu não entendo...eu só...queria ela aqui.

Ele se sentou no sofá, ao meu lado, passou a mão em minhas lágrimas e me abraçou.

Papai: Eu também sinto falta dela querida.

Ele deu uma risada fraca.

Papai: Vocês se parecem tanto. Não só de aparência, mas de comportamento também. Você tem a mesma teimosia, a mesma coragem...o mesmo coração. Ah, ela tinha um coração de ouro...e essa foi a melhor coisa que ela poderia ter te passado...acredite!

Ele suspirou, era como se estivesse visualizando tudo aquilo.

Papai: Eu sei...ela faz falta. Mas saiba...que ela sempre estará aqui.

Ele colocou a mão em seu coração.

Papai: E aqui...

Ele colocou a mão no meu coração, o que arrancou de mim uma risada.

Lizzy: Eu sei papai.

Papai: Acredite querida, ela te amava tanto, mesmo antes de ter nascido e ela continua te amando, não importa onde ela esteja. E sim, eu tenho certeza disso.

Era incrível como meu pai, sempre fazia eu me sentir melhor. As vezes, nem palavras ele usava, as vezes, apenas sua presença bastava. Eu me perguntava como um homem tão bom, conseguiu casar com uma mulher tão má.

Papai: Agora vamos, eu vou resolver algo no meu escritório e já me junto a você e sua madrasta no café da manhã.

Lizzy: Certo, até lá.

Dei um beijo em sua bochecha e sai. Quando cheguei ao andar de baixo, encontrei minha madrasta. Puxei a cadeira que estava na sua frente e sentei, seu olhar me acompanhava.

Lizzy: Bom dia.

Ela não respondeu, apenas abaixou o olhar. Pude ver a senhora Betty, entrando com uma torta em mãos. Ela é uma senhora simpática, a única figura mais parecida com uma mãe que eu pude ter. Ela é uma bruxa nascida de pais trouxas, já passou por muita coisa e acabou ficando no mundo bruxo, ela trabalha aqui desde antes do meu nascimento, não é casada, não tem filhos e mora aqui conosco...no pequeno quarto que temos aos fundos. Ela merecia um quarto como o nosso, ela já fez tanto por nós, mas a minha madrasta nunca permitiria algo assim. Infelizmente, meu pai se casou com uma grande idiota.

Lizzy: Bom dia, Betty!

Betty: Bom dia, Lizzy! Fiz aquela torta de maçã que você tanto adora!

Lizzy: Obrigada! Parece deliciosa!

Evangeline: Odeio atrapalhar a conversa das duas, mas...suponho que você é paga para trabalhar, e não para ficar conversando. Anda, não estou vendo a minha geléia na mesa!

Severo SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora