Paris💔

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Lizzy

Minha relação com Severo tinha ficado abalada desde aquele dia. Nós ficávamos juntos todos os dias, mas não com a mesma frequência, ele tentava agir normalmente, mas era claro que ele não conseguia.

E foi assim todos os dias...até que nossa vida em Hogwarts como alunos havia acabado.

Eu e Severo não nos reencontramos nem um dia sequer após isso, sei que soa dramático, pois só havíamos saído de Hogwarts a poucos dias, mas...eu ia para Paris. Tudo que eu queria era passar o tempo que ainda tenho aqui com ele, mas ele parecia me evitar mais do que nunca.

Eu iria para Paris daqui um dia. Minhas malas já estavam praticamente prontas. Mandei algumas cartas para o Sev, tentei marcar algo antes da viagem, mas ele não respondeu nenhuma delas. De qualquer forma, valia a pena mandar mais uma. Peguei um pedaço de papel e a minha pena.

Eu queria que ele notasse que aquela carta era diferente de todas as outras. Então assim que acabei de escrever a carta, dei um beijo no canto do envelope, para que a marca do meu batom ficasse ali.

(No dia da viagem)


Severo

Mais uma carta havia chego no dia anterior. Eu não tive coragem de abri-la, nenhuma delas eu tive coragem de abrir. Todas as cartas que ela mandou estavam em minha mesa, fechadas, eu simplesmente não podia, não queria ter que ler elas.

Sei que isso é ridículo, mas assim não dói tanto. É como arrancar um curativo, se você puxa aos poucos, a dor causada dura mais tempo, mas se você puxa no mesmo instante a dor passa rapidamente.

Eu havia colocado a nova carta junto com as outras, mas algo martelava em minha cabeça...o formato de seu beijo no envelope. Ah, Lizzy e seu típico batom vermelho! Combinava tanto com ela, ela o usava em todas as ocasiões, era quase uma marca registrada.

Será que devo abrir? Era a pergunta que se passava repetidamente em minha cabeça. Lizzy é esperta, talvez tenha feito isso porque a carta é importante. Eu deveria abrir. Ah, Severo! Não se contradiza! Quanto mais rápido você acabar com isso melhor. Eu repetia para mim mesmo.

Droga! Peguei a carta novamente, me preparando para abri-lá. A quem você quer enganar? Já passou o dia inteiro enrolando! Você não consegue!

Vamos Severo, coragem! É só uma carta, não um mostro de sete cabeças! Eu respirei fundo e em um impulso rasguei o envelope e me sentei na cama.

Eu respirei fundo e comecei a ler.

"Querido Severo,

Sei que não gosta da ideia de eu me mudar para Paris, mas acredite, se eu pudesse, eu ficaria bem aqui, com você.

Eu sinto muito Sev, mas não posso deixar o meu pai, ele precisa de mim e eu preciso dele, assim como preciso de você.

Por favor, não me odeie por esta decisão. Saiba que eu sempre serei sua amiga, que nunca vou me esquecer de você e que eu te amo.

Eu só lhe peço um último favor, se despeça de mim.

Com amor,

Sua adorável Lizzy."

Eu dei um leve riso no final da carta.

"Adorável", toda vez que eu a chamava assim, ela corava, suas bochechas ficavam completamente vermelhas, ela franzia a testa...tentando parecer brava, mas no final sempre acabava rindo. E como um piscar de olhos, todos os momentos bons e ruins que passamos juntos vieram em minha cabeça.

Severo SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora