Capítulo 24

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Katherine

O baile ja estava quase no fim, nos despedimos de praticamente todos que ali estavam e queriam ver Júlia. Voltamos para casa e estacionei o carro.

Dona Maria me mostrou o quarto onde eu iria dormir que era do lado do quarto deles. Já o quarto de Júlia ficava do outro lado. Basicamente o quarto dos pais de Júlia ficava entre os dois quartos. Esperava ao menos dormir no chão do quarto de Júlia, mas eu não tinha direito de pedir nada.

Fiquei enrolando para me ajeitar para dormir tentando encontrar uma brecha para ficar a sós com Júlia, mas não consegui. Deitamos todos ao mesmo tempo e eu fiquei me revirando na cama, sentia falta dela nos meus braços, ainda mais agora que ela estava brava.

Resolvi arriscar esperei ser madrugada e fui passo a passo ao quarto de Julia. Antes que eu pudesse entrar encontrei dona Maria na cozinha.

- Esta com sede minha filha? - disse ela

- Estou sim, não quis fazer barulho para não acordar ninguém. - desconversei.

- Júlia esta aqui também perdeu o sono, venha pegue sua água. - disse ela.

Júlia estava com as bochechas vermelhas e eu sabia que ela tinha tido a mesma ideia que eu. Deitamos novamente e eu peguei o celular era o único jeito de falar com Júlia.

- Sua Mãe quase nos pegou. - mandei.

- Ela tem o sono leve qualquer barulho ela acorda. - mandou Julia

- Saudade de você e dessa sua boca, você estava linda no baile apesar de ficar me provocando com aquele cara. - mandei.

- Eu só dancei porque minha Mãe insistiu e eu quis evitar problemas. E você estava cheia de risadinha com a Marina. - mandou ela.

- Não tem porque ter ciúmes eu sou toda sua, eu que deveria ter já que vocês estavam de conversinha no banheiro. - mandei.

- Não foi nada demais, na infância ela era apaixonada por mim e demos um selinho. - mandou ela.

- E PORQUE EU SO ESTOU SABENDO DISSO AGORA? - devolvi.

- Para com isso não foi nada demais.

- Quando chegarmos em casa eu quero saber de tudo.

- Saudades de nós. - mandou ela.

- Saudades, dorme bem mesmo que longe de mim.

- Você também.

Acabei adormecendo e só acordei no outro dia com o cantar do galo.

Fiz minha higiene matinal e fui até a cozinha onde os três já tomavam café.

- Bom dia. - falei

- Bom dia. - disseram os três.

- Venha tomar café. - disse Dona Maria.

Sentei a mesa e fui tomar com eles.

- Quais os planos para hoje? - perguntou meu pai.

- Não pensei em nada. - disse Júlia.

- Por que você não leva Katherine para conhecer o lago, minha filha? - disse seu Zé.

- Ótima ideia, pai. - disse ela.

- É uma longa caminhada. - disse Dona Maria.

- Caminhar faz bem. - disse seu Zé.

Preparamos algumas coisas para levar e comermos por lá. Adorei a ideia de ficar a sós com Júlia, era tudo o que eu estava precisando. Pegamos as coisas para fazer um piquenique e saímos.

Caminhamos quase durante uma hora até chegarmos ao lago.

- Finalmente. - falei me deitando na grama.

- Pega uma água. - disse lhe alcançando.

Bebi aquela água com vontade e comecei a observar o lugar a água era quase cristalina e o sol estava convidativo para um banho.

- Vamos entrar? - convidou Júlia.

- Claro. - falei.

Tiramos nossas roupas e ficamos só de biquíni, entramos na agua que estava uma delícia.

- Tem algum perigo aqui? - perguntei.

- Bichos, você diz? - Júlia perguntou.

- Não, de alguém ver eu agarrar você agora mesmo. - falei.

Ela ficou com as bochechas coradas e eu não pensei duas vezes e grudei nossos lábios. Apertei seu corpo contra o meu e as poucos ela foi deixando a tensão de lado e se entregando.

- Quero você aqui. - falei em seu ouvido.

- Você sabe que não da. - ela dizia entre gemidos.

- Não tem ninguém aqui, amor.

- Alguém pode aparecer e alem do mais você sabe que eu não consigo me controlar quando você me toca. - disse ela.

- Quem poderá ouvir você são os animais e as aves. - brinquei.

- Por favor, não insisti. - disse ela me soltando.

- Desculpa, eu não quis parecer, você sabe. Eu nunca faria isso. - disse indo atrás dela e a abracei.

- Desculpa de novo. - pedi.

- Tudo bem. - ela disse.

Saímos da água e eu preparei as coisas que tinhamos trazido para o piquenique. Organizei tudo e Julia deitou a cabeça nas minhas pernas. Fiquei fazendo cafuné na sua cabeça e a beijei.

Ela continuou de olhos fechados e eu soube que aquela situação com a família dela estava lhe deixando tensa.

- Ta tudo bem? - perguntei.

- Eu soube o que minha Mãe falou da Marina pra você, sobre ela namorar uma menina. - disse ela.

- Não se preocupe com isso, já estou acostumada. - falei.

- Você parou pra pensar que ela pensa isso de nós também? - falou ela com lágrimas nos olhos.

- Amor, preconceito é assim mesmo, no inicio ela pode não gostar mas ela te ama e no final do dia só isso importa. E nunca esqueça que eu te amo e vou estar sempre com você. - falei.

Ela levantou e começou a me beijar, aos poucos deixando o beijo mais intenso e ela sentar em meu colo.

- Assim não tem como resistir. - falei sem parar de beija-la.

- Eu quero você. - ela disse tirando a parte de cima do meu biquíni.

Foi quando ouvimos um barulho de carro vindo. Julia pulou de cima de mim e se jogou na água. Eu fiquei sem entender nada e amarrei novamente meu sutiã. Depois de um tempo um carro estacionou onde nós estávamos.

- Peguei seu carro, filha. - disse seu Zé descendo do meu carro.

- Não tem problema. - falei.

- Esta chegando um temporal, vim buscar vocês para não pegarem chuva no caminho.

- Mas o céu está claro. - falei.

- Confie em mim filha. - ele disse.

Subimos no carro e voltamos para fazenda. Passou meia hora e o mundo caiu na cidade, com chuvas torrenciais.

Destinos Cruzados (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora