17º Capítulo

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LUKE HEMMINGS

Entrei no usual beco para dar dinheiro ao Tom, o que controlava o tráfico em Sydney. Eu não confiava em outros controladores do tráfico e Tom era meu amigo.

-Soube que você venceu a corrida ontem. - Ele comenta pegando o dinheiro.

-Foi fácil. - Dei de ombros.

Ele contava as notas mordendo o tubo do cigarro.

          -Quer? - Ele me ofereceu, eu assenti pegando o cigarro legalizado de sua mão e o acendendo - Como ainda está cedo, um normal para você.

          Eu ri jogando a fumaça.

          -Você sabe que eu só fumo os normais, me matam menos. - Ele ri com meu comentário e assente para as notas.

          -Certinho. - Ele as guarda - Bem, o que eu posso dizer? Sou só mais um viciado que vai morrer pela erva.

          Passo a língua pelo piercing ao tirar o cigarro da boca, o que ele disse me lembrou de Michael.

          -E se Michael não parar, ele vai ser um desses caras. - Comento e Tom assente.

          -Sem querer te ofender, mas você sabe que você tem uma parte de culpa de ele ser viciado, não sabe? - Ele pergunta, sem agressividade, entretanto foi como um tapa na minha cara.

          -Sei, se eu não tivesse feito aquilo...

          -Estou me referindo ao dinheiro. - Ele chacoalha as notas - Se você não viesse aqui me pa...

Ele para de falar e olha para trás de mim.

-Falando nele. - Me viro, Michael estava parado com os braços cruzados - Boa sorte na sua mentira.

-Se eu falar que virei um adorador de drogas vai ser pior, não vai? - Eu jogo o cigarro para o lado enquanto Tom vai andando rindo.

Respiro fundo pensando no que dizer para a pergunta que já sabia que Michael me faria. Ele balança a cabeça, lhe ofereço um cigarro comum que ele aceita.

-Por que está dando dinheiro pro Tom? - Ele pergunta com raiva - Não me diga que você virou um viciado, Luke, você sabe como eu me odeio por depender dessas coisas!

Pensei no que falar enquanto mordia o lábio.

-Não me diga - Ele continuou - que eu agora terei que, não somente me ver me matando, mas ver o meu melhor amigo também.

Se ele soubesse de tudo...

-Não é nada, Clifford. - Eu rio, pegando outro cigarro, não queria, mas poderia disfarçar melhor - É só uma dívida de um corredor da racha.

-Quem? Alex?

-Você não conhece.

-É sério?

-É cara, você sabe que eu acho essas drogas nojentas.

-Estou vendo. - Ele diz irônico e desce os olhos para o cigarro em minha boca.

Ele sorri e eu sorriu de volta.

-Já disse que tem um motivo para esse aqui ser legalizado...

Ele me empurra, eu rio e começamos a andar pelas ruas escuras que circulam o tráfico. Michael pareceu finalmente acreditar em mim, por isso relaxo, enquanto andamos sem dizer nada, apenas jogando respectivas fumaças para cima.

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