2º Capítulo

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          Levantei com a maior das preguiças e fui até janela.  O sol estava  começando a vir  pela direita, transformando  todo o azul do   céu  em laranja  e amarelo. Respirei   fundo  quando  um  raio  de sol tocou meu rosto e tirei uma  foto.  No  meu  celular havia   milhares    de    fotos    do    céu   e    de    seus componentes , sol,  lua, estrelas  e até os planetas e galáxias, eu tinha essa imensa obsessão.

          -Emma, o café está pronto. - Minha mãe Mary gritou.

Ela e meu pai, James, já estavam dormindo quando eu cheguei. Minha irmã não estava em casa, para variar.   Eu havia ido   direto   para cama e, infelizmente, não   tinha conseguido    tirar Luke Hemmings da minha cabeça.

Vesti uma calça jeans , a blusa polo vermelha da escola que era o uniforme  e meu Vans vermelho. Gostaria que as escolas da Austrália fossem que nem as   dos Estados   Unidos, sem   uniforme para as escolas. Desci as escadas e sentei-me à mesa.

-Bom dia, flor do dia. - Meu pai disse.

-Bom dia. - Eu respondi.

-Foi  legal  ontem  com  a  Mack? -  Minha  mãe perguntou colocando o leite no café.

-Sim. - Eu disse.

-Aposto que viram muitos filmes do Nicholas Sparks e foram dormir as oito, não é?

Mia, minha irmã um ano mais velha, sentou-se a minha frente. Ela havia pintado os cabelos ruivos de preto e cobria sempre que podia suas sardas, só gostava do olhos verdes iguais aos meus. Ela era a famosa "ovelha negra" da família, saía e voltava a hora que queria , bebia, fumava e tinha tatuagens. Claro, meus pais não sabiam. Ou fingiam não saber.

-Você sempre fala como se   eu fosse fã   do Nicholas Sparks , quando você sabe que eu gosto dos filmes, mas odeio o fato de ele sempre colocar uma morte para fazer drama . - Eu  disse -  Há outras formas de se fazer drama sem ser com morte de câncer.

-Tá, tá. - Ela revirou os olhos, um hábito que ambas compartilhávamos - Não se exalte maninha.

-Não me chame de maninha. - Eu digo trincando os dentes.

-Te chamo do que eu quiser.

-Não chama não.

-Meninas! - Meu pai disse - chega.

Continuei comendo a perfurando com os olhos. Não gostava dela e ela não gostava de mim. Ela só era um ano mais velha e se achava a madura, quando não percebia que sua atitude "punk" e "não ligo para nada" era só uma clara evidência de sua insegurança.

Eu havia dito isso para ela um dia, Mia me bateu. Eu bati nela. E ambas saímos com olhos roxos. Ela tinha inveja de mim, eu sabia disso, talvez seja por isso que ela colocava Slipknot no volume máximo bem na hora que eu ia dormir.

          -Mia , você tem prova hoje, certo? - Minha mãe tentou uma conversa com ela, não daria certo.

          -Uhum.  - Ela murmurou.

          -Estudou?

          -Não.

          Minha mãe bufou.

          -Você nunca vai passar para a faculdade desse jeito.

          -Eu tenho  dezessete anos ,  eu sei  administrar minha vida , muito obrigada, Mary. - Mia disse seca, ela nunca chamava meus pais de "pai" ou "mãe".

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