13º Capítulo

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          EMMA DALLAS

          Eram cinco de manhã quando eu acordei, não conseguia mais me forçar a dormir. Minha cabeça doía pelos acontecimentos da noite de ontem, eu só conseguia pensar sobre como Tyler era um babaca, a minha raiva era imensa. Porém, quando eu pensava no modo como Luke me defendeu e foi falar comigo... argh. Eu só gostaria de entender esse menino, ele é como um cubo mágico que eu não conseguia resolver.

          Tomei um rápido banho, coloquei um short e uma blusa qualquer quando escutei passos na sala. Enrugo a testa, secando os cabelos com a toalha e descendo a escada rumo aqueles barulhos.

          -Luke o que você está fazend... - Minha boca cala-se na hora que vejo seu estado.

          -Olá, ruivinha. - Ele sorri sarcástico - Belas pernas.

          Eu não sabia como ele conseguia estar sorrindo com o estado de seu corpo, ele tinha um grande machucado em baixo do olho direito, um "olho roxo" e eu vi um arranhão em cima da sua sobrancelha esquerda feito provavelmente por um anel.

Isso tudo nem era tão ruim quando comparado ao restante de seu corpo, sua camiseta e calça pretas estavam sujas de branco, com alguns arranhões aqui e ali e um corte sangrando no antebraço. Ele havia entrado em uma briga feia com alguém.

-Com quem você brigou? - Deixei minha toalha em cima da cadeira da cozinha.

Ele mancava quando se sentou em uma cadeira.

-Capangas do Tyler. - Ele franziu o rosto de dor, meu coração se apertou de pena.

-Capangas?

-Exatamente, ele não é homem suficiente para ir sozinho me bater, então o viadinho chamou os amigos.

          -Que babaca. - Ele concordou respirando fundo - Bom, sem querer ser grossa, mas por que você veio para cá? Às cinco da manhã?

          -Porque eles me bateram aqui perto. - Luke jogou a cabeça para trás - Ruivinha, você tem que ficar longe dele, é sério. Eu sou um filho da puta, mas acredite, Tyler é um filho da puta dez vezes pior.

          -Pare de falar palavrão. - Revirei os olhos - Eu sei que ele é um idiota.

          Ele ia bater palmas só que parou na hora franzindo o lábio, com dor. Eu queria cuidar de seus machucados, porém eu sabia o quanto isso seria ridículo, ou pelo menos, o quanto ele iria me zoar com suas idiotices.

          -O que você quer? - Eu perguntei, ele fez um barulho parecendo um miado de gato, por ter lavado um "fora".

          -Eu quase jogado no chão da sua casa...

          -Eu estou perguntando sério. Bateram em você perto daqui e aí? Você quer que eu faça o que? Chame a ambulância?

          Ele riu alto, parando pouco segundos depois, tossindo.

          -Nem fodendo que eu vou para um hospital por causa disso, eu só quero me recuperar um pouco pra pegar meu carro e sei lá... ir pra casa do Ashton. - Ele deu de ombros.

          -Se quiser pode fazer um café. - Cruzei os braços.

-Não sei cozinhar. - Ele cutucou o piercing com a língua.

-Você tem dezessete anos! - Eu gritei, ele riu de leve com a minha reação - E é só um café!

-Eu mal sei fazer gelo. - A sua cara desesperada ao disser isso me fez rir.

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