Maraisa: Me perdoa. Me perdoa, metade, me perdoa por tudo — Ela chorava agarrada ao meu pescoço.
Eu: Ei amorzinho, para de chorar. Olha nos meus olhos — Faço ela levantar a cabeça para me olhar — Não tem que me pedir perdão por nada, metade!.
Maraisa: Tenho sim, se eu não tivesse brigado com você e te falado tudo aquilo de ruim, você não estaria aqui agora — Ela chorava de soluçar.
Eu: Não foi sua culpa, amorzinho, você estava com raiva e falou sem pensar — Faço carinho no rosto dela tentando acalma- lá — E eu que sai igual a uma doida sem pensar nas consequências!.
Maraisa: Porque eu te provoquei, tá vendo?, foi minha culpa, merda!.
Eu: Maraisa, para de se culpar. Eu já disse que não foi sua culpa — Ela fecha os olhos — Escute, por um lado foi bom ter sofrido esse acidente e ficado esse tempo todo apagada!.
Maraisa: Bom?, você ficou maluca, Maiara? — Ela passa a mão no rosto tentando secar às lágrimas — Foi péssimo te ver assim!.
Eu: Eu sei que foi, mas para mim foi bom pois eu tive bastante tempo para pensar na minha vida e meio que eu amadureci também, entende?.
Maraisa: Então você escutava mesmo tudo o que a gente falava?.
Eu: Sim, sei que o Luiz não veio muito aqui — Abaixo o olhar.
Maraisa: É, ele veio duas ou três vezes assim!.
Eu: Então, pensei no que devo fazer em relação ao meu "relacionamento" — Ela me perguntou o que eu decidi — Que o Luiz não é mais para mim. Eu entendi que eu não o amo mais e ele pode até se importar comigo, mas, amor?, ele não me ama mais também!.
Maraisa: Ele pode ter um carinho por você, ele não veio muito aqui mas ligou todos os dias para perguntar de você!.
Eu: Ele é fofo — Dou um sorriso ao lembrar dele.
Maraisa: Tem certeza que não o ama mais? — Digo que sim — E esse sorrisinho bobo aí, hein? — Ela sorrir.
Eu: Eu fui casada com ele, né metade?, ele foi um bom marido, só não demos certo juntos!.
Maraisa: Vamos parar de falar dele?, estou tão feliz que você acordou — Ela me abre um sorriso lindo.
Eu: Estou tão feliz em te ver, vem cá e deita do meu lado — Ela deita e me abraça enquanto eu passo a fazer carinho no cabelo dela.
Acabamos pegando no sono, minha irmã continua linda mesmo estando bem pálida e sem vida. Só Deus sabe o tanto que eu amo essa menina e sabe bem que a culpa do meu acidente não foi dela, agora que eu acordei vou cuidar muito bem dela porque ela cuidou de mim durante esses meses e se esqueceu de cuidar de si própria.
Depois de um tempo, eu acordo com alguém fazendo carinho no meu rosto e sei bem que é ela.
Eu: Oi, dormi muito?.
Maraisa: Um pouco — Ela sorrir cansada — Como você está se sentindo? — Ela fazia carinho no meu rosto.
Eu: Bem. Eu me sinto ótima, metade — Olho em volta e vejo a minha família — Oi família, tão bom ver vocês, senti muita falta de todos!.
César Filho: Nós também sentimos muito a sua falta, maninha!.
Eu: Rapinha, meu irmãozinho — Sinto lágrimas brotando em meus olhos — Vem aqui para perto de mim — Ele se aproxima e pega na minha mão — Está tão lindo, você emagreceu, não anda comendo também é?.
César Filho: Não ando sentindo muita fome, maninha!.
Maraisa: Depois fala de mim, né?.
Rosi: Você é diferente. César Filho sempre comia alguma coisinha, já você nem chegar perto da comida, você chegava, Maraisa!.
César Filho: Verdade, eu hein. Me defende, Rosi — Rimos do jeito que ele falou — O Médico daqui a pouco vem te ver!.
Eu: Como se chama o doutor que cuida de mim aqui?.
Almira: Ele se chama William, e é um moço muito bonito!.
Eu: Uhmm interessante — Faço todo mundo rir, que saudade que eu estava dessas risadas.
Maraisa: Já volta assim, é?, cê não presta mesmo, metade!.
Eu: Para que eu cresci em um convento — Digo rindo.
Rosi: Sei o seu convento, pudim — Eles tiram onda com a minha cara.
Eu: Seus bobos. Pai, por que o senhor está aí quietinho?.
Marco: Nada não, meu amor, só estou vendo como é bom dar risada de novo!.
Eu: Bom mesmo, né?, estou tão feliz por ver minha família reunida, com todo mundo se falando — Falo isso e olho para a minha mãe e para a minha irmã e elas dão um sorriso para mim.
Xx: Falta eu para completar a família — Fernando chega do nada nos assustando.
Eu: Mocó — Digo com um sorriso de orelha a orelha — Que bom que está aqui, cunhado!.
Fernando: Que bom que acordou, cunhadinha — Ele vem até mim e me enche de beijos pelo rosto — Agora está todo mundo feliz!.
Almira: Ai eu amo muito vocês, temos que agradecer muito a Deus por ter livrado a minha pequena da morte — Rosi concorda.
Marco: Quando ela tiver alta — O Fernando corta a fala do meu pai.
Fernando: Nunca então, né sogro?, ela sempre foi baixa — Diz divertido.
Eu: Haha para um comediante você é um ótimo empresário, sabia cunhado? — Dou língua para ele.
Marco: Cês são demais — Vejo o Fernando me dar língua de volta — Então, quando você sair daqui vamos na igreja todos juntos para poder agradecer a Deus por ter te dado uma nova chance de um recomeço!.
César Filho: Logo logo você vai estar em casa de novo, baixinha!.
Eu: Que bom — Eu estava tão, tão feliz que eu estava com eles alí e tudo tão na paz, que eu não estava nem preocupada em ir para casa — E você metade?, está pálida, garota!.
Maraisa: Estou nada, estou normal. Vocês que estão se incomodando comigo!.
Eu: Você emagreceu, está pálida e sem cor, seu cabelo está sem vida e você está com olheira no rosto que se nota a quilômetros de distância. Tem total certeza de que você está normal, Maraisa? — Ela fica calada e não me responde — A partir de hoje você vai para casa e só vai voltar no outro dia, okay?, enquanto eu estiver aqui você não vai passar mais nenhuma noite no hospital, e muito menos dormindo em poltrona desconfortável!.
Maraisa: Mas — Ela tenta argumentar mas eu não deixo.
Eu: Chega Maraisa, já está avisada — Ela fica de carão — Não adianta fazer essa carinha pra mim não, estou falando para o seu bem porque já basta eu aqui, não quero saber de você doente não!.
Fernando: Amém senhor, alguém colocando ordem na cabeça dura dessa minha mulher — Ele dá leves tapinhas na testa dela e ela rir.
Xx: Licença, vim ver a minha paciente que resolveu acordar depois de meses — Puta que pariu, só isso que eu tenho para dizer a vocês.