Despedida:

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    Ella ficou muito magoada com a forma fria com que foi recebida pelo Sam e, não tentou visitá-lo novamente.

   A investigação estava progredindo e a polícia já tinha descoberto alguns nomes.Aparentemente quem estava por trás das ameaças eram alguns deputados envolvidos num esquema de corrupção e lavagem de dinheiro.

  Ella retornou ás suas atividades profissionais e ficou sabendo depois que o Sam teve alta do hospital.Eles não estavam se falando,mas ela estava aliviada de saber que pelo menos ele tinha se recuperado.Ela foi aliviada do fardo do remorso,de conviver com a culpa por sua pseudo-morte.

   Ella estava trabalhando normalmente no consultório quando a campainha tocou e Carla foi atender,voltando em seguida e dizendo que o Sam estava na sala de espera,dizendo que precisava falar com ela urgente,que era muito importante e ele não podia esperar.

-- Ella,ele está fardado e está muito agitado...Nunca o vi assim.
-- Tudo bem,Carla,verei do que se trata em um minuto. Diga a ele,sim?
-- Direi.
Carla saiu do consultório,Ella jogou um jato de água e ar no dente do paciente,disse a ele pra cuspir e descansar um pouco a boca.
-- Guilherme,me dá cinco minutos? Prometo que não demoro. Vou resolver um probleminha,mas já volto ok?
--Tudo bem.
   Ella foi falar com o Sam:
-- Sam, está tudo bem? Precisa falar comigo?
-- Ella, desculpa aparecer assim,mas é muito importante o que vim te dizer.
-- Estou com um paciente sentado na cadeira com o dente aberto.Você não pode esperar eu terminar o tratamento dele?Me dá 10 minutos?
-- Desculpa,mas eu não tenho 10 minutos...Ella,eu vim aqui me despedir.
-- O quê?
-- Fui transferido para o Rio Grande do Sul e meu vôo sai em uma hora.
-- Por que deixou pra me dizer isso na última hora?
-- Ella,eu acabei de saber!!!
-- Por que você está fazendo isso?
-- Eu? Eu não estou. Eu não quero ir!!!
-- Então não vá!!!
-- Eu não posso desacatar as ordens recebidas de um superior. Poderia ir preso! Seria deserção!Minha opinião não conta neste momento!
-- Sam!!! Não faça isso!!!
-- Eu sinto muito,Ella. Me perdoa! Eu tenho que ir!!!
-- Sam, não tampe está bomba em cima de mim e saia deste jeito!Espera eu liberar o paciente! Vamos conversar!
-- Ella, conversar não vai mudar os fatos. Neste momento,precisamos encarar a realidade.Os fatos são que fui transferido contra a minha vontade e não posso fazer nada a respeito disso, senão acatar as ordens. Eu sinto muito mesmo!
-- Odeio o fato de você ser militar e ter que se submeter a qualquer coisa que te mandem fazer!!!
-- Acredite em mim que neste momento eu também odeio.
   Ele se aproximou dela,a abraçou e beijou.Foi um beijo tão amargo!!!O coração dela se despedaçou em mil pedacinhos.
-- Preciso ir,Ella.
   Ele a beijou novamente,segurando seu rosto. Beijou a ponta do seu nariz,pôs uma mecha de cabelo dela atrás da orelha e disse:
-- Eu sinto muito mesmo,Ella. Não queria que as coisas terminassem assim.
   Depois disso,ele se afastou e a deixou parada no meio da sala de espera,em estado de choque,com as pernas bambas.Ela queria gritar,chorar,jogar algo contra a parede,mas precisou manter a compostura e voltar ao trabalho...Seu paciente precisava dela...

SoldadoOnde histórias criam vida. Descubra agora