International love story

Adeus, Nova Jersey

O dia atual é sexta feira – infelizmente.

Fui acordada por Jimin às dez da manhã quando eu menos esperava. Ao vê-lo andando pra lá e pra cá, notei que ele estava arrumado e me convenci de que ele estava indo para a universidade resolver o que me disse que pretendia antes de ir embora. Mas na verdade, ele já tinha ido e já estava de volta.

Afirmou que ainda sentia dores no corpo por causa daquela violência a qual tinha sofrido, porém se sentia melhor e até o seu próprio curativo conseguiu fazer sozinho. Quis me passar a ideia de que estava bem, mas eu notei que não era bem assim. Prometi que lhe daria novamente o remédio para dor muscular e disse que iria refazer seu curativo enquanto fingi acreditar em seu bom estado depois de tudo.

E foi depois de uma breve conversa exatamente depois que ele me acordo com carinhos no rosto que ele me lembrou que teríamos que ir à Nova Jersey. Confesso que tudo o que tinha acontecido me deixou um pouco sem lembrar de meus compromissos, porém mesmo assim graças a ele eu acabei relembrando sobre a conversa com minha mãe.

Tomamos café da manhã juntos nesse dia. Por ter saído, Jimin tinha passado na padaria e tinha trazido coisas gostosas para nós dois. Ficamos ali juntos por um tempo, mas logo depois eu fui me aprontar enquanto Jimin ficou a me esperar no sofá da sala. Procurei não demorar muito e logo apareci com minha bolsa arrumada. Avisei minha mãe que já estávamos a caminho e sem demora, fui com ele até meu carro.

Chegamos em Nova Jersey exatamente ao meio dia enquanto meus pais não foram trabalhar para nos receber. Assim que chegamos juntos, eles nos cumprimentaram como se não estivessem sabendo de nada e isso, fez o clima ficar totalmente bom. Até porque eu detestaria que meus pais abordassem Jimin com perguntas sobre sua viagem num momento como aquele.

E sobre a agressão que ele tinha sofrido no dia anterior, eu resolvi não falar com meus pais. Jimin ainda sofria de dores musculares e ainda tinha os arranhados à mostra. Porém, eu lhe fiz curativos bem sutis e até os cobri com maquiagem para que ninguém os notasse. Não queríamos falar sobre isso e não pretendíamos ter que narrar tudo aos meus pais quando eles perguntassem.

Almoçamos todos juntos sentados à mesa e mesmo por estar me sentindo feliz por vivenciar aquele momento novamente, eu fiquei a lamentar. Lamentei porque aquela seria a última vez que tal coisa aconteceria e pensar nisso me deixava de coração partido. Porém, mesmo não me sentindo tão bem, não deixei isso transparecer. Fiquei sorridente e tentei demonstrar minha felicidade ao invés de dar lugar à tristeza.

Depois do almoço e depois que arrumamos toda a bagunça na mesa, lavamos a louça mesmo que minha mãe tivesse tentado nos impedir. Ela gostava de fazer tudo em casa e mesmo sempre tendo tanto dinheiro, ela nunca pensou em contratar pessoas para fazer os serviços por ela. Sempre com seu jeito perfeccionista, ela mesma decidia fazer tudo sozinha.

E foi quando chegamos até a sala, que Jimin me abordou. Minha mãe ainda estava vindo juntar-se conosco ali para uma conversa que eu sabia que aconteceria, mas nesse momento, Jimin foi mais rápido e puxou assunto comigo antes ao falar de uma necessidade.

– Você trouxe seu notebook? – Perguntou ele.

– Sim. – Respondi. – Está no carro dentro de minha bolsa.

– Vou ir lá pegar, está bem? – Perguntou.

– Vai pegar agora? Não pode ser depois?

– Preciso... Preciso comprar minha passagem.

– Fará isso agora? – Fiquei com um nó na garganta.

– Preciso fazer o quanto antes por mais que eu não queira. – Disse ele.

Lamentando, eu assenti positivamente e logo ele saiu. Minha mãe chegou depois disso e juntos ali na sala ficamos a conversar enquanto Jimin saiu e logo voltou. Ele estava ao meu lado, porém eu não queria ver aquilo. Me esforcei para não ver nenhum detalhe, mas acabei falhando. Enquanto ele fazia tudo, eu fitei a tela do computador e vi enquanto ele escolheu os detalhes do vôo que precisaria pegar.