Tormenta

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Abri os olhos e por alguns segundos fiquei sem entender onde eu estava quando senti minha vista ainda escura e turva. Fiquei desorientada, levei a mão até minha testa lentamente e foi ao olhar pro lado que eu encontrei Jimin. Eu não ouvia o que ele estava a dizer. Estava nervoso, parecia dizer meu nome e chorava, mas eu não conseguia ouvi-lo.

Ao ver meus olhos abertos finalmente, ele sorriu nervoso e tentou levantar-me depois de ter acariciado meu rosto com cuidado. Nesse momento, notei que eu estava no chão deitada de um jeito bizarro – e não sabia era como fui parar ali. Aos poucos fui começando a ouvir a voz de Jimin mais claramente e fui começando a me manter firme ali sentada.

– Fique calma, está tudo bem! Está tudo bem, amor! Por favor, respire fundo! – Ele parecia nervoso e seus olhos brilhavam. – Se apóie em mim, vou ajudá-la a sentar na cama! Vamos! Devagar!

Ainda mole, sem muita sustentação e em silêncio, tentei segurar-me em Jimin como ele pediu que eu fizesse. Aos poucos seus braços me ajudaram a levantar enquanto eu ainda não entendia tudo aquilo. Eu me sentia gelada, porém estava com calor. Fiquei sem saber o que fazer, mas Jimin me guiou até a cama.

– Me espere aqui, está bem? E por favor, não se levante sozinha! Eu vou lhe trazer água e uma coisa salgada para comer! Não saia daqui!

Ainda nervoso, Jimin saiu do quarto apressado enquanto tentou secar os olhos. E eu, fiquei ali sozinha ainda suando e me sentindo gelada. Por um tempo permaneci sem me lembrar dos fatos anteriores, mas após alguns segundos... De uma vez só, eu lembrei da cena anterior ao meu desmaio que foi tão repentino.

Ainda sem nenhuma expressão no rosto, revivi o momento que Jimin me deu aquela notícia e foi nesse instante que tudo veio à tona. Olhando pro nada, eu apenas chorei sem foco no olhar e sem falar nada. As lágrimas escorreram quando eu me lembrei do que houve e isso me fez ficar fraca novamente.

– Aqui está, beba devagar! Com calma, por favor! Eu não quero que engasgue! – A mão de Jimin tremia ao me estender um copo.

– Me diga que isso é mentira. – Eu disse com o copo na mão num tom baixo de voz.

– Beba! Bem devagar para que não acabe tossindo! – Ele disse.

– Me diga que isso é mentira. – Falei em baixo tom, mais uma vez ainda desolada e desacreditada.

– Jagiya! Não se esforce tanto para falar! Você ainda está pálida, está fraca e precisa se acalmar para voltar ao normal! – Foi cuidadoso.

– Me diga que isso é mentira! Me diga! Olhe pra mim e me diga que isso tudo não é verdade! – Falei alto e me desesperei.

– Você precisa se acalmar! Por favor! Ficar nervosa não adianta! Não conseguiremos conversar assim, amor! – Ficou nervoso.

– Me diga que é mentira... – Chorei olhando pra ele enquanto lamentei. – Por que não me diz isso? Por quê?

– Conversamos depois, meu amor! Agora você precisa se acalmar! – Derramou mais lágrimas, porém as secou bem rapidamente. – Por favor, não se desespere! Vai passar mal se continuar assim!

– Jimin... – Chorei. – Me diga que isso não está acontecendo! Por... Por favor, negue isso tudo! Negue isso tudo agora! Por que está dizendo isso? Não diga isso! – Insisti em não acreditar.

– Eu não tive escolha, amor... – Abaixou a cabeça e lamentou com toda a sua alma. – Isso foi imposto a mim e eu não pude fazer nada! Isso tudo é mais complicado e maior do que parece! Por favor, não pense que eu decidi assim! Eu estou sendo obrigado! – Desabou.

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