O tempo voa

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Quarenta minutos depois do início da cirurgia, eu fui levada de volta para o quarto que eu estava antes. Faltava pouco para as onze da manhã e foi nesse momento que eu fiquei sabendo que a hora da visita começaria a partir das duas da tarde naquele dia. Fiquei em um quarto aquecido, com televisão e cortinas tampando toda aquela claridade da manhã. E isso, me deu uma sensação de paz e calmaria.

Me foi dito que em breve minha filha estaria comigo para que eu a amamentasse, e me foi dito também que eu ficaria em repouso por algumas horinhas para que minha melhora não fosse atrasada. Eu ainda não sentia o meu corpo totalmente por estar ainda sob o breve efeito da anestesia, e por não ter dormido direito naquela noite, eu simplesmente cochilei sem dificuldades. Minha filha estava bem, eu estava bem, tudo correu como o planejado então só nesse momento que eu consegui descansar.

Cochilei pouco e tudo foi muito rápido, porém mesmo assim consegui descansar depois daquela tensão e ansiedade que senti. Acordei enquanto uma enfermeira bateu na porta algumas vezes e entrou na sala puxando uma mesinha. Já era a hora do almoço.

Aproximou-se de mim enquanto me cumprimentou, regulou a altura da parte da cama que ficava em minhas costas e logo arrumou a mesinha perto de mim. O prato continha legumes que estavam com uma cara ótima, um peito de frango grelhado, arroz e salada. Um copo de suco de laranja também veio junto, e por fim, avistei um pequeno pote com gelatina rosa.

– E então, como se sente? – Sorriu.

– Acho que estou bem. – Falei.

– Parece que realmente você está. – Sorriu. – Acha que consegue almoçar sozinha? Ou acha que precisará de ajuda?

– Eu consigo. – Falei enquanto ela aproximou-se com a mesinha.

– O horário de visita começará dentro de uma hora. Eu aconselharia você a tomar um banho para receber sua bebê que logo chegará, e é sobre isso que eu quero falar.

– Tudo bem, diga o que pretende. – Falei fitando-a.

– Creio que para isso você precisará de ajuda e eu estarei aqui, mas queria saber se você prefere ajuda de sua acompanhante.

– Ela poderá vir antes do horário? – Eu disse.

– Sim, ela ainda está aqui dentro. As outras pessoas que vieram com você estão na recepção, então por agora só ela poderá vir.

– Sim, eu ficarei feliz se você puder chamá-la. – Sorri.

– Certo! – Ela sorriu. – Vou chamá-la, mas enquanto isso aconselho que você já comece a comer. Sua bebê chegará a qualquer momento!

– Sim, eu vou comer agora mesmo! – Sorri. – Muito obrigada!

A enfermeira saiu com a mesinha de rodinhas, sorriu e logo fechou a porta. Estava passando filme na TV naquele momento, então me interessei, aumentei o volume e comecei a comer meu almoço enquanto assistia.

Eu já sentia falta de minha barriga tão grande. Naquele momento ela estava enfaixada e com curativos por causa do corte. Estava totalmente bem cuidada e para não ter dores eu teria que ser cuidadosa. Mas mesmo assim, ao passar a mão por ali, senti-a muito menor do que antes e isso me causou estranhamento.

Pouco tempo depois que a enfermeira saiu, ouvi batidas na porta. Eu estava tão entretida e surpresa por ver o quanto minha barriga diminuiu de tamanho que quando ouvi as batidas, acabei me assustando. Arregalei os olhos brevemente por ter sido repentino, mas logo resolvi responder.

– Entre! A porta está aberta!

E foi exatamente nesse momento, que minha mãe apareceu na porta totalmente sorridente. Seu sorriso me fez sorrir também e isso me deixou emocionada. Ela entrou aos poucos, fechou a porta e logo se aproximou como se fosse a mãe mais feliz do mundo – depois de mim, é claro.

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