Um saco! Isso é o que posso dizer sobre minha semana. Na escola não falava com ninguém a não ser Félix, não que não tenho amigos... mas a única que tenho não está falando comigo, ou melhor eu não estou falando com ela. Era sempre a mesma coisa, acordava ia para o colégio voltava arrumava a bagunça e me trancava no quarto. Durante toda essa semana não troquei uma se quer palavra com minha mãe, não estou dizendo que não estou falando com ela, a verdade é que não tenho assunto, e sinceramente depois de ela ter me acusado de coisas que não fiz eu prefiro não lhe dirigir a palavra por um tempo, será melhor assim.
Suspirei me jogando na cama, era domingo e eu estava no mais completo tédio, já avia lido todos os livros de enfermagem da minha mãe, aliás aprendi coisas lá que Deus o livre. Minha mãe está em casa mas mesmo assim me sinto sozinha, não posso usar meu celular não tenho um livro decente para ler e eu tenho quase certeza de que eu estou pirando. Normalmente eu gosto de ficar trancado no quarto nos finais de semana mas com o meu celular ou minha mãe vindo de tempo em tempo falar comigo. Ela está realmente decepcionada, por uma coisa que não fiz.
Ouvi batidas na porta e como sabia que era minha mãe decidi ignorar, talvez ela pense que estou dormindo e disista. Engano. Quase caí da cama quando a porta abriu e vi minha mãe entrar com o meu celular na mão. Será que ela iria me deixar usar?
__sua amiga ligou–disse sem me encarar.
E estou me sentindo um lixo, eu sinceramente quero arrancar a cabeça de Alice com uma faca de cortar pão cega.
__eu não quero saber–me virei na cama embolando no cobertor, eram dez da manhã e eu nem avia levantado ainda__ela é muito cara de pau de me ligar depois do que fez.
__e o que exatamente ela fez Marian?–pela primeira vez depois do castigo ela me encarou.
__pergunte a ela mãe, já que você acreditou na mentira esfarrapada dela da última vez–eu estava realmente nervosa__acho que minha palavra não vai valer de nada para você.
__olha Mari_
__me deixa quieta mãe, durante a semana inteira você fingiu que eu se quer existia–minha voz estava imbargada__você pode continuar fingindo, eu quero ficar sozinha.
Ela suspirou e saiu do quarto com o rosto baixo, assim que a mesma saiu eu chorei, chorei porque não conseguia mais me sentir sozinha. Minha mãe preferiu acreditar na palavra de uma garota que ela mal conhece do que na minha que ela viu crescer. A garota que dizia ser minha melhor amiga conseguiu fazer minha mãe me olhar como se eu fosse um nada, e a única pessoa que eu poderia falar eu não podia porque não tinha celular. É estranho pensar isso mas eu sinto falta do Félix, daqueles olhos puxados, aquele sorriso aquelas sardas abaixo dos olhos. Meu Deus estou tão carente que estou desejando a companhia do garoto que eu odiava, Deus a que ponto eu cheguei!.
Estava a segundos de pegar no sono novamente quando minha mãe entrou eufórica com o meu aparelho celular nas mãos. Maravilha, ela não vai me deixar em paz.
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HER ⟨⟨Lee Félix
Teen FictionOnde Marian odeia o fato de que Félix pode sair quase todos os dias da aula com uma desculpa esfarrapada ou melhor, uma doença fajuta. Mas o jogo pode virar e uma mentira pode virar verdade © Copyright Plágio é crime