Parte 1

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Alice foi minha madrinha de casamento, juntamente de Emmett, seu irmão e meu grande amigo. Rosalie foi a madrinha do meu marido e Peter, o sócio da Hale Enterprise, foi o padrinho.

Ex-noivo, agora ex-marido.

Jasper Hale.

Fui Isabella Hale por dois anos, e antes disso, fui namorada dele por um ano. Trabalhei como secretária do senhor Hale por pouco tempo, seu filho trabalhou muito para tomar a liderança da empresa e, bom, não é segredo, Jasper Hale, presidente interino à quatro anos.

Eu tinha a prova concreta de que amar era cilada em casa. Meus pais se separaram pois não se amavam mais, e eu não ia ser a cola que os manteria juntos. Charlie, meu pai, me presenteou com uma madrasta no ano seguinte a sua partida. Faltava amor entre ele e Renné, mas tinha de sobra entre ele e Carmem.

Minha mãe ficou naquela cidade, Forks, onde nasci. Meu pai se mudou para o Alaska assim que assinou o divórcio e eu, sumi dali assim que recebi minha carta de aceite para a faculdade de direito em Stanford. Zero arrependimentos.

Voltei para Washington, mas fiquei em Seattle. Terminei meu estágio na Hale e invés de enviar meu currículo para Tunner's Advocacy, fiquei cuidando dos últimos reparos na minha festa de casamento. Me casei no cartório e só. Assinei o papel que ditaria minha infelicidade.

Jasper disse que me amava seis vezes em todos esses anos. Uma dessas vezes foi quando eu achei seu passaporte depois dele passar o dia procurando. Putz... isso pois agora me lembro bem de uma vez que ele disse que me amava quando estava bêbado. Ele disse: "Te amo...mamãe"

Alice Brandon, minha melhor amiga ficou um pouco afastada quando descobri minha gravidez, sete meses depois de dizer SIM. Ela me ajudou a arrumar o jantar para contar a Jasper, mas saiu antes dele voltar. Mas ela ter saído naquele dia não me ajudou em nada, talvez... se ela tivesse ficado mais....

Se tivesse ficado por mais meia hora, Alice veria eu cair perto da porta de entrada. Veria meu sangue sujar o carpete azul e seria ela quem ligaria para a emergência antes que eu caísse inconsciente ao lado do telefone depois de dizer o nome do meu prédio e o meu nome.

Jasper ficou triste pela morte do nosso filho. Nos distanciando mais e mais, ele optou por dormir na casa dos pais por uns dias. Dias que viraram meses. Nosso último ano de casados, passamos separados. Meu pedido de divórcio não aconteceu, pois o dele chegou antes.

— Você me amou? - perguntei quando ele fechou a última mala.

Jasper respirou fundo.

— Eu casei com você por algum motivo.

— Amor?

— Acho que sim. - ele saiu da casa. Fechei os olhos e caí no chão. O desespero tomou conta do meu peito. Um crise existencial "Acho que sim?". Dei um sorriso fraco para a foto na minha escrivaninha, estou sorrindo e cortando o bolo, Jasper olha para a câmera e olho para ele com o que pensei ser amor.

— Que piada! - pego a foto e guardo na gaveta. Alice tirou essa foto. Jogar no lixo seria um afronte a ela. Não me importava se fosse um afronte a mim.

Ele realmente me amou? E eu, amei Jasper assim, do jeito que eu cobro o amor dele?

Apressei o passo e chego ao elevador antes dele fechar. Minha bolsa bate no braço de alguém. Peço desculpas sem olhar direito pra quem foi. Seguro meu almoço na outra mão. Hoje trouxe dois sanduíches e iogute de ameixa. Não dá tempo de comer coisa mais saudável.

A porta se abre e vejo um homem maravilhosamente lindo na minha frente. Ele é Edward, trabalha com a conta dos Hale agora, e é por isso que não gosto tanto dele. Mas é mais fácil gostar dele quando nos saúda com esse sorriso bonito e perfeito, quando chega todo cheiroso ao seu lado e ...ele é tudo de bom. Exceto por estar cuidando das coisas do meu ex- marido.

"Se ex fosse bom, não seria ex". Bom, essa frase nunca fez mais sentido.

— Olá senhorita Swan! - ele sorriu entrando no elevador. Seu cheiro chega até mim e me detenho para não gemer na resposta.

— Senhor Cullen. - pigarreio e quase enfio a cara na minha sacola orgânica para sentir o cheiro do presunto e não o dele.

Eu, assim como o lado solteiro do prédio, estava atraída, só um pouco por ele, bem pouquinho. Sei que ele é o favorito dos clientes. Todos recomendam os serviços do meu colega.

Eu não posso me comparar, trabalho, ultimamente, com casos passionais. Em média, é coisa rápida. Uma das partes quer dinheiro, a outra assina e cada um vai para seu lado. Há pouco tempo, soube de um caso que tinha perdido o controle. O casal estava entrando em acordo, e depois desistiram. Agora estão na décima lua de mel. Eles só perceberam que ainda se amavam, simples assim.

No meu ramo, isso é bizarro.

Saímos do elevador e andamos até nossas salas. A dele fica a três portas da minha. Me recuso olhar para ele enquanto isso.

Dez minutos depois escuto batidas na minha porta. Peço que a pessoa entre. É ele novamente. Edward.

— Posso ajudá-lo? - Edward dá um sorriso preguiçoso, balança a cabeça de forma negativa e fecha os olhos. Quando os abre, percebo que ele está um pouco nervoso.

— Hum... sim. Eu quero fazer isso há algumas semanas, e, bom, Garrett disse que era cedo demais, você se divorciou praticamente ontem.... mas...

— O que meu divórcio tem a ver com o senhor? - fecho a cara. Cruzo os braços e olho atentamente esperando a resposta dele.

— Nada... -ele se vira para sair, mas resolve voltar - Quero dizer, Isabella, quer jantar comigo amanhã?


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