Eu sigo atrás das meninas rumo ao arsenal. E elas abrem. Para minha surpresa, a "minha" 12mm de catorze tiros está lá, ainda ostentando meu sangue.
Pego a arma, limpo o sangue coagulado no encaixe, para evitar que uma eventual falha atrapalhe seu desempenho ou mesmo a danifique, e monto a espingarda. Lentamente, para o desespero das meninas. As batidas na porta da frente ainda são audíveis daqui, e a cada batida as tapadas das meninas gritam de pavor, atiçando mais ainda os animais. Termino de montar minha arma e pego sacolas, com todas as munições possíveis.
Digo para as meninas irem na frente, no corredor.
Elas seguem, contrariadas. Quando estão todas de costas para mim... BAM! BAM! BAM! ... Não três vezes, mas, catorze. Catorze tiros! Atiro nas costas de catorze delas. Os tiros arremessam as garotas para frente, e caem ao chão se debatendo, antes de entenderem o que lhes ocorreu. Sobram apenas duas, que correm desesperadas.
Acuadas na sala, onde deveria ser a recepção, não deixo espaço para correrem para os quartos, e só sobra a porta da entrada, sendo atacada por javalis. Recarrego a arma, enquanto elas se encolhem.
— Gostam de cuspidelas e humilhação? — pergunto com um sorriso de desprezo — Pois, deixem-me cuspir em vocês, e ver como vocês reagem!
Disparo mais catorze tiros.
Recarrego.
Mais catorze tiros.
Recarrego: uma bala, duas... Uma das novatas vem na minha direção com um grande grito, procurando me golpear... BAM!
Devido à curta distância, o balote e os balins deixam sua face irreconhecível, e arrancam quase toda a nuca ao atravessarem seu crânio. As meninas que, num reflexo, iriam a ela se juntar, recuam, com mais medo do que nunca.
Recarrego.
Mais catorze tiros.
Sigo o ritual sem novas interrupções, até ter quase todas mortas. Vejo que o javali está quase conseguindo arrancar a porta. Deveria temer os tiros, mas, não. Esses bichos são mais burros do que eu!
Subo em um sofá, e faço pontaria contra a porta, que é arremessada pelo animal em pedaços que voam metros adiante. Junto com ela, entra um javali enorme. Deve ser um desses javaporcos de que os soldados falaram num dos treinamentos. BAM! Ele cambaleia, mas, retoma a ofensiva. BAM! Cai. Combalido, ainda se levanta para tentar me atacar. Preciso do terceiro tiro para abatê-lo, já ao pé do sofá.
Outros estão entrando. Atiro neles, um a um, até quase acabar com a munição. São claramente menos numerosos do que as queixadas, talvez oitenta. Já não vejo mais nenhum javali, nem ouço. Sobraram três balas, duas novatas e eu. Justiça divina? Carrego a arma. As meninas parecem ter feito a mesma conta, pois choram copiosamente!
Enquanto empurro a última bala dentro da câmara, surgem dois caras, apontando armas em minha direção.
— Parou! — reconheço sua voz imediatamente — Acabou pra você, senhorita. Abaixa a arma.
Olho para eles. Não estão usando as máscaras, mas, sei quem são.
Vejo, pela janela, mais um javali vir correndo para dentro do prédio. O que lhes atrai aqui dentro?
— Vamos, mocinha! — ele insiste, e marco seu rosto branco — Abaixa essa arma!
Eu coloco a arma no sofá ao meu lado. O javali está se aproximando da casa. Um dos funcionários abaixa a arma para vir pegar a minha, e o outro continua apontando para mim, perto da porta.
Só dá tempo de o cara armado ter o reflexo rápido de olhar para o movimento à sua direita, e é repentinamente arremessado pelo javali que entrou correndo. Entre humanos e suínos, a sala está recoberta por dezenas de corpos, e mal se pode andar nela sem pisar neles. Mas, o javali não se importa, e parece se mover bem o suficiente, assim. O funcionário mais próximo de mim volta a levantar a arma, agora apontando para o javali. Dá um tiro, mas o javali mal cambaleia e já se levanta. Dá outro tiro, e o javali balança, mas, não cai.
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Correcional
RomanceA jovem Raísa é presa sem razão aparente, julgada e condenada sem direito de defesa. A pena? Tratar-se para "curar" sua homossexualidade. Claro que ela não ficará passiva! Poderá Raísa sobreviver ao tratamento que lhe é dado? P.S. 1. Este Thrill...