Os quartos de Ayla e de Vasti eram idênticos ao meu, a não ser pelas cores. No caso de Ayla, as cores da sala variavam entre marfim, beje e branco, e seu quarto era roxo e branco. No caso de Vasti, a sala era da cor de salmão, rosa e cinza, e seu quarto era laranja e branco.
Passamos a manhã inteira explorando o palacete. Descobrimos logo que a parte superior ficava apenas os quartos (vinte no total) e aquela varanda enorme em que tomamos café. Já na parte inferior havia muitos lugares para explorar. As portas entre as escadas da sala de recepção dava em um salão de jantar com uma mesa enorme que cabia vinte pessoas. Nele havia portas em cada parede. A primeira que entramos dava numa biblioteca enorme. A segunda, numa sala de estar, com diversos puffs, almofadas gigantes, cadeiras de balanço e mesinhas próximas de cada assento. No lugar da parede, portas de correr enormes feitas de vidro e alumínio branco ocupavam todo o espaço, dando vista para um espaço ao ar livre que parecia um pátio.
Nesta sala também havia armários e, quando os abrimos, estavam cheios de armas de todos os tipos, espadas, lanças, escudos, facas, adagas, machados e mais uma infinidade de coisas desse tipo. Ayla deixou cair uma bola de ferro (com Espinhos por toda a superfície redonda, presa por uma corrente a um pedaço de madeira) e quase acertou o próprio pé. Por pouco ela não ficou aleijda. Colocamos a arma no lugar e saímos de lá correndo, rindo como crianças travessas.
A outra porta deu na cozinha. Era enorme e estava vazia, apesar de haver pães e tortas frescos em cima de um balcão. Devoramos uma torta de frango inteira e metade de um pão grande recheado com chocolate antes de perceber que havia mais duas portas no cômodo. Uma dava para a dispensa, um lugar tão grande quanto a cozinha abarrotado de grãos e coisas do tipo, e a outra dava na adega, que era maior do que a cozinha e tinha de tudo. Vinho, champanhe, conhaque, uísque, rum, cerveja e mais uma porção de bebidas, todas em grande quantidade.
--- Não sabia que vampiros gostam tanto de álcool. --- Ayla falou impressionada com o tamanho do lugar e foi até a parte onde ficava os vinhos e puxou uma garrafa, analisado o rótulo. Vasti ficou tensa de preocupação no mesmo instante.
--- Ayla, pelo amor dos deuses, coloque isso no lugar. --- Ela falou de olhos arregalados. --- Esses vinhos devem ser mais velhos do que nós e se você derrubar esta garrafa no chão como fez com aquela coisa na outra sala, só os deuses sabem o que pode nos acontecer.
Ayla colocou a garrafa no lugar com cuidado e se afastou dali. Após isso, resolvemos sair da adega e voltamos para a sala de jantar. A última porta dava num lugar extremamente espaçoso. Sua parte esquerda era mais uma biblioteca, porém com mesas com abajures, cadeiras, poltronas e puffs fofos (coisas que não haviam na outra biblioteca). Um lugar para relaxar. O espaço à direita eu não sabia direito o que era. Havia diversas mesas estranhas, algumas verdes, outras brancas, algumas com tabuleiro e outras vazias, havia até uma com uma rede se erguendo no meio. Armários estavam posicionados e diversos lugares, abarrotados de bolas de muitos tipos, tamanhos e texturas, uma porção de estruturas achatadas de madeira com cabos que eu não sabia para o que servia, cartas, e mais uma infinidade de coisas.
--- Não acredito! --- Ayla praticamente gritou de onde estava, vasculhando um dos armários. Eu me assustei e me aproximei preocupada. Vasti chegou logo em seguida.
--- O que foi? --- Perguntei.
--- Eu jogava isso com meu pai. --- Ela puxou uma caixa de couro preto e abriu para nos mostrar. Havia dentro da caixa, pedras brancas com bolinhas pretas na superfície, em quantidades diferentes. --- Se chama dominó.
Ela correu para uma mesinha de quatro cadeiras e colocou as peças nela, virando todas com as bolinhas para baixo e depois misturando-as.
--- E a gente pode jogar isso? --- Vasti perguntou.

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Ully - O Despertar
Fantasy"Quando ouvi meu nome ser chamado naquele terrível dia, eu senti medo como nunca antes. Vi todas as minhas esperanças de ter uma vida melhor sumirem como água descendo por um ralo e eu soube que talvez nunca mais voltaria a ver minha família. Mas qu...