De novo não.

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Estávamos sentados a horas no cobertor, conversando sobre coisas paralelas e escutando as ondas.

No "fim" do mar, na linha do horizonte,  o clarão do sol renascia,  e fazia tudo ficar mais bonito.
Ou apenas era eu, que estava de bom humor.

--Você sabe que precisamos ir, certo?--Jughead indagou olhando para o mesmo ponto iluminado que eu.

--Eu temia isso.--Suspirei.

--O que?--Ele arqueia a sobrancelha.

--Que esta madrugada acabasse,  agora tenho que viver no mundo real.--Suspirei novamente, só que desta vez,  foi mais pesado.

Jughead abarcou minha cintura com seu braço e me puxou mais para ele.

--Não haverá só uma madrugada.--Ele sorriu sincero.

--Isso é muito bom.--Acariciei seu braço que estava ao redor de mim.

Ficamos mais um tempo até ver que o sol estava nascido pela metade.

E então, nos levantamos, pegamos o cobertor e nos dirigimos ao carro.
Jughead o ligou, deu partida e voltou a estrada.

Abri a janela para que a brisa fria e o sereno da manhã entrasse no carro.

Eu estava feliz,  eu estava com quem me faz feliz e estava aonde sou feliz.

Os olhos de Jughead foram aos alcances de meu sorriso grandioso e aos meus olhos até um pouco caídos de sono, ele sorriu involuntariamente.

--Eu poderia até bater um retrato--Ele riu.

--Não precisamos de foto,  precisamos viver o momento--Virei meu rosto para ele e vi o meu cabelo entrar no meio por conta do vento.

Ele riu do meu jeito desengonçado de tirar o cabelo da frente.
Ri junto a ele e olhei para o monitor de som que estava no meio de nós, um pouco mais a frente.

--Posso colocar música?--Perguntei apontando para o objeto.

--Claro.--ele disse animado.

Levei meu dedo indicador aos botões,  a procura de uma música que eu sabia que ele teria.

E então achei.

(Camila Cabello- Shameless)

Ele sorriu e eu sorri.

Ambos estávamos sorrindo e  aprecisando a melodia.

Ele acelerou mais.

Batuquei meus dedos na parte do carro a minha frente.

Essa música é tão boa.

Ele acelerava cada vez mais.

Meus cabelos rebatiam contra o vento e eu sentia meus lábios ficarem secos.

Chegou no refrão,  e exatamente ninguém, ninguém mesmo,  resiste.

Eu estava tão agitada,  que quase não percebi um carro preto vindo do lado oposto.

Olhamos e deixamos pra lá, poderia ser qualquer um vindo ou indo para viagem.

Mas a movimentação do carro virando em nossa direção,  me fez parar de me remexer e ficar apavorada.

O carro aumentou a velocidade,  e Jughead tentou desviar.
Mas já era muito tarde.

--JUGHEAD!--Foi a última coisa que disse/gritei ao colocar os braços na frente de meu rosto e me encolher.

O carro deu um impacto tão forte no carro que a gente estava, que o nosso capotou umas três vezes e ficou de cabeça pra baixo.

Lembro-me que eu não estava de sinto, e eu acabei batendo a cabeça no vidro da frente.
E a assim, tudo ficou escuro e eu apaguei.

ANTES QUE O MUNDO SE ACABE ◆Bughead◆Onde histórias criam vida. Descubra agora