Eu quero sentir você.

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Estava apreciando o toque frio a muito tempo da lateral de minha testa no vidro do carro.

Pela primeira vez em minha vida, nunca estive tão ansiosa para ir para um lugar que eu nem sabia onde era.

A presença dele me agrada de bom tamanho.

--Você estava chorando quando cheguei em sua casa?--Ele indagou ainda olhando para frente.

O olhei de canto de olho tentando não parecer nervosa.

--Talvez um pouco.--Suspirei.

--O que aconteceu depois que eu saí de sua casa?--Ele me interrogou.

--Bem, eu apenas discuti com minha mãe.--Olhei para o mesmo que não mudou sua expressão de calmo e voltei a olhar para as árvores que se tornavam vultos.

O vi apertando forte o volante e me arrependi de ter dito.

--Eu não queria tornar confusão, me desculpe.--E enfim ele olhou em meu olhos.

--Você não causou, minha mãe tem que entender que as vezes preciso de privacidade.--Revirei os olhos.

Ele soltou o ar que aparentemente estava preso.

--Eu gosto do que temos.--Sorri por ter o visto sorrir.

--O que temos?--Ele perguntou.

--Não me faça perguntas idiotas.--Me ajeitei no banco e dei um soco em seu braço.

--Lá no fundo você ainda é a mesma, brincalhona e sádica.--Ele riu alto.

--Eu não te machuco só por diversão Jughead.--Arqueei a sobrancelha com seu comentário anterior.

--Talvez seja o que você acha.--Ele deu de ombros ainda com um leve sorriso nos lábios.

Voltamos ao silêncio bom de "ouvir".

Depois de alguns minutos, ele estacionou perto da praia.

--Não brinca!--Sorri ao ver o grande mar, que me deixa minúscula perto dele.

Eu saí em desespero e corri para a areia.

Senti a brisa salgada bater em meus cabelos e pude me ver feliz aonde eu estava.
Eu precisava disso.

Senti algo quente e grande ser deitado em meu ombro.

Era jughead, ele estava me cobrindo com um cobertor marrom.

--Aqui está muito frio, você pode acabar pegando resfriado e piorar.--Ele ajustou mais o cobertor.

Apenas segurei as pontas do grande pano para que ele continuasse em mim.

Andamos ao longo da praia conversamos e rimos do passado. Eu estava me sentindo renovada.
E por um momento esqueci o câncer.

Sentamos um pouco longe das ondas e eu lhe dei uma ponta do cobertor.

Tínhamos literalmente uma vista para o mar.

--Eu gosto quando estamos só, parece que existe só nós.--Deitei a cabeça em seu ombro que estava ao meu lado.

Em forma de entendimento, ele acariciou minhas costas.

Ficamos em silêncio, apenas escutando o som das ondas quebrando, isso é relaxante.

--Sobre aquele dia no hospital, quando você achava que eu estava dormindo e disse que eu talvez realmente fosse seu tipo, eu escutei.--Olhei ao longo do mar.

--Você escutou?--Ele riu e me encarou.

--Eu não sei o que temos, e não sei porque eu fui escolhida, entre várias garotas bonitas e sadias, você me escolheu, por que? por que eu?--O olhei igualmente uma criança quando quer algo.

ANTES QUE O MUNDO SE ACABE ◆Bughead◆Onde histórias criam vida. Descubra agora