Te esqueci? Só que não.

Prólogo

Parece que foi ontem que voltei para a cidade natal de meus pais. Nasci e morei por 15 anos na cidade de Tubarão-SC. Meus pais são naturais de Piracicaba, mas resolveram se mudar para Tubarão onde viveram por 17 anos. Agora decidiram voltar para suas raízes. Minha irmã mais velha Karina ficou por lá, com seu marido Rafael. Sinto muito a falta dela, pois era minha melhor amiga. Não conhecia ninguém por aqui, a não ser meus familiares, mas mesmo assim não os conhecia muito bem. Minha adaptação foi difícil, fiquei trancada dois meses em casa antes das aulas começarem. No primeiro dia de aula já conheci Otavio. Sim, tenho um imã para arrumar amizades masculinas, penso que eles acham que sou um menino também.

Otávio parecia ser o alfa da turma, todos faziam o que ele queria. As meninas se derretiam, mesmo quando estava sendo um idiota. Mas quem não cairia de amores por ele? Moreno, olhos castanhos, cabelos negros, cara de safado. Ele continua assim, só que mais alto e mais encorpado. O bad-boy que toda garota quer, inclusive eu. Era inevitável que isso acontecesse, pois entrei para a turma dele já no primeiro dia de aula. Nos tornamos inseparáveis, onde tinha bagunça, lá estávamos. Se um levasse suspensão, o outro estava envolvido e também pagava o pato. Mas uma coisa mudava em relação a essa cumplicidade. Quando se tratava dos envolvimentos com mulheres, ai eu tratava de dar no pé. No inicio não ligava, era só amizade entre a gente mas, o tempo foi passando e comecei a ver ele com outros olhos. Mas pensam que me afastei? Não, já que eu não poderia ter ele como eu queria, eu ia ter que continuar sendo sua companheira de crime. Com isso passaria mais tempo perto dele, já que as garotas que ele pegava não passavam de diversões rápidas. Ainda lembro da nossa primeira conversa.