Nunca fui de me misturar, sempre quieto e nunca fazia nada para chamar a atenção. Minha vida inteira fiquei como coadjuvante. Na escola sempre tinha aqueles que chamavam atenção com pegadinhas aos colegas, cabulando as aulas, azarando as gatinhas e sempre andando em grupos. Mas eu sempre foquei nos estudos e tinha a meta de me manter invisível. Eu era apaixonado por uma menina da escola, mas ela fazia parte da turma dos "fodásticos" da escola, pelo menos era o que essa turma achava que eram. Ela nunca olhou para mim e isso me matava silenciosamente. Cresci tendo que os ver fazendo o que queriam, como se fossem os donos do mundo, os maiorais. Graças a Deus o líder do grupo, aquele que na visão deles era o “alfa", nunca me notou ou cismou comigo, por conta disto nunca tive problemas algum com eles. Sempre via vários garotos cruzarem o caminho dele e se darem mal. Pra mim ele sempre foi um otário, sempre o chamei assim, o nome dele é Otávio, mas eu o chamava de Otário, só em pensamento é claro! Se caísse no ouvido dele eu estava oficialmente "fodido”.
Muitas vezes eu conversava com minha mãe sobre ele, ela sempre falava que um dia cada um teria o que merecia, na palavra dela ela dizia, “Não liga meu filho, tudo que se planta, um dia se colhe.” Cresci com isso na cabeça, um dia iria ver ele se dar mal por conta dos absurdos que ele aprontava. E esse dia chegou. E confesso que estou com pena do cara. Ele e sua turma estavam na mesma festa que eu no Country Club, ele saiu todo nervoso de la porque tomou um fora da garota por quem estava apaixonado. Nessa festa teve ate declaração de amor. Sério, mas a gata que ele achava que estava no papo, acabou ficando com outro. E sabem quem era o cara? Eu. Deus queira que ele nunca descubra. Ele saiu feito um louco, perdeu o controle do carro em uma descida e o carro voou, literalmente. Com isto caiu dentro do rio que dividia os bairros, três amigos dele morreram, o Carlos que estava sentado no passageiro bateu a cabeça no vidro, que partiu perfurando o crânio, O Michel quebrou o pescoço, morte instantânea e a Gabi que estava sentada no meio do banco de trás, foi arremessada para fora, morrendo afogada, já a Karen, que estava sentada atrás do motorista, foi esperta e estava com o cinto de segurança, mas não escapou de se machucar, teve varias fraturas pelo corpo, uma na clavícula e outra na perna, fora os cortes que teve por todo o corpo. O motorista, no caso o Otávio, estava de cinto também e quebrou algumas costelas, as duas pernas e muitos cortes por todo o corpo. Os dois sobreviventes passaram alguns dias no hospital, o mesmo em que eu trabalhava, pois é, trabalhava. Os pais da Karen me contrataram para auxiliá-la em casa, pois ela não pode ficar se mexendo. Depois, os pais do Otávio perguntaram se eu tinha alguém para indicar para eles, para auxiliá-los com o Otávio. Eu me ofereci, como são vizinhos, consigo alternar entre uma casa e outra, então fica fácil. A Karen é uma paciente que coopera, fora que mesmo na situação dela, toda vez que chego ao seu quarto ela me da um sorriso que é gratificante. Eu juro que, se já não tivesse alguém nos meus pensamentos eu me apaixonaria por ela. Ela é linda e encantadora. Mas, infelizmente aquela praguinha não sai dos meus pensamentos.
Milena foi minha primeira e única paixão. Sim, a mesma Milena do Otavio, mas ela nunca nem notou a minha existência. Beijei ela em duas ocasiões. Na primeira, foi em uma festa que estava ela com a turma, ela bebeu todas e brigou com o Otávio, não sei o motivo, só sei que quando vi, ela já estava em meus braços. No começo fiquei meio assustado, mas depois entrei no lance e dei o meu melhor no beijo. Mas foi tão rápido, que quando vi, o "Otário" já estava me dando um murro na cara. Não tive nem tempo de reagir, quando dei por mim, ele já estava se afastando e nunca mais vi a Milena. Me falaram que ela foi embora da cidade, que voltou para a cidade onde sua irmã mora, mas sei que os pais ficaram. E a outra vez, foi no dia do acidente. Eu observei ela de longe o tempo todo, ela conversava, ria com a turma e dançou um tempo com o “Otário". Vi o exato momento que minha oportunidade surgiu. Eles estavam abraçados e ele falou alguma coisa no ouvido dela, ela se afastou e veio em Direção ao banheiro, e como não sou nada bobo, fui em direção a ela, esbarrei e a segurei pela cintura, ela me deu um sorriso que não chegava até os olhos, esses que estavam cheios de lagrimas. Falei para ela que estava doido para provar dos lábios dela novamente. Ela não pensou duas vezes e me beijou. O "Otário" veio em seguida e a puxou, tiveram uma pequena discussão, esperei tomar mais um soco, mas não, o cara estava tão transtornado que se esqueceu de mim e saiu. A Milena ficou um tempo observando ele sair e mesmo depois que a porta fechou atrás dele, ela continuou olhando. Como se pudesse ver alem da porta. Fiquei sem saber o que fazer e completamente sem graça. Até que ela virou para mim.
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Te esqueci? Só que não.
RomancePLÁGIO É CRIME LEI N° . 9.610/98 Te esqueci? Só que não. Conta a história de Milena, Otávio e Caio. Uma paixão, seguida de desilusões, mudanças e reconquistas que promete te prender do inicio ao fim. Conheça esse triângulo amoroso. Obra imprópria p...