Nem sei de onde veio essa reputação de Bad-boy. Na época eu era novo na escola, não fui bem aceito, então batia para me defender e com o tempo a escola inteira já havia me nomeado assim. Os meninos me respeitavam porque tinham medo de apanhar e as meninas me desejavam porque era uma espécie de disputa entre elas, qual iria conseguir me prender. Não sabem de nada inocentes. Mudei muito de escola, sempre achava algum defeito e pedia para meus pais me mudarem. Quando passei para o primeiro colegial fui para essa escola, gostei logo de cara. Como toda escola, sempre tem aqueles que pensam que mandam e como nunca baixei a cabeça para ninguém...
E assim o tempo passou. Pra todos eu era "O CARA" e passei a acreditar nisso também. Eu me achava, todos faziam o que eu mandava. Isso mesmo eu mandava e desmandava. As garotas eu pegava na hora que eu queria, e sempre escolhia a dedo. Eu tinha minha turma, não nos desgrudávamos. Carlos e Bruno eram os palhaços da turma, Michel já era mais na dele, pois não gostava de confusão, mas depois que entrava em uma, ninguém segurava. A Aline sempre estava junto, por ser irmã do Michel. O Pablo pensava apenas em mulheres. Já eu, o Rodrigo, o Junior e o Gustavo éramos os piores. Gostávamos de aprontar todas. Eles eram meus companheiros. As outras meninas vieram com o tempo. A Luiza teve um caso mal acabado com o Gustavo. Sério, não sei por que os dois continuavam fingindo que não sentiam nada um pelo outro, todo mundo sabia que era o contrario. A Luiza é uma gata, mas respeitamos por causa do Gustavo. A Gabi entrou na turma por ser amiga da Aline. E a Karen por ser minha vizinha, não saía da minha casa.
Já estava no terceiro colegial. Não via a hora de terminar e começar a trabalhar com meu pai na metalúrgica, para ter meu próprio dinheiro e poder fazer o que eu bem entendesse.
Mas hoje entrou uma garota na escola, ela não é linda. É gordinha, baixinha, mas com um olhar confiante. Não sei o que me atrai nela, ela nem tem o padrão atraente. Não é gostosa e nem um pouco cuidadosa com o visual, mas sei lá, eu preciso trazer ela para perto, mas não posso chegar assim do nada, afinal tenho uma reputação a zelar e não vou me manchar com uma garota como ela.
Estou no corredor da escola, o sinal já bateu e como sempre não vou entrar na sala. Eu e a turma vamos para a Agronomia passar o tempo lá. As primeiras aulas são um saco, os professores ficam se apresentando e muitos deles estão nessa escola desde a primeira guerra mundial, não vou ficar aqui para ouvir eles falarem a mesma ladainha de sempre. Vejo que a garota esta procurando a sala dela, esta andando devagar e com jeito de quem não quer entrar na sala também. Isso é bom. Posso arrastá-la comigo. Isso seria uma boa para ficar perto dela. E ver o que ela tem que me chama tanto a atenção, porque fisicamente não vejo nada. Aproveito que tem uns garotos por perto, essa é a minha oportunidade. Chamo um deles que esta mais perto. O garoto não faz parte da turma, assim que é bom.
_Ei cara, venha aqui.
Ele vem sem pensar duas vezes e com cara de assustado. Tenho vontade de rir, eu sou foda mesmo.
_ Fala.
_ Esta vendo aquela garota ali? Eu quero que você vá e esbarre nela e a xingue. Não se assuste na hora que eu te ameaçar, garanto que não vou te bater, mas se você contar para alguém... Ai você corre e se puder, entre no útero da sua mãe de novo, porque quando eu te pegar, você não vai querer ter nascido. Estamos entendidos? Nem um piu do que você vai fazer, fui claro?
Sinto pena do garoto, acho que a qualquer momento ele vai mijar nas calças. Mas continuo olhando em seus olhos com o meu melhor olhar de matador, espero sua resposta. Acho que ele esta com tanto medo, que não consegue falar.
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Te esqueci? Só que não.
RomancePLÁGIO É CRIME LEI N° . 9.610/98 Te esqueci? Só que não. Conta a história de Milena, Otávio e Caio. Uma paixão, seguida de desilusões, mudanças e reconquistas que promete te prender do inicio ao fim. Conheça esse triângulo amoroso. Obra imprópria p...