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Maratona 2/5

Por Alicia

Acordo sozinha na cama, rolo e percebo que estou nua. Puta merda.

Pego meu celular no criado mudo e vejo que são quase 09:00. Puts, nunca durmo até tarde. O Gregory me deixou cansada mesmo, hein...

Como minha roupa ta toda amarrotada, visto uma blusa do Grego que achei no closet e ela cobre até a coxa, então está tudo bem. Só lavo meu rosto e escovo os dentes com uma escova que tem nova numa gaveta.

Escuto uma voz feminina quando desço as escadas mas foda-se, to morrendo de fome.

Encontro a garota e o Gregory na cozinha. Ele sorri assim que me vê e me dá um selinho.

Alemão: bom dia, boneca

Alicia: bom dia — sorrio fraco e pego uma fruta, me apoiando na bancada.

A menina me olha com cara de deboche dos pés a cabeça.

Alicia: perdeu alguma coisa aqui, flor? — o Gregory olha para mim e dá um risinho mas só ignoro

Xxx: você é nova aqui

Alicia: sou — mordo minha maçã

Menina ta me olhando com maior cara de nojo, eu hein

Xxx: vai falar seu nome não?

Alicia: tu não perguntou

Alemão: fala logo o que tu quer, Carla

Carla: a sós — ergue as sobrancelhas e eu reviro os olhos

Bufo e me afasto da bancada para sair da cozinha mas o Grego segura meu braço.

Alemão: a Ali não vai sair

Não sei se estou mais surpresa por ele ter me chamado de "Ali" ou por ele ter abraçado minha cintura por trás. Tipo quê?

Carla: certeza? — debocha e eu reviro meus olhos

Alemão: absoluta

Carla: ok, parabéns, você vai ser papai.

Pisco algumas vezes alternando meu olhar entre ela e sua barriga.

Alicia: caralho — me viro para ele e sorrio — Parabéns, Gregory

Ele olha com cara de desdém para ela e começa a rir.

Alemão: esse filho não é meu. Eu nunca transo sem camisinha

Carla: imprevistos acontecem, meu amor. Agora se vira porque não vou criar esse moleque não!

O sorriso morre em meus lábios no mesmo momento em que escuto essa frase e não consigo me controlar.

Alicia: qual o seu problema? Você é doente?! — grito e a Carla arregala os olhos ficando brava

Carla: quem é você para gritar comigo?

Alicia: quem é você para falar assim duma criança que não tem culpa de ter uma mãe tão irresponsável?

Se o Gregory não tivesse entrado na minha frente tenho certeza que ela tinha batido na minha cara.

Alemão: calem a boca vocês duas, porra. Se liga só, Carla, se esse filho for meu eu cuido, mas só aceito com exame de DNA

Carla: ta bom, papai — diz com deboche

Ela sai da cozinha e minha mente começa a se perguntar o que acontece com a criança se o filho não for do Gregory. Vou atrás dela antes que ela saia da casa, escuto ele me chamar mas Dane-se, eu preciso saber.

Alicia: Carla, espera — a encontro no portão da casa e ela se vira com cara de deboche para mim

Carla: o que é? — ô ser humaninho chato, como o Gregory conseguiu comer isso?

Alicia: o que vai fazer com a criança se não for do Gregory? — ela me olha estranho por ter chamado pelo nome, acho que sou a única que o chama assim

Carla: abortar — dá de ombros.

Eu fecho os olhos e suspiro fundo antes de falar sem pensar.

Alicia: então me dá a criança — as palavras saem mais rápido do que eu posso imaginar e quando vou prestar atenção, ja falei

Carla: QUÊ?! Como é?!— ela praticamente grita incrédula e com os olhos arregalados. Dou um passo cauteloso em sua direção.

Alicia: eu adoto ele, sei lá, dou meu jeito, mas não aborta — imploro e me aproximo dela.

Sua feição se suaviza e posso ver a raiva se dissipar do seu olhar junto do orgulho.

Carla: você faria isso? Eu juro que não quero, mas não tenho como criá-la — praticamente sussurra e meu coração aperta

Penso no salário alto que vou receber todo mês e a minha poupança e assinto.

Alicia: eu sei o que é crescer sem mãe, não vou deixar essa criança a mercê do nada.

Meus olhos estão lacrimejando e ela sorri vindo me abraçar.

Carla: só não rouba o Alemão de mim — brinca e eu rio

Alicia: todo seu — seco uma lágrima e ela sai da casa.

Que diabos eu acabei de fazer?

Deus, estou muito fudida.

Será que fiz certo?

Volto para a cozinha onde encontro o Gregory me olhando confuso.

Alicia: que é? — o olho

Alemão: o que foi fazer? — pergunta desconfiado

Eu até penso em falar, mas eu só irei avisar para ele depois de que sair o exame e olhe lá ainda, não devo explicação para ele mesmo. Vai que ele mete o doido para o meu lado, quero problema não

Alicia: nada não — ele me olha desconfiado —  Já to indo, viu? — me aproximo dele e o mesmo segura na minha cintura.

Alemão: te levo na casa do FM — ele cheira meu pescoço e me arrepio

Alicia: tudo bem, vamos logo — me desvencilho dele antes de transarmos de novo, o que não seria uma má idéia.

No caminho eu só consigo pensar na merda que eu acabei de fazer. Eu sou nova, não sei se consigo ser mãe mas só a idéia de que a criança não vai ter nem a chance de vir ao mundo... Eu cresci sem mãe e isso me fez valorizar muito os poucos familiares que tenho...

Safado DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora