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Por Renata

No dia em que o Gregory me disse duma tal italiana prima do FM, meu coração palpitou mais forte e eu senti, naquele momento, que a Alicia estava de volta. Eu não falei de primeira para o Gregory porque sabia que ele ia ficar pior.

Fui para a praça no horário que eu tinha combinado com a Alicia, eu tenho certeza de que ela tocaria no assunto de contar a verdadeira história para o FM então eu já conversei com a Catarina e decidimos que é o melhor a fazer, ele merece saber.

No máximo 5 minutos depois, vi ela chegar ao longe. Acenei e ela veio em minha direção.

Alicia: oi, Dona Renata - disse sorridente e com o sotaque carregado

Renata: pode me chamar só de Tia Renata mesmo... - ela assente com a cabeça e suspira mordendo o lábio - Pode fazer quantas perguntas quiser, tentarei responder o máximo

Ela assente devagar com a cabeça e suspira mais uma vez antes de começar

Alicia: quando... quando eu era menor, sempre perguntava ao Marcos sobre minha família, ele dizia que todos os meus avós eram falecidos e ele e minha mãe eram filhos únicos. Eu cresci achando que eu literalmente estava sozinha, por que você acha que ele se deu ao trabalho de esconder vocês por tanto tempo e agora me enviar direto para cá?

Renata: estou me perguntando isso desde o dia em que soube que você estava de volta e, sinceramente, não faço a mínima ideia.

Alicia: hmm, ok. E me explica essa história do Marcos ter ameaçado vocês de vir me procurar...?

Por Alicia

Conversa vai, conversa vem, e a cada palavra eu ficava com mais ódio do meu pai. Como pode uma pessoa ser tão doente?

O Marcos trabalha com uma empresa de viagens, ele é um dos donos dela, por isso sempre tive o padrão de vida muito alto. Admito que estou bem aterrorizada porque ele pagou para que provocassem um acidente de carro e envolve-se meus tios para que eles morrerem.

A Renata já foi embora mas eu ainda estou na Praça. Uma pergunta não sai da minha cabeça: por que ele me deixou voltar ao Brasil sabendo que eu descobriria toda a farsa que ele é? Minha vontade é de me vingar mas não sei como e o risco dele nunca mais me deixar sair da Itália é muito grande, não posso arriscar.

Levo um susto quando alguém joga meu cabelo todo para um lado e beija meu ombro.

Alicia: Porra, Gregory, ficou doido?! - grito me virando para ele que abre um sorriso - Idiota

Alemão: oi para você também - se senta ao meu lado e eu reviro os olhos - O que minha boneca ta fazendo aqui sozinha?

Oi? Ele acabou de falar que eu sou dele?

Alicia: primeiro, eu nunca fui sua. - ele arqueia a sobrancelha e eu continuo - Segundo, to só refletindo sobre minha vida

Alemão: sobre o rolo da sua mãe? - pergunta cauteloso e eu assinto - Quer conversar? - nego com a cabeça - Beleza, mas eu quero: por que diabos a Carla te ligou para falar sobre o filho dela ser menino ou menina?

Pisco algumas vezes processando a informação.

Como que esse ser humano sabe disso e ela nem se quer me ligou?

Alicia: mas ela não ligou - franzo o cenho

Alemão: ligou, sim. Ontem quando atendi seu telefone era ela

Droga, droga, droga

Alicia: ahh, entendi. Nossa, eu acho que esqueci de perguntar quem era no telefone - sorrio e ele bufa

Safado DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora