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Por Alemão

Acordo numa maca e reconheço ser do postinho aqui no Morro. Olho para o lado onde vejo a Nanda sentada numa poltrona mexendo no celular

Alemão: nem para me matar duma vez, o cara atirou em mim só para me fazer sofrer mesmo — resmungo e ela leva um susto dando um pulo e me encarando

Nanda: caralho, Gregory, quer me matar de susto? — sorrio e ela vem até mim — Ta bem?

Alemão: sim — passo a mão no rosto — Quando eu levo auta?

Nanda: não sei, vou lá chamar o doutor

Só assinto e ela beija meu rosto antes de sair do quarto. Minha mente se volta para a Alicia. Espero que essa porra esteja bem

Por Alicia

Acordo já com uma enxaqueca insuportável, dói até abrir os olhos, a claridade do quarto só piora isso.

Me viro na cama gemendo de dor e uma pessoa que eu nem sei quem é caminha até mim. Minha visão está embaçada demais para eu conseguir identificar

Alemão: oi, meu bem — diz baixo e eu reconheço a voz do Gregory 

Alicia: ta doendo... — choramingo e ele passa a mão no meu cabelo, tirando do meu rosto e abre um sorriso

Alemão: vou chamar o médico para ver isso daí, já volto, boneca — se abaixa e beija meu rosto

Eu devo estar em estado de vida terminal porque da última vez que eu vi o Gregory, ele estava disposto a literalmente me matar só de ódio. Agora ele ta fofo, desde quando o Gregory que eu conheço é fofo? Achei que isso fosse impossível

Minutos depois o Grego volta para o quarto acompanhado de um médico. Ele me explica que realmente tinha droga na comida e que talvez eu fique fraca esses dias até que meu corpo seja desintoxicado. Eu levo auta essa noite, pelo que entendi.

Alemão: tenho uma novidade para você, acho que vai gostar — eu me sento na maca e ele me ajuda a arrumar o travesseiro nas minhas costas

Alicia: espera, todo mundo ta bem, né? — me certifico e ele assente sentando na beira da maca perto de mim — Antes de desmaiar eu escutei um disparo — me recordo e ele sorri

Alemão: O tiro foi em mim — arregalo os olhos — Relaxa, eu to bem já — dá um risinho e eu reviro os olhos

Alicia: poxa, eu tava doida para te eliminar — debocho e ele gargalha

Alemão: Mudando de assunto, tem uma pessoa que você vai gostar de conhecer — franzo o cenho — Uma bebê, para ser mais específico — sorri

Meu coração aperta e eu sorrio já começando a chorar

Alicia: a Safi nasceu? — coloco a mão no peito e ele assente se aproximando para me abraçar — Era para ser daqui dois meses

Alemão: você passou quase um mês... fora — diz baixo e eu arregalo os olhos — O parto foi de emergência, a Safi nasceu prematura e a Carla... — ele abaixa o olhar e minha respiração falha

Alicia: Gregory — coloco a mão em seu rosto e ela me encara — Ela ta bem, né? — minha voz soa mais trêmula do que esperava. Ele pressiona os lábios e suspira

Alemão: ela morreu — diz baixo

Não sei quanto tempo eu fico abraçada ao Gregory chorando. Ele fica fazendo carinho na minha cintura e quando me afasto beija meu rosto.

Durante a gravidez a Carla foi legal comigo, a considerava uma amiga para falar verdade. Nunca nem cogitei de algo acontecer com ela durante o parto, estava indo tudo tão bem...

Alemão: vou te deixar descansar. Quando der o horário de você sair eu volto aqui para te levar para casa — assinto e ele segura meu rosto para beijar minha testa antes de me dar as costas

Alicia: espera — chamo segurando seu braço e ele me olha — Ainda estamos brigados?

Ele me encara por uns segundos e suspira fundo passando a mão no cabelo.

Alemão: sabia que faz um mês que não durmo? — pergunta sorrindo e sai do quarto me deixando sem resposta

Eu estou louca para ver a Safira mas é difícil até me manter acordada, quem dirá ir ver minha bebê.


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Safado DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora