Mudanças estranhas.

23 3 6
                                    

A aula de música é irritante e meus ouvidos dão graças a deus por não estarmos na sala de música com a turma, eu odeio cantar e ouvir os outros cantarem, e apenas prefiro tocar piano, eu amo tocar piano desde meus 14 anos, o sinal toca indicando o final das aulas, pego meu material e me levanto indo até a grande prateleira de livros, coloquei o livro que peguei em seu lugar e me virei em direção a saída da biblioteca da escola.

- Até segunda feira Thiago! - diz Cristina, ela é a moça que cuida da biblioteca.

- Até segunda feira, tenha um ótimo final de semana! - digo empurrando a porta para frente e saindo.

Ando pelo corredor junto a outros alunos que conversam animados, sei que Gustavo está vindo logo atrás de mim e que assim que eu parar para mexer em meu armário ele começará as piadinhas sem graça, paro em me armário e abro a porta do mesmo, olho para dentro vendo minha outra blusa moletom cinza escuro, alguns livros, papéis de bala ou chiclete e outras coisas.

- Se não é o meu amigo favorito! - diz Gustavo parando ao meu outro lado do armário.

Ele tem pele branca, olhos azuis claros, cabelo loiro curto e uma tatuagem de nome feminino no pescoço, ele usa uma blusa de manga curta e gola V da cor vermelha, jeans azul claro e bota marrom escuro, ele é o idiota que só passou para o terceiro ano porque as professoras e professores  não aguentavam mais ele, logo seus amigos chegam ficando ao lado dele.

- O que você quer Gustavo? - pergunto enquanto ainda olho para meu armário não me lembrando do que vim fazer aqui.

- Eu tenho um trabalho de geografia e eu quero que você faça ele para mim, como das outras vezes Thiago, aliais, você é o aluno mais inteligente que conheço! - responde Gustavo sarcástico no final.

- "suspiro" faça você mesmo! - digo.

Me sinto estranho por dentro, é como se eu não sentisse mais nada, Gustavo começa a falar algo na qual eu não estou dando atenção, fecho meu armário e me viro ficando de frente para ele que apenas me encara em deboche, palavras em latim começam a surgir em minha cabeça e o mais estranho ainda é que eu estou entendendo elas.

- Ignis! (Fogo) - digo em latim e do nada as costas de Gustavo começam a pegar fogo.

Volto ao normal e olho ao redor, Gustavo grito enquanto os amigos dele tentam apagar o fogo em suas costas, não penso duas vezes e saiu correndo os deixando para trás, sai tão rápido que não vi que passei por Lucia que me esperava, só paro quando ela grita meu nome, olho para trás estando perto do portão automático da escola, ela vem rápido até mim me olhando confusa.

- O que aconteceu para você sair igual um foguete? - pergunta Lucia enquanto descanso.

- Eu não faço a minima ideia do que aconteceu, Gustavo estava falando comigo quando de repente as costas dele começou a pegar fogo! - respondo e ela me olha mais confusa ainda e surpresa.

- Isso é muito estranho! - diz Lucia e concordo dom ela.

- Vamos embora antes que ele venha atrás de nós dois! - digo e começo a andar me afastando da escola com Lucia vindo ao meu lado.

No caminho inteiro fiquei pensando sobre o que eu disse, aquela palavra em latim com o significado fogo me chama a atenção, eu nunca estudei latim em toda a minha vida e do nada eu aprendia falar aqui, o pior é que eu não senti nada quando fiz aquilo o que me deixou confuso sobre meus sentimentos, assim que cheguei em casa falai um pouco com minha mãe, não falei nada sobre o que aconteceu na escola na hora da saída, subi para meu quarto e fechei a porta, joguei a mochila em cima da cama e fui ao banheiro onde molhei meu rosto com a água para acordar, tenho certeza que estou enlouquecendo, voltei ao meu quarto e peguei meu celular no bolso da mochila para mandar uma mensagem para Lucia.

Um bruxo entre Demônios.Onde histórias criam vida. Descubra agora