Quem matou o Rei?

Verdadeira Face · 19

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Havia se passado duas semanas desde que nossa vidas foram virada de cabeça para baixo. Não tive notícias do Lorenzo e dá Arquiduquesa desde então, também não os culpo. Muitos se recusaram a ter contato comigo, essa associação era motivo de vergonha. Com minha mãe presa passei a vender nossas plantações na feira para sobreviver, não tínhamos dinheiro e nem status para ter empregados e o meu pai só sabia beber. Mesmo contra vontade dela pedir a ama que fosse embora, estar comigo faria com que ela tivesse dificuldades até para conseguir um trabalho novo. Mas nem isso impedia que ela e a Hadassa de me visitar enquanto trabalhava na feira. ⠀
— Vocês deveriam parar de vir aqui. – disse para elas
— Não me peça para fazer mais coisas da qual não me orgulharia. Já não foi fácil ter que deixa-la.
— Por favor ama, não torne isso mais difícil. Além do mais ter ido embora foi um empurrãozinho pro seu relacionamento com o Richard ser oficializado. ⠀
— Como posso desfrutar com alegria disso sabendo que está passando por momentos difíceis e basicamente sozinha?
— Não se preocupe comigo, eu estou bem.
— Planeja visitar sua mãe na prisão? – perguntou Hadassa
— Esqueceu que vossa majestade proibiu qualquer acesso meu ao palácio?
— Ele jamais te proibiria de ver a mãe.
— Não me importo, não posso visita-la depois de tudo que ela fez a mim. E por favor pare de me falar isso, sei que foi ela tem pedido.
— Assim que ele se der conta da decisão que tomou, virá lhe tirar desse sufoco.
— Com certeza, ele está irritado demais para reconhecer que errou com você agora.
— Parem com isso, vocês sabem que errei ao esconder a verdade do Rei. ⠀
— Aonde nós chegamos, você nem mesmo consegue mencionar o nome dele. – ao ouvir a voz dela nos curvamos em respeito – Deixem nos a sós. – disse a Matriarca
— Sinto muito, mas nossas melhores plantações já foram vendidas. ⠀
— Não estou aqui para fazer compras, vir por você.
— Me sinto honrada, mas não tenho nada oferecer a senhora.
— Olha só o estado que você está. – a mãe do Conrado pegou os meus braços me examinando – Além dos hematomas, também perdeu peso. Deveria pedir ajuda do seu pai com o trabalho pesado, assim não se acabaria tanto.
— Meu pai está indisposto no momento.
— Eu sinto muito pelo que  Conrado fez, você realmente cumpriu a promessa que fez a mim.
— Eu tinha que tomar a decisão certa.
— Por esse motivo farei o Conrado voltar atrás com você.
— De jeito nenhum. Ele fez o certo, devo pagar por esconder a verdade dele. ⠀
— Se for realmente assim, eu deveria pagar por ter escondido dele também. Ou se esqueceu que eu também sabia?
— Não coloque sua relação em risco por minha causa, as coisas serão melhor assim. O Conrado até mesmo irá se​ casar com a Elisa, tudo o que você sempre quis.
— Não estou dizendo que estou triste por isso, foi a única decisão certa que ele tomou. Mas lhe deixar nesse estado depois do que representou para ele, é injustificável.⠀⠀
— Está tudo bem, desde que as coisas estejam bem para ele. Vossa majestade está em paz, isso é tudo o que importa. Agora com licença tenho que trabalhar.
— Escuta Catalina, mesmo tendo tido feito o que fez, você deveria ir visitar a sua mãe.⠀
— Porque todos dizem isso?
— Talvez eu não seja única a notar o quanto o rei tem visitado o lado sul do palácio. Bom, irei deixar você trabalhar.

Passei o restante do dia pensando no que a Matriarca disse. Se ela acha que o Conrado tem ido ao lado sul para poder me ver, não faria sentido ter me proibido de ter qualquer acesso ao palácio.
A parte mais difícil após tanto trabalho era ter que voltar para casa, a situação do meu pai estava cada vez mais devastadora. Era o dia dele levar os suplementos para minha mãe que continuava aprisionada, mas o jeito que o encontrei, deixava claro que isso seria impossível.
— Pai! Está na hora.⠀⠀
— Não vou a lugar algum. – disse ele com dificuldade após tomar tanto álcool
— Você tem que ir, a mamãe precisa dos suplementos.
— Ninguém além de você é culpada por ela estar aprisionada. Se quer mesmo fazer algo útil deveria levar os suplementos você mesmo. – ele passou a dormir sem dizer mais uma palavra