Aliados · 21

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Já fazia um tempo em que eu procurava pela Catalina, essa seria uma semana difícil e eu não gostaria que ela passasse sozinha. Havia conversado com a Arena, mas acreditava que o motivo da Catalina não estar indo a feira era a maneira dela lidar com a dor. Mesmo sendo um bom argumento preferir ignorar, Catalina estava passando por sérias dificuldades financeiras e não deixaria de trabalhar por causa de um capricho.

Apesar dos riscos que eu correria em ir a um lugar proibido para visitantes fui até a residência dela. Com minhas habilidades foi fácil entrar. Infelizmente tive minhas suspeitas confirmadas, o lugar estava revirado, havia manchas de sangue que aparentavam ter cerca de uma semana. A situação não era nada boa, por isso me apressei em ir até o Conrado no dia do casamento dele.

Tive que esperar durante um longo tempo até que fosse possível falar com ele. ⠀
— Vossa Majestade.
— Confesso que estou surpreso em encontra-la aqui, não nos vemos desde que abandonou seu posto.
— Eu sinto muito te-lo deixado.
— Eu entendi perfeitamente, você é um soldado que preza a justiça e acha que não a tive com a Catalina.
— Não estou aqui para falar sobre isso.
— Tive medo que me implorasse para desistir do casório.
— Jamais serei responsável por influenciar suas escolhas majestade. ⠀
— Então qual seria o motivo?
— Há algo de errado com a Catalina, há cerca de uma semana não a encontro, acabo de voltar da sua residência e a casa está com vários rastros de sangue.
— Sinto que não poderei ajudar, fale sobre isso com os conselheiros e eles irão lhe oferecer suporte na investigação.
— Está falando sério?
— É o meu casamento Hadassa.
— Vossas majestade está ciente de que não será com a Catalina?
— Por favor se retire.
— Eu disse por várias vezes que não queria, mesmo assim me convenceu que eu deveria a protege-la. Agora o que adianta se eu fui falha nisso?  Não é mais a segurança dela que está em jogo, e sim a vida.
— Eu realmente não posso fazer nada no momento. Estou te dando a permissão de conversar com a mãe dela, sem dúvida seja saberá de alguma coisa.
— Espero que um dia possa me devolver as expectativas que depositei em você.
— Hadassa, por favor. Eu não posso interromper um casamento sem um bom motivo, é assim que as leis funciona. – disse ele
— Pobre Catalina, não é digna de ser um bom motivo dado a quem você tornou ela. ⠀

Mesmo sendo notável que o Conrado estava arrasado, eu esperava mais dele. ⠀⠀
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Apesar das chances serem poucas, me agarrei a elas. Encontrar com a mãe dá Catalina estava na lista de coisas que jamais imaginaria fazer. Mesmo na prisão ela transmitia um ar refinado, era uma bela e desprezível mulher.
— O que faz aqui? – ela perguntou rigidamente
— Há algo de errado com a Catalina.
— Seja mais clara. – disse ela ansiosa
— Ela se encontra desaparecida  e por uma semana, fui a sua residência e encontrei seus móveis revirados e rastros de sangue. – preocupada a arquiduquesa deixou o livro que segurava em suas mãos cair ⠀
— Contou ao Conrado?
— Ele está muito ocupado com o casamento no momento.
— Está brincando comigo?
— Jamais senhora, ele apenas precisa de um bom motivo é assim que a lei funciona.
— Aquele desgraçado! Você precisa encontrar minha filha, tem que cuidar dela e dizer que eu sinto muito. – a vir numa movimentação suspeita
— Você não precisa fazer isso.
— Tenho vários bons e únicos motivos que tenho para dar a ele. Precisa contar quem a Catalina é de verdade, a filha do Rei James.
— Não pode ser!
— Nunca fiz nada atoa querida.
— Você é louca.
— Não tenho tempo para isso. – ela sorriu ao se arrumar no espelho. Eu sabia justamente o que ela estava para fazer e mesmo assim não pedir ajuda, apenas a deixei fazer o que tinha que ser feito.
— Há algo… – sussurrei insegura – Há algo de errado na cela. – repetir com firmeza – GUARDAS! AJUDEM!

Não era a primeira vez que via alguém morrendo, mas era a primeira vez que achava uma pessoa merecedora da morte. Sentir os guardas me levar até o Rei e seus conselheiros de uma forma bruta, mas não relutei. Estava justamente onde queria estar.
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⠀ ⠀⠀ Se um olhar fosse capaz de matar alguém, eu tenho a certeza de que o olhar da Elisa me mataria. Todos os que estavam presente no casamento compareceram na sala de julgamento. ⠀
— Hadassa, por favor não me diga que eu a obriguei a isso. – disse o Rei Conrado desapontado
— Vossa majestade não me obrigou a isso. – respondi com ironia
— Quanta insolência. – disse Elisa
— Conte-nos o que aconteceu. ⠀
— Como vossa majestade deu a autorização para me comunicar com a Marit, contei a ela sobre o sumiço da Catalina. Ela sabia que era preciso algo de muita importância para ter sua atenção nesse momento, e por isso lhe tirou a própria vida.
— Ainda continua culpando o Conrado pelo que essa mulher fez? – Elisa estava completamente irritada por não ter conseguido casar com o Conrado – O que estão esperando guardas? Castiguem-a!
— Por favor Elisa, se acalme. – disse Conrado – Porque não comunicou aos guardas a tempo que ela fosse salva? – no fim das contas era fácil perceber que a única coisa que preocupava ao Conrado era o fato de ter que explicar a Catalina o que a Marit fez
— Dado aos acontecimentos encarei a Marit como digna da morte.
— Hadassa, não é assim que as coisas devem ser. – disse Conrado preocupado
— Sinto muito Majestade, mas não me venha com suas lamentações. Você é o rei, não eu. Se eu vejo uma oportunidade para encontrar a Catalina a agarro, não preciso de um bom motivo. Agora que tenho a sua atenção peço que investigue ou me dê suporte para isso.

Quem matou o Rei?Onde histórias criam vida. Descubra agora