Após dias de tortura acabei perdendo a noção de que dia e semana era. Tinha a sensação de ter sido apagada do mundo. Perdi a força e a vontade de fazer, as palavras até vinham mas simplesmente não saia. Eu quase não tinha notícias do que acidentes no mundo afora, exceto por algumas brechas que Elisa soltava. Nunca pensei que fosse capaz uma pessoa odiar tanto alguém. Não conseguia entender como ela podia agir assim, mesmo quando tinha conseguido de mim o que queria, o Conrado. Ver ela se gabar da vida que eles tinham juntos era o que mais me doía.
Numa tarde, ela havia contado que o ministro tinha aceitado a condição de me deixar ir, mas após o Conrado descobrir que designei Lorenzo como general ele implorou para que não me libertasse. Era como se o Conrado que eu conheci não existisse.
— Você tem visita. – disse um dos guardas
— Catalina? O que raios aconteceu com você? – era o Lorenzo. Sentir ele me desamarrar da cadeira para tentar me colocar em pé, de uma forma incontrolável não conseguia me equilibrar. – Catalina, olha pra mim! Sou eu, Lorenzo. – ele falava tentando me fazer falar, mas apenas sorrir. – Isso é inaceitável, vou leva-la daqui agora mesmo.
— Coloque ela no lugar de onde estava, Catalina não vai sair daqui. Ela é minha! – esse Elisa
— E você acha que vou obedecer a você?
— Lorenzo por favor, se acalme. Não era esse o nosso tratado. – disse o ministro
— Acha mesmo que vou aceitar que a Catalina esteja nessa condição? Inaceitável!
— Claro que não a deixarei nessa condição, irei levá-la até os nossos aposentos.
— Eu disse que não! – avistei o Lorenzo segurar a Elisa a ameaçando
— Levem-no daqui. – ordenou o ministro
— Você não faria isso.
— Ele até pode não fazer isso, mas eu sim. – um barulho extremamente alto tomou conta do calabouço. Era o segundo corpo que eu via bem em frente ao meu, simplesmente não aguentava mais.
— O que você fez? – perguntou Lorenzo a Hadassa
— Matem-a! – Ordenou o ministro
— Não se atreva! Você pode ter ordenado a restituição do Conrado mas eu ainda sou a matriarca desse palácio. O Lorenzo faz parte do exército que eu comando, então não seja insano de se meter comigo. – vir a mãe do Conrado
— Não tem ideia do que está fazendo.
— É você que não têm. O documento assinado pelo Rei Jaime elegeu apenas a Catalina como rainha na condição de solteira, você não tem nenhum poder. Deixem ele aqui na mesma situação que a Catalina se encontrava, quero que a Arquiduquesa Carola o acompanhe em breve.
— Você não pode fazer isso.
— Você não tem ideia do que eu posso fazer.No braços do Lorenzo, fui carregada até os aposentos presencial para receber os cuidados necessários. Ainda não conseguia entender metade do que estava acontecendo, mas sabia que finalmente estava segura.
Após dois dias de sono, acordei com a matriarca sentada ao meu lado juntamente com a Hadassa e Arena.
— Sua aparência está bem melhor do que quando te salvamos. – disse ela
— Ficamos tão preocupada com você. – desse Hadassa
— Deve estar confusa em relação a tudo que aconteceu, por isso pedir que deixassem conversarmos – disse a matriarca.
— Por favor não me esconda nada. – respondi com dificuldade por estar desidratada
— Infelizmente sua mãe faleceu. – mesmo sabendo que tipo de mulher ela era me sentir frustrada, logo lágrimas caíram dos meus olhos. – Ela tirou a própria vida para que o Conrado investigasse o seu desaparecimento. – contou Hadassa
— Não acredito que ela fez isso. – chorei ainda mais
— Ela se arrependeu do sofrimento que te fez passar, você foi o mais importante para ela até o último segundo. – disse Hadassa
— Beba esse chá. – Arena me deu algo para que eu ficasse mais calma
— E quanto ao Conrado, como ele está após a morte da Elisa? – perguntei
— Que tipo de pergunta seria essa? Conrado detestava a Elisa mais do que você. – disse a matriarca
— Não era o que ela falava.
— Seja lá o que for que você ouviu era mentira, estar noiva da Elisa era a única maneira dela não fazer nada contra você.
— Não consigo acreditar. – chorei
— Cata, eu entendo que esteja chateada. Mas o Conrado te ama, não deixou de amar um segundo. – disse Arena
— Eu vi pessoas morrer bem na minha na frente, por causa das decisão dele.
— É por isso que rainha é você e não ele. Talvez no fim das contas o Rei Jaime concordava que o reino precisava de alguém que quebrasse as regras. – era uma surpresa ouvir essas palavras virem da matriarca
— Porque ele não foi com vocês me tirar daquele lugar?
— Antes que ele saísse da propriedade o Richard chegou até nós com a outra metade da carta escrita pelo Rei Jaime. Parece que o Guilhermo não queria que todos soubessem que era da vontade do Rei que mesmo se você casasse, essa autoridade não passaria a seu marido. – disse Arena
— Onde está o Lorenzo? – perguntei para que mudassem de assunto
— Catalina, por favor. – disse a matriarca.
— Falarei com o Conrado quando me sentir preparada para isso.
— Como quiser. – ela sorriu meio sem jeito
— Estamos feliz que esteja bem, assim que o Lorenzo chegar da atividades oficiais. Irei pedir que venha te ver. Apenas descanse.
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Quem matou o Rei?
Historische RomaneA maioria das jovens no reino esperava com expectativa o dia que em que seria apresentada a todos como uma "Mulher adulta" na sociedade, onde ganharia o direito de passar a frequentar o Clube do Chá. Com muito orgulho e nenhum apoio, eu fazia parte...