Último Adeus · 10

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Assim que amanheceu solicitei ajuda dá ama para me arrumar. Decidir não poupar esforços e iniciar minha investigação de antemão. ⠀
— Ama, está tudo bem?
— Está sim milady. ⠀
— Sentir sua falta ontem.
— Eu sinto muito, mas sua mãe deu folga para todos nós ontem a noite.
— Algo raro, você sabe o motivo dela ter feito isso?
— Não éramos necessários, vocês chegariam tarde e alimentados. ⠀
— Pensando bem, é verdade.
— Vai usar este vestido? – ama aponta para um vestido elegante ⠀⠀
— Não precisa, quero algo simples para ir a feira.
— Feira? A charrete já está pronta para levar você ao funeral.
— Funeral?
— Você é a noiva do rei, sua presença é indispensável. ⠀
— Mas ninguém me informou isso. Estou cansada de ver as pessoas dizendo que sou a noiva do Conrado. Eu nem respondir ao pedido dele, será que minha opinião não importa?
— Sinto muito milady, mas a mãe me encarregou de sair do seu lado só após te colocar na charrete.
— E onde ela está?
— Sei tão pouco quanto você.
— Isso está tudo muito estranho. Apartir de hoje quero que fiquei de olho nos meus pais. ⠀
— Não posso investiga-los.
— Qualquer cidadão que nota algo que pode colocar a vida do rei em risco tem o dever de colaborar com a investigação.
— Como pode desconfiar dos seus pais?
— Eu quero muito não desconfiar deles, esse esforço vai provar se eles são inocentes ou não.
— Cata, isso pode colocar minha vida risco também.
— Eu vou te protejer.
— Nem o rei achou quem o protegesse.
— Meus pais jamais machucaria alguém.
— Sendo assim essa investigação é sem sentido.
— Só pessoa que me ajude e confie em mim.
— Eu farei isso porque desde que me tornei sua ama renunciei a minha própria vida para te servir.
— Não fale besteira, você não vai morrer.
— Mas se eu morrer saiba que morreria feliz. – a abraçei

A ama cuidava de mim de uma maneira que nem meus pais cuidaria. Por ela e vários servos amorosos valeria a pena me tornar uma rainha. Eles merecem alguém que lute por eles.

Sem relutar entrei na charrete a caminho do funeral. Muitas pessoas abriram espaço para eu passar em direção ao Conrado.
— Acredito que não era sua intenção estar presente ao funeral. – disse ele após notar minha expressão desanimada
— Estou em um funeral, espera que eu estivesse sorrindo? – sem querer o machuquei
— Eu entendo que esses eventos não seja do seu agrado, logo estará livre para fazer o que quiser.
— Só tenho que ficar atrás de você dando apoio moral enquanto fala não é isso?
— Geralmente sim.
— O que quer dizer com geralmente? – pergunto intrigrada
— Não é porque as coisas ocorreram assim no passado que precisamos fazer igual agora. Conheço você Catalina, sei que odiaria isso. ⠀
— O que está sugerindo?
— Que me acompanhe ao meu lado, e nós dois havemos de falar com o nosso povo. ⠀⠀
— O que falaria?
— Sei que é uma mulher criativa, sei que quer compartilhar essa dor com o seu povo é o momento é esse.
— Isso não te causaria problemas? As pessoas vão nos fazer perguntas.
— Não quer dizer que temos que responder a todas.
— Conrado, eu ainda nem respondir ao seu pedido e todos inclusive você já me tem como sua noiva. – sussurrei surpresa
— Eu sei, não posso negar que tenho amado estar em sua companhia. É muito bom ter um rosto amigo ao meu lado. Mas não posso continuar fazendo isso com você. Se não quer ser a minha esposa sugiro que acabe com essa agonia que estamos sentindo logo.
— Está dizendo que você me deixaria ir?
— Jamais te forçaria a nada Cata, ainda lembro do que sentíamos quando jovem, eu te amo e seria um babaca de te forçasse a algo.
— Eu não sei o que dizer.
— Apenas me diz se você pode ficar ao meu lado. ⠀
— Não posso abandonar um amigo quando as coisas ficam difícil. ⠀⠀
— Está dizendo que você aceita?
— Sim. – sorrir suavemente – Sugiro que você tenha um anel, senão seria muito estranho para as pessoas me ver ao seu lado sem um.
— Claro que sim, esse anel estará na mão certa. Me permita que eu o coloque. – Conrado pôs o anel
— É lindo. – admiro o anel que julgo ser familiar
— Era da antiga Rainha, o rei Jaime me presenteou na noite do falecimento ao dizer que aprovava a nós dois como líderes dá nossa nação.
— Lembro de ter visto esse anel nos livros, nunca tive algo tão valioso. Cuidarei bem dele.
— E eu de você. Está pronta? ⠀
— Sim. – sorrir alegremente

Por mais que eu tenha corrido tanto para fugir do Conrado não fazia sentido fazer isso agora.
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Percebi que a realeza seria a melhor forma de descobrir a verdade e ajudar as pessoas a viverem de uma forma segura. Ainda não sei exatamente o que sinto por ele, mas em nome ao que eu sentia tentarei descobrir.

Sentir seus dedos tocar aos meus delicadamente, de mãos dadas seguimos a tribuna. Todos nos olharam surpresos, inclusive meus pais que estavam na primeira fileira. Isso explica o porquê de terem saído tão cedo, eles queriam um lugar de destaque.

Avistei também o Lorenzo ao lado da Arquiduquesa, que me olhava com um ar integrante.
— Gostaríamos de agradecer a todos por estar presente nesse momento doloroso. O Rei Jaime foi um grande homem, não media esforços por seu povo. Muitas vezes abria mão de suas próprias vontades para conceder o desejo de outros. Não é atoa que me orgulho em dar continuidade a um reinado que ficou aos cuidados de um bom rei. É uma pena que ele tenha falecido desse modo tão inesperado. Dou minha palavra que essa morte não ficará impune, seja quem for a pessoa que fez isso, ela pagará por seus erros. ⠀⠀⠀⠀
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Altos gritos e aplausos tomaram conta do lugar. Conrado havia passado para mim a oportunidade de falar, mas como não era costume os jornalistas iniciaram as perguntas. Muito envergonhada planejava sair da tribuna, uma atitude inesperada do Conrado me impediu.
— Peço por favor, que aguarde por mais um pouco. Minha amiga e noiva quer expressar seus sentimentos pelo Rei Jaime. – ele sorriu para mim transmitindo a força que eu precisava
— Em menos de 24 horas o Rei Jaime me presenteou de 3 maneiras. Primeiro ele me enviou um belo vestido para estrear minha vida na sociedade, e logo após me acompanhou no mesmo evento. Nessas duas ocasiões o homem que por hora eu só conhecia pelo que era ensinados nos livros e através de nossos pais se tornou mais que um conhecido, me atrevo a chamar de amigo. Mesmo sabendo o quanto eu estava nervosa e aflita ele me acalmou e foi paciente comigo. – observar olhares atentos me deixava cada vez mais nervosa, mas ter o Conrado comigo de uma certa forma me acalmava – Naquela noite achei que os presentes havia se acabado, nada se compararia em ter a companhia do rei. Mas não foi assim que as coisas aconteceram, após uma dança ele me pediu que esperasse enquanto iria buscar mais uma lembrança pra me presentear. Me senti lisonjeada, infelizmente não poderei saber o que seria essa lembrança porque o Rei não voltou. Eu só queria ter tido a chance de dizer o quanto me sentir grata e feliz. Não sei o motivo dele ter me escolhido, ou se essa escolha foi feito de modo aleatório. Mas me sinto grata, e prometo a vocês. Em que eu puder ajudar para descobrir quem fez isso eu farei, não pouparei esforços. – continuei

Uma salva de palmas acolheram bem os nossos comentários. Logo iniciaram as perguntas, o que me fazia temer pelas respostas.
— A futura Rainha não está se contradizendo? Acaba de dizer que não poupará esforços para descobrir quem matou o rei, mas foi a primeira a defender a suspeita. – disse uma Condessa
— Uma acusação é algo que deve ser feito com cuidado. Todos estamos sofrendo muito com a morte do Rei Jaime, mas não podemos culpar qualquer um só porque estamos a procura do criminoso. ⠀⠀
— Pode não ser o momento oportuno, é a segunda vez que vimos o casal juntos. As coisas tem acontecido de uma maneira diferente com vocês. Não vimos o pedido de rei e muito menos a resposta dá rainha. Devemos ficar preocupados com esse relacionamento diferente? – perguntou um Duque
— Só temos a dizer que estamos muito bem, seria uma prazer falarmos sobre nossa relação. Mas essa não é a ocasião, como você mesmo disse é uma pergunta importuna. As perguntas estamos encerradas. – disse Conrado com semblante sério me acompanhando para conversar com alguns convidados
— Se eu tivesse ido sem a aliança causaria mais perguntas, presumo. – riu tentando o confortar
— Você é sem igual. Enquanto sinto uma enorme vontade de dar uma lição naquelas babacas, você lida com isso de maneira natural. – ele relaxa
— Já não é uma situação fácil, senão se controlar vai fazer justamente o que eles querem. Uma maior cena para virar matéria no dia seguinte.
— Estou mesmo com uma sábia mulher. Você se importa em aguardar por um minuto enquanto com converso com os conselheiros?
— Claro que não, fique a vontade.

Quem matou o Rei?Onde histórias criam vida. Descubra agora