Amarrada em uma cadeira sentir meu corpo dolorido e algumas gotas de sangue. Mesmo com dificuldade consegui perceber que eu não estava em minha casa, era um calabouço diferente do palácio. Logo um balde de água foi jogado em mim limpando os vestígios de sangue e me trazendo a tona.
— Olá Catalina. – disse o primeiro ministro
— Que loucura é essa? – perguntei irritada
— Sinto muito pela péssima estádia, mas eu tinha um trato com o seu pai que não poderia ser disfeito.
— Meu pai?
— É claro, me desculpe. É uma ofensa chamá-lo assim sendo que o verdadeiro está morto.
— Do que está falando? – perguntei confusa e muita dor de cabeça
— O Duque Guilhermo já está chegando, com ele será mais fácil explicar o que você não está entendo.
— Onde estou?
— Onde mais seria? Na casa do meu marido.
— Vocês são louco. – sentir um ardor no rosto
— Não é porque é uma rainha legítima que deve tratar seu marido com falta de respeito. – o primeiro ministro massageou meu rosto após me bater
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⠀⠀ Era como se eu estivesse participando de uma encenação, por mais que eu tentasse nada se encaixava. A todo momento diziam que o meu pai estava morto, mas ele estava bem ali.
— Como está os pombinhos? – disse ele ao entrar ⠀
— Estamos nos entendendo bem, conseguiu o que eu queria? – perguntou o ministro
— Eu disse que não seria um problema, aqui está o documento onde o Rei Jaime reconhece a Catalina como filha e herdeira legítima do trono.
— O que? – pergunto surpresa – Que tipo de álcool vocês tomaram? ⠀
— Agora entendo o porquê de você quere-la morta, essa garota tem uma língua muito afiada. Tem sorte de eu estar muito feliz para lhe querer fazer mal.
— O que está acontecendo aqui papai? – chorei desamparada
— Não me chame assim! Quantas vezes teria que dizer que você não é minha filha?
— Não pode ser verdade.
— Acredite Catalina, sua mãe não se esforçou tanto em vão. Ela sempre quis o melhor pra você, descobrir isso pode ser um choque pra você, mas é a verdade. Ela se certificou de que você tivesse tudo mesmo que não conseguisse com um dos herdeiros, conseguiria o título de rainha sozinha.
— Mas eu nunca quis isso. – chorei
— Menina boba, a vendo nessa condição chego a sentir pena.
— Está pensando em desistir Guilhermo? – Perguntou o ministro
— De jeito nenhum, com ela fora do meu caminho poderei ter a Marit de volta.
— Perfeito! Vamos cuidar da papelada, apenas assine Catalina.
— Eu jamais me casaria com um homem asqueroso como você. – o cuspir
— Jamais? Não esqueça que sou irmão da Arquiduquesa Carola. ⠀
— Está dizendo que ela está participando disso?
— Você faz muitas perguntas querida, ou assinar esse papel ou verá minhas vasta maneira de fazer o Conrado morrer.
— Ele é o Rei! – gritei
— Você mais do que ninguém já deveria saber que nenhum rei é intocável. – disse quem eu acreditava ser meu pai
— O que vai acontecer com ele?
— Voltará a ser o merdinha que é, só que agora casado. A essa altura ele já deve ter dito sim a minha sobrinha.
— Há quanto tempo estou aqui? – tentei me soltar dá cadeira surpresa
— Não me culpe pela demora. O que posso fazer se seu pai, o grande rei, soube esconder bem o documento?
— Não pode ser verdade.
— Acaba logo com isso garota, e assina esse documento.
— O que me garante que você não fará mal a ele?
— Pode não parecer, mas sou um homem de palavra. – mesmo sabendo os riscos assinei o contrato de casamento
— Está feito, agora peça que soltem a Marit. – disse o duque empolgado
— Claro!Um barulho estrondante havia me deixado em choque, foi tudo bem rápido mas eu sabia que não haveria chance para o Guilhermo que sangrava com uma bala.
— Porque chora querida? Esse homem lhe fez muita coisa e ruim, é justo que o ele pague.– disse o ministro
— Você disse que era um homem de palavra.
— Acontece que não posso ter testemunhas.
— Mas eu também sou uma. – chorei com medo
— Uma testemunha valiosa, a garantia que ninguém irá se meter comigo.
— Tenho algo a pedir. – disse com dificuldade
— O que você quiser.
— Lorenzo, ele será o novo general. Eu o prometi concertar as coisas, só assim poderei morrer em paz.
— Então no fim das contas ele é o verdadeiro dono do seu coração?
— Sim, eu o amo. – de fato o amava, mas não dá mesma maneira que amava o Conrado. Lorenzo seria o único em que eu poderia confiar a segurança dá nação caso acontecesse algo a mim e ao Conrado. Ele seria o meu investimento a longo prazo, por isso tive que mentir.
— Considere o seu presente de casamento. – o ministro saiu sentido-se vitoriosoVê o Guilhermo sangrando nos meus pés me deixou traumatizada, lembrando de todos os momentos bons que tivemos juntos. Me pergunto se houve algum desses momentos que foram sinceros.
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Quem matou o Rei?
Historical FictionA maioria das jovens no reino esperava com expectativa o dia que em que seria apresentada a todos como uma "Mulher adulta" na sociedade, onde ganharia o direito de passar a frequentar o Clube do Chá. Com muito orgulho e nenhum apoio, eu fazia parte...