Part 12

3.2K 390 57
                                    

Quando Jimin acordou naquela manhã, ele percebeu que não poderia ficar mais um dia sequer ali. Aquelas pessoas eram doentes, e ele não ia se contaminar com o vírus.

Esperar por sua família estava fora de cogitação. Eles nem mesmo o viam mais como família depois do que souberam. Jimin não se via mais como espécie depois do que soube. Se pudesse voltar no passado e ter morrido com o câncer ao invés de sobreviver como havia feito, estaria bem mais feliz. Porém, se o fizesse, nunca teria conhecido Jungkook.

Ah, Jungkook. Jimin estava com tanta saudade dele. Dos braços musculosos, dos oito gominhos do abdômen malhado, do peitoral como uma rocha, e acima de tudo isso, estava com saudades dos olhos escuros e belos do macho, da proteção que ele tinha consigo, e simplesmente da presença dele. Jimin ainda o amava a cada dia que se passava, e ele sabia que seria assim para sempre.

Estar preso novamente naquele lugar também não ajudava. Para todo lugar que olhasse, se lembrava de si e de Jungkook mais novos, se beijando para la e para cá, fazendo amor em uma das arquibancadas ou da maca. Jimin não se aguentava mais. Ele tinha que sair dali. O único problema era como, já que vivia 24h amarrado por completo.

A porta da sala foi aberta e por ela entrou o macho que era considerado seu irmão. Ele o olhou por breves segundos antes de puxar uma cadeira e se sentar ao seu lado, a bandeja em mãos. Aquele era seu café da manhã.

-Abra a boca— ele ordenou quando pegou uma colher com ovos mexidos.

Jimin cheirou a comida, a procura de qualquer coisa que não estivesse com o cheiro característico, e então comeu a porção dada. O espécie maior revirou os olhos quando percebeu o que Jimin estava fazendo.

-De novo? Quando vai entender que ele preferiria morrer a te dar algo que te fizesse ruim?

-Ele pode não querer, mas é você quem me traz a comida.

O especie bufou.

-Como se eu me importasse o bastante para tentar te matar. Nosso pai já sofreu demais para perder mais uma pessoa na vida dele.

-Seu pai. Lembre-se disso.

-Que seja, seu grande merda.

Jimin abriu a boca para mais uma dose de comida, a atenção focada no espécie que também o esquadrinhava.

-Você nasceu dela? Da mulher dele, quero dizer?

-Sim, eu nasci, assim como você, Jimin. Eu ainda me lembro da mamãe. Papai me mostrou algumas fotos que me ajudaram a lembrar dela quando eu acordei da tentativa de me tornar espécie.

-Você tem quantos anos?

Mais uma colherada.

-22. Você teria 31 hoje.

-Porra. Eu to velho em.

Um sorriso simples surgiu do rosto do espécie. Sorriso esse que ele logo tratou de esconder.

-Mais na idade que na realidade.

-Qual era o nome dela?

O espécie parou a colher em frente à sua boca, respirando fundo.

-Ella. Ella Parker.

A colher foi enfiada em sua boca. Jimin mastigou a comida enquanto avaliava suas expressões. Pela forma como ele se encontrava agora, cabisbaixo, mostrava que ele realmente amava a mãe que tinha.

-Como pode, Thomás? Como pode estar do lado dele depois de tudo o que ele fez para várias pessoas? Como?

O espécie rosnou para si.

Destiny Onde histórias criam vida. Descubra agora