Capítulo 4

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O nervosismo tomou conta de mim na hora em que os ouvi entrando. A porta


ainda nem estava aberta quando eu descobri uma grande vantagem em contar a verdade a


eles dali a três anos. Mas já era tarde demais, pois nessa atura do campeonato o Renato já


deveria ter contado tudo aos pais dele.


- Marcus?


Era minha mãe entrando em casa.


- Tudo bem, filho? Você pode ajudar seu pai a pegar algumas coisas no carro?


Voltei para a sala carregando um enorme saco de laranjas.


- Mãe, onde eu ponho isto?


- Coloque na cozinha, filho.


- Meu pai gritou da garagem:


- Marcus? Me ajude a pegar o saco de batatas.


Carregando as batatas para a cozinha, perguntei à minha mãe se eles não haviam


exagerado na quantidade de coisas que haviam trazido. Ela me respondeu que ainda era


pouco, que na verdade tudo aquilo seria enviado para a creche na Segunda-feira.


Eles entraram, se acomodaram e, enquanto minha mãe fazia o tradicional café de


Domingo à tarde, fiquei pensando em qual seria a melhor forma de contar a eles. Seria


falando com os dois ou com apenas um deles? Mas também se fosse com apenas um, qual


deles seria? Minha mãe sempre foi de entender o problema dos outros, tanto que ela


participa de inúmeros projeto junto à comunidade. Quanto a meu pai, era difícil saber.


Nós pouco conversamos. Na verdade eu não sabia muita coisa dele.


Fiquei na sala com eles, esperando o momento certo para falar. Na verdade, eu me


sentia cada vez mais impaciente por não saber como começar. Ao mesmo tempo que


desfrutava toda a intimidade que uma família podia ter, eu também me sentia distante


deles em diversos assuntos.


O tempo foi passando, e quando o cuco marcou oito horas da noite tive a certeza


de que não poderia esperar mais. Minha mãe fazia tricô e meu pai quase dormia


assistindo à TV, quando me levantei e, próximo ao aparelho de som, falei:


- Pai, mãe, eu preciso falar com vocês.


Como sempre, minha mãe foi a primeira a responder:


- Pode falar, filho.


- Pai, mãe, não é assim que eu quero falar.


Quando eu disse isso, meu pai olhou para mim com um ar de preocupação e


perguntou:


- Aconteceu alguma coisa, filho?


Eu não respondi, e ele tornou a perguntar:


- Fala, filho! Aconteceu alguma coisa?


- Aconteceu, pai, ou melhor, vem acontecendo.


Assustados, os dois olharam para mim.


- Posso desligar a TV, pai?


Desliguei a TV e sentei no sofá menos quase de frente para eles. Meu pai não

Eterno Amor (romance bissexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora