Que ansiedade! Cheguei ao colégio uma hora antes de horário de entrada, já
haviam se passado trinta minutos e ele ainda não tinha chegado. A minha vontade, ao vê-
lo, era de sair correndo e dar um puta abraço nele. Imagina se eu fizesse isso, a bosta que
ia dar. Também não seria legal ficar no portão. O pessoal iria passar a perguntar se eu não
iria entrar ou quem estava esperando. Mas tudo bem. Só não queria encontrar a Beatriz,
não estava com saco para jogar conversa fora com ela.
- Marcus?
Quando olhei para trás eu não acreditei.
- Carlos? Você aqui! E o Renato?
Quando ele pediu para que o esperasse voltar da secretaria, percebi que nada
estava tão bem assim.
A angústia que eu sentia ao esperar o irmão do Renato voltar fez com que pouco
minutos se transformassem em horas. Já estava quase indo atrás do Carlos, quando ele
voltou.
- Marcus, vamos conversar em outro lugar. O carro está logo ali.
Entramos no carro e paramos a poucos quarteirões do colégio, numa rua pouco
movimentada.
Nunca tive muito contato com o Carlos. Ele devia ter mais ou menos vinte e seis
anos e estava noivo. Isso era tudo o que eu sabia dele.
Por diversas vezes esperei que Carlos começasse a falar, mas ele estava agitado
demais para isso. Com certeza não sabia como começar, então eu o ajudei:
- Carlos, estou mais nervoso que você. Por isso, respire fundo, cara, e se acalme
para que possamos conversar.
Ele tentava relaxar quando eu falei:
- Carlos, pelo menos me diga se o Renato está bem!
Acendendo um cigarro, ele falou:
- Agora ele está bem, Marcus.
Ele continuava travado, então falei abertamente:
- Olha, Carlos, se faz mal a você conversar comigo, tudo bem, cara. Eu só quero
saber de você como faço para falar com o seu irmão. Se ligar para a sua casa, consigo
falar com ele?
Finalmente ele começou a falar:
- Você interpretou tudo errado, Marcus, não tenho nada contra você. É que apesar
de ter sido sem querer, tenho vergonha do que aconteceu no fim-de-semana em casa.
Respirou fundo e continuou.
- No Domingo, Marcus, as coisas ficaram muito feias em casa. Ele e o meu pai
brigaram. O Renato está internado no hospital. O meu pai não iria machucar o próprio
filho. Foi muita confusão. Ele estava muito nervoso e acabou acertando sem querer a
barriga do Renato com uma faca de cozinha.
Eu não acreditava no que estava ouvindo. O que fizeram com a pessoa mais
importante da minha vida?
Com as mãos no rosto e com a cabeça quase sobre o colo, eu tentava controlar o
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Eterno Amor (romance bissexual)
RomanceEterno Amor, fala de amor, de paixão e de liberdade. Reflexivo no final, acredito que sua leitura, indicada para todo segmento da sociedade venha contribuir de forma positiva para o fortalecimento do respeito a que todo ser humano tem direito.