Quando acordei era noite. Me levantei da cama e fui acender a luz do quarto, já
que a única luz acesa era a de um abajur muito pequeno que quase não iluminava nada.
Tanto eu quanto o lençol estávamos muito sujos de ketchup e mostarda, sem contar as
sobras de pão, carne, queijo e latinhas vazias de cerveja que se espalhavam pela cama e
pelo chão. Estava sozinho e, antes de ir tomar banho, ainda procurei algum bilhete
deixado pelo Renato. Como não encontrei nada, fui para o banho. Não fazia dez minutos
que eu estava debaixo do chuveiro quando a campainha tocou. Inutilmente gritei que a
porta não estava trancada, mas acho que não dava para Renato ouvir. Ainda ensaboado e
puto da vida fui atender à porta:
- Você é foda, Rena... Beatriz!
Pedi a ela que entrasse e voltei correndo para o banheiro. Apesar de ter feito o
'tipo envergonhado', na verdade eu gostei muito de ela ter me visto nu.
Terminei meu banho e de short fui para o quarto.
- Tudo bem, Beatriz?
- Tudo bem, Marcus.
- Desculpe ter atendido a porta daquele jeito. Eu pensei que fosse o Renato.
- Não se preocupe não, Marcus. Aliás, você... deixa pra lá.
- Pode falar, Beatriz.
- Eu ia dizer que você tem um corpo muito bonito.
Sem saber o que responder, disse um solene 'obrigado' e a convidei para tomar
cerveja na varanda.
- Aceito, Marcus. Mas você vai deixar o quarto desse jeito?
Realmente o quarto parecia um chiqueiro. Uma das camas, então, dava até nojo de
olhar. Além de toda a sujeira, nossas mochilas ainda estavam abertas no chão, dando uma
certa impressão de maloca. Por sugestão dela, liguei para a recepção e pedi que viessem
trocar os lençóis e dessem uma ordem no quarto. Antes de irmos para a varanda, deixei a
porta aberta para que o pessoal da limpeza pudesse entrar sem nos incomodar.
Estava claro para mim que não deveria me imaginar transando com a Beatriz. Mas
eu não consegui deixar de pensar nisso. De uma forma meio animal, ela me atraía. Se o
Renato soubesse dos meus pensamentos, com certeza ele não entenderia que foram as
histórias dele com ela que me deixaram com esse desejo estranho. E isso com certeza não
tem nada a ver com o amor que sinto por ele.
- Eu vou voltar para São Paulo amanhã, Marcus. E vim até aqui para me despedir
de vocês.
- Eu acho que entendo o que você deve estar sentindo, Beatriz. Só que esse tipo de
assunto entre a gente é... muito difícil. Eu sou suspeito para lhe dizer qualquer coisa.
- Eu sei o que você quer dizer, Marcus. Numa situação normal, nós nem
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Eterno Amor (romance bissexual)
RomanceEterno Amor, fala de amor, de paixão e de liberdade. Reflexivo no final, acredito que sua leitura, indicada para todo segmento da sociedade venha contribuir de forma positiva para o fortalecimento do respeito a que todo ser humano tem direito.