capítulo 13

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Sempre gostei de andar pela praia. Pisar na areia e poder admirar o pôr-do-sol me

fazem muito bem. Daquela vez então, era melhor ainda, pois ao meu lado - fazendo bem

ao coração - caminhava a pessoa mais bonita do mundo: o meu namorado. Por vezes

controlei meu impulso para não abraçá-lo e no resto desse desejo fiquei apenas com

escassas aproximações do corpo, naturais entre dois amigos.

Tomávamos caipirinha de vodca com kiwi à mesa de um barzinho da praia,

quando Renato disse:

- Olhando esse mar todo, sabe do que eu tenho vontade?

- De nadar, Renato.

- Como você é inteligente, Marcus! A sua sensibilidade é demais cara.

Rimos e ele continuou a falar.

- A vontade que eu tenho é de ficar aqui com você para sempre, cara.

- Eu topo, Renato!

- Como 'Eu topo', Marcus? Acho que você já tomou caipirinha demais.

- É sério, Renato! Por você eu largo tudo.

Me sentindo beijado pelo seu olhar, eu disse:

- Estar aqui com você me faz sentir uma pessoa um milhão de vezes melhor. Se

não fosse a nossa coragem de enfrentar todas as situações, nossos sentimentos ainda

estariam sufocados pela mediocridade das pessoas. Hoje, Renato, eu me sinto vivo!

Oferecendo-lhe caipirinha, falei:

- 'Coragem'- se não fosse por ela, eu ainda seria um infeliz na vida e passaria os

dias me lamentando por não poder ser verdadeiro comigo mesmo.

Antes que ele pudesse acender um cigarro, eu disse:

- Vamos ver quem chega primeiro na água?

- Mas nós estamos de calção, Marcus.

- E daí? Estamos de short.

Perdi a corrida, mas cheguei na água me sentindo um vencedor na vida. Num

mergulho, emergi por detrás dele e, com tudo, o empurrei para dentro da água. Entre

abraços apertados e empurrões, brincamos como dois meninos podem brincar. Se a

felicidade pudesse ser medida em aura, a minha com certeza, disputando o sol, iluminaria

toda a praia.

Jogados na areia - lado a lado - esperávamos que a respiração voltasse ao normal,

quando Renato disse:

- O que desceu em você? O Espírito Santo?

- Quase isso! Eu estou me sentindo bem pra caralho!

Sorrindo ele disse:

- Tentar me derrubar na água te deixa feliz, Marcus?

- Comecei a rir.

- Você nunca vai saber como é bom estar com você, cara!

- Sabe o que eu acho, Marcus? Aqui nesta praia deve ter algum cabo elétrico

Eterno Amor (romance bissexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora