O M E S M O D E S E M P R E

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A escola... Sem dúvida nenhuma é um lugar duvidoso... Considerado um lar para algumas pessoas, e o inferno para outras, é aqui que Querendo ou não, é obrigatório passar.
Todos sabem que as escolas brasileiras não são lá um paraíso, e Marcus tbm sabe disso, exatamente isso que torna para ele a escola tão chata.
Chegando lá, Marcus prontamente se depara com Pedro, um garoto de 1,72 de altura, e ombros fortes.
- eae Marcus - diz ele
- ah oi, tudo bem com você?
- claro, estou ótimo, mas pelo jeito você é que não vai ficar bem.
- tô com uma cara feia hoje?
- não - ele solta uma risada irônica - saiu o resultado de quem passou bem na prova que era a principal nota do bimestre, e você reprovou na prova.
- o quê? Como assim reprovei eu... - você tem que se focar mais cara... Você tem relaxado demais nas aulas.
- ...
São em horas como essa que Marcus deseja explodir, Pedro definitivamente não é um garoto com moral para falar de alguém, no ano passado, quase reprovou em português e, só se salvou graças a dope, mesmo assim ele insiste em o humilhar, como se fosse algum vício. Além disso, Pedro foi o principal líder de uma campanha da escola contra o Bullying​, entretanto, por sua causa, esse ano, um garoto saiu da escola por não aguentar mais as brincadeiras. A campanha aconteceu no sexto ano e atualmente eles estão no segundo colegial, digamos que houve tempo suficiente para Pedro "amadurecer ", mas pelo jeito, isso não vai acontecer, é bem provável que alguém tenha que ensinar modos e respeito a ele, de maneira nem um pouco amigável.
A expressão de desprezo logo fica perceptível no rosto de Marcus, ele não consegue esconder o quanto renega aquele ser que o persegue desde o quinto ano, por diversas vezes Marcus tentou mudar de escola, mas nunca conseguiu, sua mãe sempre quis que ele terminasse por completo a escola em um só lugar. Mesmo triste, Marcus não vê outra escolha senão se focar na escola e esperar o tempo passar... E como demora... As horas parecem se negar a andar, e Marcus, não consegue evitar ficar bem bravo, sobretudo infelizmente ele não pode deixar transparecer, pois isso seria um gatilho automático para Pedro encher ainda mais o saco.
Mas calma, nem tudo na escola é uma desgraça, Marcus tem seus melhores amigos, um deles, David é de sua sala, e sinceramente é o único motivo pelo qual Marcus ainda vai pra aquele lugar com disposição.
David é um típico garoto paulistano que conhece bem a cidade, sabe de todos os pontos turísticos e, com ele você nunca estará perdido. Ele chega em Marcus e o cumprimenta com um - tudo suave mano?
- finalmente você chegou, quase estava voltando pra casa.
- relaxa, eu não posso faltar não, preciso saber com que nota eu fiquei nessa prova do bimestre.
- pode ficar tranquilo David, você ficou com 8,5. Você passou. - interrompe Pedro.
- sério? Valeu Pedro, ufa, acho que posso dar uma descansada agora.
Marcus apenas permanece quieto, esperando Pedro se afastar mais dos dois. Quando isso acontece, ele diz:
- então, você viu a música que eu recomendei?
- pode crer, achei muito pika, sinceramente é uma das melhores músicas que eu já escutei, tu tem um ótimo gosto musical Marcus.
- valeu mano.
O dia com certeza se torna melhor para Marcus quando ele encontra David, Abner, seu outro amigo, infelizmente não está com ele todos os dias, pois mora longe mas, com certeza, a amizade entre Abner e Marcus é tão forte quanto a de David e Marcus.
Depois de seis horas dentro daquele lugar que Marcus definitivamente não gosta, finalmente chega a hora da saída, os gritos altos das pessoas que indicam que em breve o portão se abrirá, e quando se abre, sinceramente nem em um apocalipse zumbi é capaz de se ver tantas pessoas correndo e se empurrando, Marcus sempre deixa pra ir por último porque não gosta de ser empurrado por essa multidão de garotos delinquentes.
- caraca, hoje a lua não tá aparecendo.
- é verdade né, então, vamos? Te acompanho até em casa
Todos os dias Marcus faz essa mesma rotina, a casa de David é ao lado do ponto onde o ônibus de Marcus passa, portanto, Marcus sempre acompanha David até sua casa e, ali mesmo já pega seu ônibus, que costuma demorar uns 10 minutos para chegar. Coincidentemente, esse é o melhor momento do dia, quando eles estão voltando para casa, pelas ruas escuras dos bairros sombrios da zona sul de são Paulo, David e Marcus conversam sobre tudo enquanto caminham, falam sobre escola, as paixões de ambos, os objetivos deles... É... Bem, nessa parte Marcus nunca sabe bem o que falar então, ele sempre escuta mais David, que sempre se empolga com suas motivações. David quer ser mangaká, e por sinal desenha Muito​ bem, então ele sempre fala sobre seus planos e como pretende realizar.
- as estrelas.
- o que disse David?
- as estrelas... Elas são meio que uma luz pra mim, sabe eu assim como você não tenho muitos amigos, talvez tenha sido por isso que a gente tenha se dado tão bem a primeira vista. Quando não estou conversando com você e tenho vontade de dizer alguma coisa, eu sempre falo com as estrelas ou com a lua, eu... Me sinto tão confortável falando com ela quanto, quando eu falo com você.
Inconscientemente, Marcus olha para o céu, há muitas estrelas hoje, na verdade a noite está muito gostosa.
O vento bate no rosto dos dois, um vento frio, mas muito refrescante, até demais para um estação tão fria. Além do vento, nenhum outro barulho além dos passos é emitido, a luz dos postes é bem fraca e um silêncio paira no ar... Mas não é aquele silêncio constrangedor de quem não sabe o que falar, mas um silêncio calmo e tranquilo, entre duas pessoas que certamente não precisam falar para se comunicarem, os dois olhando para o céu, vendo as nuvens cobrirem grande parte da imensidão negra... Uma vista realmente bonita.
- é estou em casa.
- sim, - Marcus solta um sorriso.
- bem, valeu por me acompanhar por mais um dia, amanhã a gente tem que continuar bolando ideias pra nossa história beleza?
- pode crer, até amanhã David.
- até amanhã Marcus, se cuida.
Marcus volta seu olhar rapidamente para o céu e depois, subitamente olha para o fundo da rua, para tentar enxergar algum ônibus, bem, nada por enquanto.
- a rua parece estar mais sombria hoje.
O celular de Marcus vibra, dando a ele um pequeno susto, é sua mãe avisando que o jantar está feito e que está o esperando. O estômago de Marcus dá uma leve resmungada, ele não come nada há 4 horas mais ou menos, desde o intervalo onde sempre come a comida que a escola fornece.
Após exatos 15 minutos, o ônibus finalmente chega, extremamente vazio, mas que ao longo do caminho, vai se tornando cheio até às pessoas mal conseguirem respirar. Marcus entra e rapidamente procura o assento mais próximo da Janela, pois ali ele sabe que poderá abrir a janela e tentar respirar um pouco.
O caminho será longo mas com certeza dessa vez será diferente dos dias comuns, porque essa afirmação? Aguarde o próximo capítulo...
Até breve.

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