S O Z I N H O

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David estava sozinho na sala do hospital esperando alguma orientação nova, ele sabia que o pior tinha acontecido mas, se negava a acreditar nisso.
- David Shawn?
- sou eu mesmo, minha mãe ela... Por favor me diz que ela tá bem!
- eu adoraria poder te dizer isso David mas, ela... Ela não resistiu. Na verdade quando chegou aqui ela já estava morta. Eu lamento muito sua perda David. Mas tenho certeza que você ficará mais forte com essa dor. Força garoto!
- obrigado doutor...
David sequer conseguia falar algo. Ele saiu andando pelos corredores do hospital sem rumo, suas pernas tremiam, sua boca estava seca e seus olhos pareciam não ter vida. Ele apenas buscava encontrar o motorista de sua mãe, que havia o levado até o hospital.
Chegando no motorista, sem dar uma palavra ele entrou no carro, Jarvis, até lhe perguntou como ela estava e David apenas fechou os olhos.
Durante a viagem, David desabou por completo no carro, sua mãe era uma mulher jovem, linda e muito simpática. E não havia porque ela estar morta. O médico nem disse a causa, ele apenas disse enquanto David saia de perto, que mandaria um relatório explicando a causa da morte e mandaria no dia seguinte, a polícia investigar o local. O carro andava lentamente pelas ruas e David sentia suas lágrimas quase voarem com o vento que batia em seu rosto. Ele nem pôde se despedir de sua mãe, lhe agradecer por tudo o que ela tinha lhe dado e dizer pelo menos uma última vez, que a amava mais que tudo. Isso estava o matando por dentro.

David chegou e entrou em casa. Dona Alice aflita, assim que viu o garoto entrar disse:
- David? E então? Como sua mãe está?
- dona Alice... - David voltou a chorar - ela morreu!
- o que David? Sua mãe morreu? Não é possível ela... Ela estava tão saudável. Não isso, isso tem que ser um erro!
- não tem nenhum erro dona Alice! A minha mãe... Ela já chegou no hospital morta.
- que horror! Como isso foi acontecer! David você precisa de alguma coisa?
- não dona Alice eu... Eu só vou ficar no meu quarto e por favor não me interrompa. Amanhã eu saio se... Se tiver coragem.
- ok David, vai lá. Fica bem viu? Pode me acordar pra o que quiser.
David subiu as escadas e foi pro seu quarto. Pouco tempo depois, Letícia bateu e pediu para entrar...
- David? Sei que você está muito triste mas eu posso entrar?
- Letícia, eu disse que não queria ver ninguém...
- eu sei e respeito isso. Mas não quero que você passe por isso sozinho. Quando meu pai morreu eu também fiquei assim. Eu sei exatamente o que você tá passando e o que deve estar pensando. Por favor deixa eu te ajudar...
- tá. Pode entrar.
Letícia entrou e sentou na cama de David, ela observou o quarto muito bonito e bem arrumado e viu a foto de David e sua mãe num quadro da prateleira.
- ela realmente era linda!
- eu sei...
- sabe David, nós dois temos muita coisa em comum. Creio que pelo fato de sermos da mesma idade, gostarmos do mesmo autor e agora, ambos termos pais mortos nós, podemos ficar muito próximos.
- eu já te considero muito próxima. Você é uma pessoa que passa muita confiança, não tem como não gostar de ti.
- sério? Eu também te considero um garoto incrível... Sabe eu... Eu tô aqui pra te ajudar no que precisar viu? Pode contar comigo pra tudo.
Os dois se encararam novamente como mais cedo e de novo um clima rolou.
- quando eu digo pra tudo... É pra tudo mesmo!
Letícia se sentou no colo De David e olhando em seus olhos disse:
- você tá precisando de carinho não é? Me deixa cuidar de você... Pelo menos essa noite...
- Letícia eu não... Sua mãe não iria gostar nada de saber que...
- esquece a minha mãe David, presta atenção em mim... Você não me acha nem um pouquinho atraente? Eu nunca... Você sabe, nunca transei com ninguém. Mas você de alguma forma mexeu comigo e me deixou cheia de vontade. Então, vai mesmo me dispensar pra ficar aqui sozinho? Eu quero cuidar de você nessa noite. Quero te fazer companhia...
- Letícia você...
Antes que continuasse falando Letícia interrompeu David com um beijo quente, David se entregou ao momento e os dois começaram a tirar a roupa...
- creio que posso te ajudar com a sua dor, vamos... Vamos fazer o que quisermos essa noite!

Um vento frio entra pela janela de David... Ele acorda subitamente e olha ao seu redor.
- ah merda, eu transei com a filha da minha empregada que é uma pessoa tão legal! Tô muito fodido.
David olha ao seu redor e vê o quadro onde ele aparece com sua mãe numa foto de família há muitos anos atrás.
- por um minuto... Eu tinha esquecido disso. Já estava melhor, pelo menos um pouco.
David desceu as escadas preparado para tomar uma enorme bronca de dona Alice ou até mesmo receber a notícia de que ela estava se demitindo. Mas para sua surpresa, ela não havia acordado ainda, apenas Letícia estava na cozinha, colocando café na xícara de David.
- Letícia? A dona Alice ainda não acordou?
- ela foi no hospital conversar com o médico sobre sua mãe David, e depois disse que iria resolver uns compromissos. Então eu me ofereci para ficar hoje aqui cuidando de você.
- obrigado, mas se for para cuidar de mim como fez ontem, saiba que não quero mais problemas.
- que isso David, vai me dizer que não gostou de ontem? Nós perdemos nossa virgindade juntos e ao contrário do que dizem, foi Maravilhoso. Você nem tem do que reclamar.
- é verdade, realmente ontem foi muito bom, então, e a polícia?
- eles já vieram aqui e levaram alguns objetos que sua mãe tinha usado no dia anterior. Pra investigação sabe.
- entendi, bem, vou tomar meu café.
- nada disso mocinho, nem tenta mudar de assunto, e a gente?
- a gente?
- David, a gente transou e isso você querendo ou não nos faz criar laços. Como vamos lidar com isso? Você vai mesmo me ignorar? Não vai nem me dar uma chance?
- tá, eu não vou fazer isso senão eu seria um cuzao. Ontem foi muito bom e eu realmente tô gostando de você. Mas Letícia eu acabei de perder a minha mãe, o vazio que eu tô sentindo não pode ser preenchido por sexo entende? Me dá um tempo pra eu pensar em tudo e organizar as idéias e também, superar isso. Eu juro quando eu estiver melhor a gente se entende ok?
- ok David, desculpa te pressionar mas é que... Eu realmente tô gostando de você.
- eu também tô Letícia... Eu também estou...
David e Letícia se beijam e a campainha toca.
- certo, vou atender a porta.
- bom dia, gostaria de falar com... David? São 11:20 e você ainda está vestido dessa forma? Que deselegância de sua parte.
- David, quem é esse cara?
- esse aqui? Então... É o vice diretor da empresa da minha mãe, Albert Scott. E eu é que pergunto pra você, o que tá fazendo na minha casa à essa hora Scott?
- é senhor Scott para você. Bem, soube da morte de sua mãe. Que tragédia! Mas bem, vim conversar com você à respeito disso. Podemos ir para um lugar mais reservado?
- podemos sim né. Eu volto já Letícia.
- ok né, vai lá David.
Albert e David se dirigem à sala de estar da casa.
- muito bem, eu vou ser breve pois não quero demorar. Eu sei que as coisas devem estar muito complicadas para você mas entenda, negócios são negócios. Sei que você está se especializando em artes que é o que você quer fazer e bem, a empresa konvict não deve mais ser de seu interesse já que se trata de investimentos em tecnologia e divulgação. Portanto, gostaria de saber quando estará apto a assinar e passar a empresa pro meu nome. Você sabe como é... Sua mãe assinou um acordo em que você é o herdeiro natural da empresa. Mas não sabe nada de investimentos portanto...
- Scott, se veio aqui pra falar isso então pode dar meia volta. Já saquei que você quer a empresa que era da minha mãe e que por direito virá pro meu nome.
- como assim dar meia volta? Eu só quero tirar minha dúvida sobre...
- eu não vou passar a empresa pro seu nome Scott, nem vem com essa. Eu não sou um completo leigo em investimentos e divulgação, pelo contrário minha mãe me fez fazer alguns cursos sobre isso. Um pouco de treinamento e eu poderei assumir a empresa. E além do mais, farei 18 anos mês que vem e bem, já poderei passar a casa e a empresa pro meu nome. Portanto senhor Albert Scott. Faça-me o favor de se dirigir até a porta pois, se depender de mim, você nunca vai ser presidente da empresa.
- isso é um desacato! Você ainda me paga! David Shawn!
- concordo com você, agora saia, fiquei com um péssimo humor após isso.
Scott sai da casa de David e Letícia se aproxima.
- olouco que fora hein? Mas esse cara não pode ser perigoso?
- bem, homens de negócio costumam ser. Mas que se foda, eu não vou passar o investimento de anos da minha mãe pras mãos desse cara que no mínimo é suspeito. Não vou mesmo.
- olha, creio que você faz certo. Agora vamos, hoje você pode ficar em casa, avisei à escola da morte de sua mãe e eles deixaram você ficar aqui de boas.
- ufa, valeu mesmo Letícia. Vou descansar e desenhar muito. Tenho alguns planos pra colocar em prática e bem, espero contar com você.
- quanto à isso pode ficar tranquilo, estamos juntos nessa David, já disse que quero te ajudar.
- valeu mesmo.
E assim mais um dia na vida de David vai passando. Agora após vermos o que acontece na vida de David, retornaremos à Marcus e veremos o que ele tem feito. As coisas estão ficando estranhas no reformatório. Em breve descobriremos o porquê.
Até breve...

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